Desde 2010 pesquisadores vem buscando compreender a relação entre a carência de vitamina D e o autismo (Eyles, 2010; Chen et al., 2016; Mazahery et al., 2016; Wang et al., 2016). Existem receptores para a vitamina D no núcleo das células de diferentes tecidos. No cérebro, a vitamina D atua como um esteróide neuroativo, capaz de afetar o desenvolvimento e função cerebral. Possui papel na mielinização dos neurônios e geração de conexões entre os mesmos (Wang et al., 2016).
A preocupação com a vitamina D deve se iniciar na gestação. Estudos mostram que mães de crianças autistas possuíam menores concentrações da forma ativa da vitamina durante e após a gestação. A carência de vitamina D, principalmente no primeiro trimestre gestacional, é a que mais relaciona-se ao autismo nos bebês (Chen et al., 2016).
Ao nascer, polimorfismos (alterações) em genes para os receptores de vitamina D (VDR) são mais comuns em crianças com Transtornos do Espectro do Autismo (TEA) (Coskun et al., 2016). Baixos níveis baixos de vitamina D em crianças correlacionam-se com mais sintomas relacionados aos TEA, medidos pelas escalas CARS e ABC. A suplementação melhora os sintomas, principalmente em crianças pequenas (Feng et al., 2016).
Por isto, a dosagem de 1.000 UI de vitamina D/dia é sugerida por alguns autores em crianças com autismo até o 3o ano de vida. Sugerem também que mulheres que já possuem um filho com TEA recebam 5.000 UI/dia de vitamina D ao engravidarem novamente. Ao nascer os bebês devem já começar também a serem suplementados com 1.000 UI de vitamina D/dia até o 3o ano. Com isso, apenas 1 em 19 crianças (5%) desenvolvem TEA. A conduta é apoiada já que sem a suplementação até 20% das crianças que já possuem um irmão com TEA também o desenvolvem (Stubbs e Green, 2016).
O livro de Michael F. Holick, "Vitamina D", é considerado uma referência essencial sobre o tema. Ele oferece informações detalhadas sobre a importância da vitamina D, como obtê-la e como ela pode melhorar a saúde.