A era dos idosos e as tecnologias de comunicação em saúde

Com o envelhecimento populacional sistemas de saúde já sobrecarregados enfrentarão em breve uma onda mundial de aposentados mais velhos, com mais doenças e demandando novos bens e serviços que possam ajudá-los a permanecer saudáveis, ativos e independentes.

Dificuldades no acesso, cuidados excessivamente centrados em hospitais, escassez de recursos e medidas insuficientes na área de prevenção podem ser parcialmente remediadas pelo uso de tecnologias de saúde digital (e-Health). Tecnologias eletrônicas persuasivas podem ser intencionalmente projetadas para mudar a atitude ou o comportamento de uma pessoa (Fogg, 2009a; 2009b), como parar de fumar, consumir menos álcool, praticar atividade física, adotar uma dieta mais saudável, fazer exames preventivos. Estas medidas podem melhorar a qualidade de vida, retardar o desenvolvimento de doenças crônicas e reduzir os custos dos sistemas de saúde. Também permite que pacientes jovens ou idosos tenham mais independência.

O surgimento da Internet possibilitou a proliferação de sites projetados para persuadir ou motivar as pessoas a mudarem suas atitudes e comportamentos. Na imagem a seguir observamos uma imagem que exemplifica como as tecnologias persuasivas podem afetar os cuidados de saúde. Os três círculos representam: (1) a tecnologia que impulsiona a mudança de comportamentos. Deve ser selecionada ou projetada de forma a impactar positivamente os cuidados com a saúde; (2) estratégias de persuasão que devem ser empregadas com a intenção de mudar comportamentos, atitudes ou motivação; e (3) os subdomínios dentro dos serviços de saúde, onde vemos potenciais aplicações limitadas por doença, estilo de vida ou ciclo natural, do nascimento até a morte (Chatterjee & Price, 2009).

Dentro do campo da saúde, tecnologias interativas persuasivas podem ser implantadas para assumir mais de uma função por vez. Por exemplo, um aplicativo pode avaliar calorias gastas durante a caminhada, ao mesmo tempo que gera um feedback positivo (recompensa) quando o usuário atinge uma meta pessoal. Se várias pessoas estão conectadas a um servidor através da Internet, então o suporte social pode ser aproveitado, o que tem mostrado impacto na motivação e mudança de comportamento.

Várias estratégias podem ser utilizadas para persuadir, dentre elas destacam-se:

  • Redução da complexidade de mensagens ou tarefas;
  • Sequenciamento dos passos a serem seguidos para que objetivos sejam atingidos;
  • Individualização da informação de acordo com as necessidades do usuário;
  • Sugestões de intervenções na hora e local mais apropriados;
  • Simulação de cenários para observação de efeitos de determinados comportamentos e atitudes;
  • Ambientes imersivos para aumentar engajamento com a tecnologia;
  • Exemplos contextualizados para que o usuário consiga adaptar as sugestões à própria vida;
  • Suporte social;
  • Recompensas.
Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Refrigerantes e problemas de saúde - mais uma vez

Estou morando no Chile, o terceiro país que mais consome coca-cola no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e México. Com o aumento do consumo aumenta também a incidência de obesidade. O Chile é o 6o país do mundo com o maior número de crianças obesas e o primeiro da América Latina. Mas o consumo de refrigerantes trás outros problemas.

O corante caramelo ou 4(5)-metilimidazola é carcinogênico (Jacobson, 2012). Está presente em alguns sucos e chás industrializados (Lee e Lee, 2016), refrigerantes, doces e molhos, como o de soja (Lee et al., 2016), além de algumas marcas de gelatina, colágeno em pó, bebidas e suplementos esportivos.

O estado da Califórnia adota como dosagem segura de consumo de corante caramelo 25 mcg/dia (Jacobson, 2012). Um único copo de pepsi-cola (200 ml), por exemplo, fornece entre 38,2 e 150ml de 4(5)-metilimidazola (Smith et al., 2015), dependendo da fábrica e tipo (diet, light, regular).

Os consumo de refrigerantes está associado à várias outras doenças como diabetes, artrite reumatóide, problemas cardiovasculares, gota,  fraturas ósseas, doenças renais e até asma. Para ler os artigos anteriores publicados neste blog sobre o consumo de refrigerantes clique aqui.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Chile faz mudança no rótulo dos alimentos

Desde que cheguei no Chile no início do mês observei no supermercado etiquetas pretas pregadas em vários alimentos. Pesquisas no país mostraram que 60% das pessoas não entendem a rotulagem nutricional. Por isso, surgiu a ideia das etiquetas que passarão a ser obrigatórias a partir do dia 27 de junho.

Quatro novas etiquetas para alimentos industrializados vendidos no Chile

Quatro novas etiquetas para alimentos industrializados vendidos no Chile

O Chile importa muitos alimentos, frescos e industrializados e o objetivo das novas etiquetas é destacar quando determinado alimento é rico em açúcar, calorias, gorduras saturadas ou sódio. Molhos prontos por exemplo, podem ter a etiqueta de alto teor de sódio pregada logo abaixo de sua logomarca. Chocolates trazem etiquetas de alto teor de açúcar, gordura saturada e calorias. Os limites foram estabelecidos pelo decreto 13 publicado em junho.

Para o ministério da saúde a iniciativa visa alertar principalmente o público infantil. De acordo com o órgão um em cada 3 crianças abaixo dos seis anos estão acima do peso ideal. Além disso, um chileno morre a cada hora por complicações de enfermidades como o excesso de peso, a obesidade, o diabetes, a hipertensão e problemas do coração. 

Espera-se que as etiquetas contribuam para a seleção de alimentos menos industrializados e mais saudáveis. O decreto também restringe a publicidade de alimentos ricos em sódio, gordura saturada, calorias e açúcar para indivíduos menores que 14 anos, além de restringir a venda dos mesmos em estabelecimentos educacionais. 

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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