Suplementos para a qualidade de vida da mulher na menopausa

Na transição para a menopausa há um declínio natural nos níveis de estrogênio, gerando grandes mudanças no corpo e na mente da mulher. Por exemplo, neste período até a produção de neurotransmissores muda, gerando alterações nos centros de regulação de temperatura, localizados no hipotalâmico. Nesta transição podem surgir suores noturnos, calorões, acompanhados ou não de ansiedade, depressão, irritabilidade, fadiga, diminuição da libido, insônia e ataques de pânico.

Um estilo de vida saudável é um fator chave na prevenção dos distúrbios menopáusicos mais comuns e das doenças crônicas a que as mulheres estão mais expostas nesta fase da vida. Pesquisas mostram que dietas ricas em alimentos vegetais contêm grandes quantidades de antioxidantes, fitoestrogênios (como as isoflavonas da soja), têm um efeito antienvelhecimento e protetor contra doenças cardiovasculares, metabólicas, inflamatórias, autoimunes e contra vários tipos de câncer. Contudo, dietas baseadas em vegetais podem ser carentes em ômega-3, o que agrava os sintomas. Em estudo recente mulheres com dieta ovo-lacto-vegetariana com mais ômega-3, vindo de alimentos como óleo de linhaça, nozes e amêndoas tiveram menos sintomas relacionadas à menopausa do que as vegetarianas com baixo consumo de ômega-3 (Rotolo et al., 2019). Aquelas com intolerância à sementes, nozes ou castanhas podem suplementar o ômega-3 com suplementos a base de algas.

O controle da carga glicêmica da dieta é muito importante para redução da inflamação, prevenção de doenças cardiometabólicas e da obesidade nesta fase na vida. Adoçantes também devem ser evitados pois interferem muito na saúde da microbiota intestinal. O desequilíbrio do microbioma gera mais alterações de humor e sono (lembre que intestino e cérebro estão interligados). As bactérias boas intestinais também ajudam a reciclar hormônios e a manter o equilíbrio hormonal. Outra questão da menopausa é o ganho de gordura abdominal e pesquisas mostram que a microbiota alterada aumenta a inflamação corporal e contribuem para o ganho de peso. Por fim, uma microbiota saudável no intestino contribui também para a saúde vaginal. Poucas bactérias boas no intestino associam-se também à maior atrofia vaginal (Brotman et al., 2015). Assim, alimentos contendo bactérias probióticas, como kefir, kimchi, kombucha, iogurte ou suplementos probióticos são importantes para mulheres nesta fase da vida.

Mulheres na menopausa também são mais susceptíveis à perda óssea, que pode levar à osteopenia e evoluir para osteoporose. Nossos ossos estão em permanente processo de renovação e para tanto nutrientes como cálcio, magnésio, vitamina D e vitamina K não podem faltar. Cuide da alimentação. Por exemplo, o consumo de ameixas secas melhora o funcionamento intestinal e também a saúde óssea (Al-Dashti et al., 2019).

Muitas mulheres na menopausa rejeitam a terapia de reposição hormonal por terem na família casos de câncer. Neste caso, fitoterápicos podem ser muito úteis incluindo a Cimicifuga racemosa (Black cohosh), Rhodiola rosea, Vitex agnus castus e Crocus sativus. Para as que estão com pouca energia podemos trabalhar com coenzima Q10 e/ou PQQ e para as que estão com insônia melatonina ou 5-HTP ou Griffonia simplicifolia. Finalmente, suplementos como DHEA e fitoestrógenos de plantas possuem efeitos positivos na libido (Najafi & Ghazanfarpour, 2018). Se precisar de ajuda, marque uma consulta para fazermos os devidos ajustes.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Probióticos no tratamento da dermatite atópica

A dermatite atópica (DA) é uma doença inflamatória da pele. Pode ocorrer em qualquer fase da vida mas é mais comum nas crianças. Caracteriza-se pelo comprometimento da integridade da barreira cutânea, aumento da resposta inflamatória local e diminuição das respostas de defesa contra micróbios patogênicos. É acompanhada por secura, descamação da pele e coceira. Em bebês aparece mais no rosto, tronco e abdomen. Em crianças e adolescentes surge nas dobras dos braços, atrás dos joelho, bem como nas pálpebras e região bucal. No adulto pode ser generalizada, na nuca ou por exemplo ter predomínio nas mãos.

A prevalência da doença varia consideravelmente entre os diferentes países, podendo atingir 20% das crianças em certos países desenvolvidos. A causa da dermatite atópica é multifatorial, ou seja, resulta da interação de vários fatores, quer do indivíduo (genética, alergias alimentares e respiratórias), quer do ambiente, tanto nas fases pré-natais quanto pós-natais (estresse, poluição, higiene excessiva com sabões antissépticos).

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico desta doença é clínico, feito por observação. A biópsia é menos comum, mas podem ser solicitados exames complementares nutrigenéticos e alergológicos. O tratamento envolve o uso de óleos hidratantes, pomadas que reduzam a inflamação da pele ou mesmo fármacos imunossupressores.

Atualmente muitos estudos também destacam o efeito dos probióticos na prevenção e no tratamento da DA. Probióticos são microrganismos vivos que, quando administrados em quantidades suficientes, conferem benefícios à saúde do hospedeiro. Contribuem para regular as reações de hipersensibilidade alérgica e equilibrar as respostas imunes. Lactobacillus rhamnosus GG (LGG) e HN001, Bifidobacterium breve M-16V e Bifidobacterium longum BB536 são algumas das cepas probióticas frequentemente usadas nos estudos com sucesso na redução da resposta inflamatória da pele. Mulheres que fazem uso de B. longum BL999 e L. paracasei ST11, durante 2 meses antes e após a data do parto também relatam menos episódios de DA em seus bebês. A tabela abaixo traz alguns outros probióticos investigados em vários estudos:

Efeito de probióticos no tratamento da dermatite atópica (Rather et al., 2016)

Efeito de probióticos no tratamento da dermatite atópica (Rather et al., 2016)

Diferentes estudos também mostram que entre 20 e 80% das pessoas com dermatite atópica apresentam alergias alimentares (Dhar & Srinivas, 2016). Leite de vaca, ovo de galinha, amendoim, trigo, soja, nozes e peixe são responsáveis ​​por> 90% das alergias alimentares em crianças com DA. A descoberta e evitação do alimento causador do problema reduz os sintomas da doença e isto é importante pois doenças autoimunes não tratadas podem desencadear outros problemas de saúde.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/