Probióticos no tratamento da dermatite atópica

A dermatite atópica (DA) é uma doença inflamatória da pele. Pode ocorrer em qualquer fase da vida mas é mais comum nas crianças. Caracteriza-se pelo comprometimento da integridade da barreira cutânea, aumento da resposta inflamatória local e diminuição das respostas de defesa contra micróbios patogênicos. É acompanhada por secura, descamação da pele e coceira. Em bebês aparece mais no rosto, tronco e abdomen. Em crianças e adolescentes surge nas dobras dos braços, atrás dos joelho, bem como nas pálpebras e região bucal. No adulto pode ser generalizada, na nuca ou por exemplo ter predomínio nas mãos.

A prevalência da doença varia consideravelmente entre os diferentes países, podendo atingir 20% das crianças em certos países desenvolvidos. A causa da dermatite atópica é multifatorial, ou seja, resulta da interação de vários fatores, quer do indivíduo (genética, alergias alimentares e respiratórias), quer do ambiente, tanto nas fases pré-natais quanto pós-natais (estresse, poluição, higiene excessiva com sabões antissépticos).

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico desta doença é clínico, feito por observação. A biópsia é menos comum, mas podem ser solicitados exames complementares nutrigenéticos e alergológicos. O tratamento envolve o uso de óleos hidratantes, pomadas que reduzam a inflamação da pele ou mesmo fármacos imunossupressores.

Atualmente muitos estudos também destacam o efeito dos probióticos na prevenção e no tratamento da DA. Probióticos são microrganismos vivos que, quando administrados em quantidades suficientes, conferem benefícios à saúde do hospedeiro. Contribuem para regular as reações de hipersensibilidade alérgica e equilibrar as respostas imunes. Lactobacillus rhamnosus GG (LGG) e HN001, Bifidobacterium breve M-16V e Bifidobacterium longum BB536 são algumas das cepas probióticas frequentemente usadas nos estudos com sucesso na redução da resposta inflamatória da pele. Mulheres que fazem uso de B. longum BL999 e L. paracasei ST11, durante 2 meses antes e após a data do parto também relatam menos episódios de DA em seus bebês. A tabela abaixo traz alguns outros probióticos investigados em vários estudos:

Efeito de probióticos no tratamento da dermatite atópica (Rather et al., 2016)

Efeito de probióticos no tratamento da dermatite atópica (Rather et al., 2016)

Diferentes estudos também mostram que entre 20 e 80% das pessoas com dermatite atópica apresentam alergias alimentares (Dhar & Srinivas, 2016). Leite de vaca, ovo de galinha, amendoim, trigo, soja, nozes e peixe são responsáveis ​​por> 90% das alergias alimentares em crianças com DA. A descoberta e evitação do alimento causador do problema reduz os sintomas da doença e isto é importante pois doenças autoimunes não tratadas podem desencadear outros problemas de saúde.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/