Alimentação do bebê prematuro

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Bebê prematuro ou pré-termo é aquele que nasce antes de 36 semanas e seis dias de gestação. Cerca de 9,2% dos nascimentos no Brasil são de prematuros.

O recém-nascido prematuro precisa crescer de forma semelhante ao feto normal de mesma idade gestacional. Porém, particularmente nos bebês que nascem com o peso muito abaixo do esperado, atingir as necessidades nutricionais não é tarefa fácil. A própria imaturidade fisiológica do trato digestório, a limitada coordenação dos reflexos de coordenação e deglutição, o esvaziamento gástrico e a motilidade intestinal diminuídos limitam a ingestão, digestão e absorção de nutrientes.

A nutrição enteral, administrada por sonda é indicada para bebês nascidos antes de 32 a 34 semanas gestacionais ou peso inferior a 1.500 g e também para recém-nascidos que apresentem condições como doenças neurológicas, doenças cardiorespiratórias, ventilação mecânica ou má formação buco-maxilar. Os volumes devem ser sempre pequenos afim de se testar a tolerância gastrintestinal e evitar complicações como a enterocolite necrotizante. Quando esta dieta enteral mínima não é capaz de fornecer os nutrientes necessários ao pelo crescimento e desenvolvimento do bebê, a mesma é feita paralelamente à nutrição parenteral. Na dieta enteral, as necessidades podem ser supridas pelo leite materno ou por fórmulas especializadas para prematuros.

Os benefícios do leite materno estão relacionados à melhora na defesa imunológica, na função gastrointestinal, no desenvolvimento mental e na diminuição do risco de sepse e de enterocolite. Nutricionistas e médicos com dúvidas sobre o cálculo da nutrição enteral ou parenteral podem consultar meu curso sobre a temática:

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Fibrose Cística e o estado nutricional infantil

A fibrose cística, ou mucoviscidose, é a doença genética letal mais comum em indivíduos brancos, sendo transmitida por ambos os genitores. Nesta doença, o funcionamento das glândulas exócrinas está comprometido e as substâncias por elas produzidas (muco, suor e enzimas pancreáticas) tornam-se mais espessas e de difícil eliminação. Com isso a função pulmonar e pancreática ficam comprometidas causando um efeito adverso sobre a ingestão alimentar, uma vez que muitas crianças tornam-se inapetentes e devido à absorção limitada de gorduras. O tratamento inclui a reposição de enzimas pancreáticas afim de evitar a diarréia crônica, fezes volumosas e fétidas e esteatorréia (perda de gordura nas fezes). Esta má absorção de gordura pode levar a perdas de vitaminas A, D, E e K. Os baixos níveis de vitamina A, relacionam-se a pior estado clínico e maior prejuízo da função pulmonar.

A hipovitaminose D aumenta a prevalência de osteoporose e fraturas ósseas. A deficiência de vitamina E aumenta a inflamação crônica pulmonar e a deficiência de vitamina K relaciona-se também para mais casos de osteoporose em decorrência do papel da vitamina K na formação da osteocalcina. Indivíduos fibrocísticos tem risco aumentado de deficiência de cloro e sódio, visto que as perdas estão aumentadas no suor principalmente durante dias quentes. A deficiência de ferro também é comum, sendo causada pela diminuição da ingestão alimentar, má absorção e infecção crônica.

A avaliação da condição nutricional deve ser feita no momento da doença já que quanto mais precoce melhor as chances de intervenção adequada. O intervalo de avaliação do paciente não deve ser maior que 3 meses. A dieta deve ser variada, hipercalórica, hiperlipídica e normoprotéica, com a reposição das enzimas pancreáticas.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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