Dia mundial da prematuridade

Hoje é o Dia Internacional da Sensibilização para a Prematuridade. A data é celebrada em mais de 50 países e tem como objetivo pensar estratégias para a prevenção da prematuridade, além de estratégias para apoiar pais de prematuros.

Nascem cerca de 15 milhões de bebês prematuros todos os anos no mundo, ou um a cada dez nascidos. Bebês prematuros são aqueles que nascem antes da 37a semana gestacional. Crianças que nascem antes das 28 semanas são as de maior risco. Até 30% morrem e, entre as sobreviventes, muitas acabam sofrendo de paralisia cerebral, problemas visuais ou auditivos.

Os pais também sofrem muito! Muitos bebês passam meses na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Porém, a licença maternidade pode não cobrir o período. É comum mulheres perderem o emprego pois são forçadas a optarem pela criança ou pelo trabalho.  

Este ano o congresso aprovou no Brasil projeto que altera a Consolidação das Leis do Trabalho para, nos casos de parto prematuro, o período de internação do bebê não ser descontado da licença-maternidade. O projeto está parado, aguardando designação de relator. Se concorda com ele pode dar seu apoio no site do senado federal.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

DHA e autismo

Alguns estudos de 2016 voltam a trazer resultados importantes acerca da suplementação de ômega-3 nos transtornos do espectro do autismo (TEAs). Estudos conduzidos nos Estados Unidos (Parletta, Niyonsenga e Duff, 2016) e no Canadá (Jory, 2016) mostraram que crianças com autismo possuem comumente carência de DHA, um tipo de gordura do tipo ômega-3, fundamental para o ótimo desenvolvimento do cérebro. A carência correlaciona-se diretamente com sintomas comuns dos TEAs. 

Estudo publicado em 2016 mostrou que a exposição pré-natal (durante a gestação) ao ácido valpróico (antiepiléptico) induz aberrações neurocomportamentais em camundongos. A suplementação de ácido docosahexaenóico (DHA) recuperou células afetadas, aumentou o número de neurônios maduros no hipocampo. Os dados sugerem que a suplementação de DHA tem um papel neuroprotetor importante, melhorando inclusive disfunções de aprendizagem e memória (Gao et al., 2016).

A suplementação de DHA na gestação protegeu camundongos dos efeitos deletérios de virus e melhorou o comportamento após o nascimento (Weiser et al., 2016). O ideal é que a suplementação seja feita ainda na gestação, fase de acelerado neurodesenvolvimento. Bebês prematuros não produzem ômega-3 até a idade em que completariam 33 semanas intrauterinas. Se a mãe estiver amamentando é importante que sua alimentação seja suplementada com ômega-3. Se não puder amamentar sugere-se a suplementação dos bebês (Makrides et al., 2009) . A suplementação em crianças parece também melhorar o déficit de atenção (Sorgi et al., 2007) Contudo, a suplementação tardia nem sempre resulta em bons resultados.

Por exemplo, pesquisa publicada em 2015 na revista Molecular Autism, mostrou que a suplementação de 1,5g de EPA e DHA para 38 crianças com idades entre 2 e 5 anos não resultou em melhoria de sintomas como agressividade e hiperatividade após 6 meses. A suplementação de ômega-3 também não foi capaz de melhorar tais sintomas em adultos (Mankad et al., 2015). Revisão sistemática publicada em 2011 também apontou o mesmo resultado (Bent, Bertoglio e Hendren, 2009).  

Caso opte-se pela suplementação é importante a escolha de um produto livre de mercúrio, metal tóxico que afeta o desenvolvimento. Marcas mais ricas em DHA também são sugeridas.

Para saber mais sobre a temática acesse o curso online.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Alimentação do bebê prematuro

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Bebê prematuro ou pré-termo é aquele que nasce antes de 36 semanas e seis dias de gestação. Cerca de 9,2% dos nascimentos no Brasil são de prematuros.

O recém-nascido prematuro precisa crescer de forma semelhante ao feto normal de mesma idade gestacional. Porém, particularmente nos bebês que nascem com o peso muito abaixo do esperado, atingir as necessidades nutricionais não é tarefa fácil. A própria imaturidade fisiológica do trato digestório, a limitada coordenação dos reflexos de coordenação e deglutição, o esvaziamento gástrico e a motilidade intestinal diminuídos limitam a ingestão, digestão e absorção de nutrientes.

A nutrição enteral, administrada por sonda é indicada para bebês nascidos antes de 32 a 34 semanas gestacionais ou peso inferior a 1.500 g e também para recém-nascidos que apresentem condições como doenças neurológicas, doenças cardiorespiratórias, ventilação mecânica ou má formação buco-maxilar. Os volumes devem ser sempre pequenos afim de se testar a tolerância gastrintestinal e evitar complicações como a enterocolite necrotizante. Quando esta dieta enteral mínima não é capaz de fornecer os nutrientes necessários ao pelo crescimento e desenvolvimento do bebê, a mesma é feita paralelamente à nutrição parenteral. Na dieta enteral, as necessidades podem ser supridas pelo leite materno ou por fórmulas especializadas para prematuros.

Os benefícios do leite materno estão relacionados à melhora na defesa imunológica, na função gastrointestinal, no desenvolvimento mental e na diminuição do risco de sepse e de enterocolite. Nutricionistas e médicos com dúvidas sobre o cálculo da nutrição enteral ou parenteral podem consultar meu curso sobre a temática:

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/