Durante o ciclo mensal acontece uma comunicação hormonal constante entre o útero, os ovários e o sistema nervoso central (hipófise), preparando o corpo para uma possível gravidez. Durante o mês, a produção de estrogênios pelos folículos ovarianos estimula o crescimento e a irrigação sanguínea da parede do útero, como forma de preparação para a implantação do óvulo, caso tenha sido fecundado.
As membranas destas células contêm, entre outras substâncias inflamatórias (prostaglandinas) que são responsáveis pela sensação de dor e desconforto no período pré-menstrual. No caso de não haver fecundação do óvulo, os níveis de progesterona e estrogênios caem, fazendo a parede uterina descamar e liberando as prostaglandinas. Com isso, surgem as cólicas, o inchaço, as dores de cabeça, náuseas e, às vezes até vômitos e diarreia. Claro, as variações hormonais ao longo do mês diferem de mulher para mulher, desencadeando sintomas com diferentes intensidades.
A alimentação é a grande aliada das mulheres que sofrem durante o período pré-menstrual. Uma dieta antiinflamatória modula os níveis estrogênios, os quais estimulam a produção de prostaglandinas. Estudos mostram que uma alimentação rica em fibras e pobre em gorduras saturadas e açúcares está relacionada a menores níveis de estrogênicos e menos desconforto para as mulheres.
Por isso, capriche no consumo de frutas e verduras como abóbora, cenoura, nabo, couve, espinafre, agrião, cebola, alho, leguminosas (feijão, lentilha, ervilha, grão de bico), açaí, uvas roxas, alho cebola, açafrão, melancia. Reduza o consumo de alimentos ricos em gorduras saturadas como laticínios integrais, carnes gordas e banha de porco. Reduza também o consumo de alimentos processados açucarados (resfrigerantes, doces, biscoitos e bolos). Café e álcool também parecem agravar as cólicas menstruais.
Fora isso, verifique com seu nutricionista se está consumindo quantidades adequadas de vitamina E e vitamina B6. Em casos de carência, a suplementação reduz a intensidade dos sintomas.
Chás antiinflamatórios também são uma boa pedida para a redução das cólicas e do inchaço. Por exemplo, o chá de erva-doce é tão eficaz como antiinflamatórios como o ibuprofeno. Contudo, mulheres que consomem aumentam a dose do chá podem sangrar 10% a mais.
Para cólicas vá de gengibre. Ele reduz caibras e também o sangramento. Uma colher de chá em pó ao dia (na comida ou chás) já ajuda bastante. Em relação a fitoterápicos, existem vários estudos com o Vitex agnus castus (Zamani, Neghab & Torabian, 2012; Cerqueira et al., 2017; Rafieian-Kopaei & Movahedi, 2017), um pequeno arbusto, amplamente distribuído na região do Mediterrânea da Europa e na Ásia Central.
As partes utilizadas para fins medicinais são os frutos secos maduros e extratos. Seus constituintes são flavonóides (casticina, isovitexina, orientina), iridóides (aucubina, agnuside, eurostide) e óleos voláteis (monoterpenos e sesquiterpenos) com propriedades antiinflamatórias. Em geral, a dose diária de 20 mg parece ser a mais eficaz (Schellenberg et al., 2012). Consulte seu nutricionista para individualização.
Óleos essenciais também podem ser utilizados no tratamento. Os mais recomendados são camomila, rosa, lavanda, jasmim, manjerona, sálvia-esclareia. Aprenda mais sobre o uso em meu curso online.
Leia mais sobre a nutrição para o combate dos sintomas da TPM:
Correção de carências nutricionais
Se você tem TPM forte todo mês, faça uma avaliação de carências nutricionais (exames bioquímicos e genéticos ajudam bastante). Se for o caso, seu nutricionista poderá prescrever, dependendo de suas necessidades:
Cálcio elementar
Piridoxal 5 fosfato
Vitamina D3
Magnésio elementar
Outros suplementos que garantem dias mais tranquilos:
Serenzo (extrato da laranja Citrus sinensis)
Vitex agnus castus
5HTP ou griffonia simplicifolia
Óleo de prímula