Alimentação e suplementação no tratamento da endometriose

A endometriose é uma doença crônica, dependente de estrógeno, que acomete principalmente mulheres por volta dos 30 anos, apesar de estar sendo cada vez mais frequente nas mais jovens. Se não tratada e diagnosticada pode levar a infertilidade, além de aumentar o risco de desenvolvimento de câncer de ovário e mama. 

6 tipos de dores causadas pela endometriose

A endometriose pode vir ou não acompanhada de dores. Na maioria das vezes, uma ou mais dessas 6 dores aparecem (são os 6 Ds da endometriose):

  1. Dor menstrual progressiva e, muitas vezes, incapacitante (não dá para trabalhar ou estudar)

  2. Dor ao urinar ou evacuar

  3. Dor durante ou após as relações sexuais

  4. Dor pélvica crônica

  5. Dores na lombar ou nos ombros

  6. Dor nos membros inferiores (pernas ou nádegas)

Causas da endometriose

Fatores genéticos, imunológicos, inflamatórios e exposição a toxinas ambientais parecem colaborar para o desenvolvimento da doença. Além disso, deficiências de nutrientes, como vitamina D, vitamina K, antioxidantes e ácidos graxos ômega-3 também associam-se a maior risco de endometriose. 

Estudam-se polimorfismos genéticos associados diretamente à endometriose e também indiretamente. Por exemplo, variações genéticas que alteram enzimas relacionadas ao metabolismo da vitamina D - especialmente alelo A para os SNPs rs2060793 e rs12794714 do gene CYP2R1 - aumentam o risco de deficiência de vitamina D e a predisposição à endometriose (Varandas, 2021).

Cuidar do intestino e da alimentação é muito importante

Como a endometriose está relacionada a uma inflamação crônica e maior estresse oxidativo, cuidar do intestino é fundamental. A disbiose intestinal não ajuda no tratamento. Existe também a microbiota do endométrio que será saudável se a microbiota intestinal e vaginal estiver saudável. Além de alimentos fermentados e probióticos, uma dieta rica em fibras que melhore essa microbiota é muito interessante.

Dependendo da dieta, das dores e das questões genéticas que podem favorecer uma maior produção de interleucinas e prostaglandinas, pode ser interessante a suplementação de curcumina e ômega-3 em maior quantidade. Além disso, é bom avaliar se a pessoa possui alergias e intolerâncias alimentares. Podem ser avaliados os genes HLA. Dependendo da genética pode ser essencial a exclusão do glúten.

Entender a capacidade de eliminação de toxinas também é fundamental e entender genes relacionados à destoxificação faz parte do acompanhamento nutricional de precisão. Tendência a hipo e hipermetilação também são importantes de serem estudadas. Dependendo da genética, algumas pacientes precisarão de vitaminas B9 e B12 em maior quantidade e em formas mais biodisponíveis para corrigir o metabolismo.

2 SUPLEMENTOS PARA O TRATAMENTO DA ENDOMETRIOSE

Um composto extraído de plantas amazônica, como a unha-de-gato (Uncaria tomentosa) e batizado de Miodesin® tem contribuído para o tratamento de miomas uterinos e da endometriose. As plantas utilizadas no fitocomplexo são ricas em taninos e alcalóides com atividades antiinflamatória, antioxidante, antitumoral e imunoestimulante. O fitoterápico unha-de-gato ser prescrito por nutricionista para uso oral ou por médico ginecologista para uso intravaginal, misturado a um veículo (Pentravan®) que permite a absorção pela pele.

Como a aromatase é mais abundante em mulheres com endometriose, o uso de inibidores de aromatase, como crisina, também é aconselhado, podendo ajudar a tratar mesmo casos mais graves.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
Tags ,