Uso do óleo de prímula para tratamento da mastalgia (dor nas mamas)

Perguntei em uma farmácia de Portugal se tinham óleo de prímula. Disseram que não. Fui a outra, disseram que não. Achei estranho. Depois percebi que em Portugal o óleo de prímula é conhecido como óleo de Onagra, que é super fácil de encontrar. Mas quais são as propriedades deste produto?

O óleo de prímula é comum e bastante prescrito por ser rico em ácido gamalinolênico (GLA), um tipo de lipídio com propriedades antiinflamatórias. O óleo é extraído das sementes da flor de prímula, originada da América do Norte e Inglaterra.

O GLA aumenta a defesa imune, regula a ação de neurotransmissores, possui ação vasodilatadora e é bastante eficiente para o tratamento dos sintomas da tensão pré-menstrual (TPM), principalmente para redução da mastalgia (dor nos seios).

A fase lútea do ciclo menstrual é caracterizada pela liberação do óvulo de dentro do ovário. O estradiol, um dos hormônios estrogênicos, exerce ação vasodilatadora e a progesterona aumenta a permeabilidade dos vasos, facilitando a passagem de fluido para o espaço entre as células. Dependendo da quantidade de líquido acumulado nas mamas, pode surgir desconforto, sensação de peso, inchaço e dor (Nunes, Conde & Sousa, 2012). 

Entre 45 e 70% das mulheres apresentam dor localizada nos seios durante a vida reprodutiva. O GLA é a substância de primeira escolha no tratamento da mastalgia. O uso de suplementos como óleos de prímula e/ou de borragem fornecem GLA. Em geral, o efeito é muito rápido mas é comum a recomendação de uso por 4 a 6 meses, com reavaliação da sintomatologia para decisão acerca a manutenção ou não da suplementação.

No primeiro mês recomenda-se a dosagem de 1 g de óleo de onagra / prímula ou óleo de borragem. A partir do 61º dia, reduza a dose para 500 mg por dia durante os 10 dias que antecedem a menstruação. Após a menstruação a dosagem sobe novamente para 1g. Para individualização consulte um ginecologista ou converse com seu nutricionista.

EFEITOS ADVERSOS DO USO DO ÓLEO DE PRÍMULA

Possíveis efeitos colaterais da suplementação de óleo de prímula incluem dor de cabeça, dor abdominal, vômito ou diarreia. O óleo também é contra-indicado para pessoas alérgicas às plantas da família das onagráceas. Além disso, o óleo de prímula não deve ser tomado por pessoas fazendo uso de alguns medicamentos, incluindo:  cloropromazina (Thorazine ®), tioridazina (Mellaril ®), trifluoperazina (Stelazine ®), flufenazina (Prolixin ®), porque aumentam o risco de convulsões.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/