Benefícios da dieta sem leite

Hipócrates descreveu a primeira reação adversa ao leite de vaca há mais de 2.000 anos. Mesmo assim, tanto tempo depois o leite de vaca continua sendo indiscriminadamente sendo oferecido a bebês nos primeiros 6 meses de vida. Com isso, aumenta-se a chance de alergias, problemas autoimunes e anemia ferropriva (por deficiência de ferro).

Receba a newsletter semanal. Dra. Andreia Torres é nutricionista, mestre em nutrição, doutora em psicologia clínica, especialista em yoga.

Tudo bem, o leite de vaca é rico em aminoácidos e cálcio mas vimos também que isto não é suficiente para a manutenção de ossos fortes. Felizmente, são muitas as opções de origem vegetal também ricas em aminoácidos (como leguminosas, nozes, castanhas, sementes, cogumelos) e cálcio (como sementes e vegetais verde escuros), tornando-se opções para quem tem alergia ao leite ou intolerância a lactose.

Alergias alimentares, ou hipersensibilidades alimentares, resultam da reação exagerada do sistema imunológico a proteínas que, para a maioria das pessoas, são inofensivas. As alergias podem se manifestar como um espectro de sintomas, variando de coceira, vermelhidão e inchaço para reações mais leves, a vômitos, diarreia, dificuldade para respirar e outros sintomas potencialmente fatais para reações graves.

Além do auto-relato, as alergias alimentares podem ser diagnosticadas expondo os pacientes a vestígios de proteínas agressoras, ou alérgenos, por meio da boca ou da pele e observando suas reações imediatas. Exames de sangue podem dosar os níveis de imunoglobulina E, ou IgE, um anticorpo especializado que o sistema imunológico usa para identificar alérgenos e desencadear uma resposta.

Embora indivíduos saudáveis possam ter níveis baixos de IgE no sangue, pacientes com alergias alimentares têm níveis muito mais altos que aumentam o risco de reações alérgicas graves. Os alérgenos alimentares também podem afetar o cérebro, cognição, humor e comportamento. Pesquisadores já mostravam isso no início da década de 90, como no livro "Is this your child" publicado em 1991.

Na foto vemos o desenho de uma criança com alergia ao leite e após a exclusão do leite da dieta. O livro também traz desenhos de criança com alergia a outros alimentos como ovo, milho... Estudos recentes vem confirmando que vários alérgenos aumentam o risco de neuroinflamação, depressão, comportamentos agressivos, ansiedade...

Para crianças maiores de 2 anos, adolescentes e adultos as alternativas incluem leite de coco, leite de soja, leite de amêndoas, kefir, leite de aveia. Bebês devem ser amamentados (preferencialmente até os 2 anos). No caso de impossibilidade de amamentação as melhores alternativas deverão ser discutidas com o pediatra ou nutricionista infantil.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Dieta para ganhar peso

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Da mesma forma que existem dietas malucas para emagrecer, existem também as loucuras feitas por quem quer engordar. O baixo peso é definido como um índice de massa corporal (IMC) inferior a 18,5 kg/m2. 

Algumas pessoas são naturalmente muito magras, mas ainda são saudáveis. Porém, outras pessoas, quando estão muito magras sofrem com problemas que incluem prejuízo da função imunológica, maior risco de infecções e osteoporose, disfunções na produção hormonal e na fertilidade, sarcopenia, demência e também maior mortalidade. 

Além da genética existem várias outras causas para alguém estar abaixo do peso considerado ideal incluindo desordens alimentares, hipertireoidismmo, doença celíaca, diabetes tipo 1, certos tipos de câncer, parasitoses, tuberculose, HIV/AIDS.

Agora, para ganhar peso de forma saudável não dá para viver a base de chocolate, refrigerante, bolo, leite condensado e pizza. Até porque é muito importante ganhar músculo e não só gordura. Comendo alimentos muito ricos em carboidratos simples e gorduras o magro vira um magro com barriga, com gordura acumulada na região abdominal, a mais perigosa. Lembre que existem pessoas magras com diabetes tipo 2, comm hipertensão ou outros problemas metabólicos associados à má alimentação.

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É importante então consultar um nutricionista para que seja calculada uma dieta apropriada. Quem quer ganhar peso precisará consumir mais calorias do que gasta, precisará também praticar atividade física e consumir nutrientes suficientes para gerar ganho de massa magra.  Carboidratos, proteínas, ácidos graxos essenciais, vitaminas, minerais, água adequadamente distribuídos ao longo do dia proporcionam resultados mais positivos.

O jejum intermitente está na moda mas para quem quer ganhar peso não é uma boa ideia. Coma com mais frequência incluindo em sua dieta castanhas e sementes, frutas (como abacate, açaí, banana) e frutas secas, laticínios, óleos vegetais, aveia, arroz integral, tubérculos, leguminosas e outras fontes de proteína (carnes, ovos, quinoa, cogumelos...).

Se você tem dificuldade em aumentar o volume das suas refeições evite beber água com a comida pois sentirá menos fome, sirva-se em pratos maiores, converse com seu nutricionista acerca de suplementos que possa te ajudar (whey protein ou proteínas vegetais isoladas, creatina, weight gainers...).

Por fim, durma bem. Sem dormir você produz muito cortisol e não recupera bem a musculatura que foi trabalhada durante sua atividade física. 

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Dieta antifermentativa e yoga reduzem os sintomas da Síndrome do Intestino Irritável

A síndrome do intestino irritável é uma condição digestiva complexa e crônica que interfere com a vida de muita gente. Os sintomas são variáveis e incluem dor abdominal de moderada a intensa, náuseas, gases, constipação ou diarreia. No último vídeo falei sobre as causas e tratamento nutricional da SII. 

Hoje gostaria de complementar com os resultados de um estudo publicado neste mês e que mostrou que dietas livres em FODMAPs (carboidratos fermentáveis) e a prática de yoga contribuem para o alívio dos sintomas (Schumann et al., 2018). 

Durante a pesquisa 59 paceintes com SII foram divididos em dois grupos. O primeiro participou de aulas de hatha yoga e o segundo seguiu uma dieta limitada em carboidratos fermentáveis. FODMAP (fermentable oligosaccharides, disaccharides, monosaccharides and polyols) é a abreviação para  um conjunto de carboidratos fermentáveis e de difícil digestão para algumas pessoas. Os FODMAPs (Oligossacarídeos, Dissacarídeos, Monossacarídeos e Polióis Fermentáveis) encontram-se em vários alimentos e quando não são digeridos e absorvidos, podem ser fermentados por bactérias do intestino grosso, produzindo os sintomas anteriormente descritos.

DIETA PARA LIVRAR-SE DOS GASES

A dieta anti-fermentativa limita os alimentos que contêm lactose (laticínios), frutose (frutas, mel, xarope de milho), frutanos (trigo, alho, cebola etc), galactanos (leguminosas como feijão, lentilha, soja) e polióis (presentes nos adoçantes contendo isomalte, manitol, sorbitol, xilitol, e frutas como damasco, abacate, cerejas, nectarina, pêssego e ameixa). Um nutricionista experiente fará seu acompanhamento e avaliará sua tolerância a estes compostos por meio de dietas de eliminação.

PRÁTICAS INTEGRATIVAS E BEM ESTAR

No estudo em questão ambos os grupos (Yoga ou dieta pobre em FODMAP) beneficiaram-se e os sintomas foram reduzidos, significando mais opções para quem sofre com os desconfortos gastrointestinais.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/