Hipócrates descreveu a primeira reação adversa ao leite de vaca há mais de 2.000 anos. Mesmo assim, tanto tempo depois o leite de vaca continua sendo indiscriminadamente sendo oferecido a bebês nos primeiros 6 meses de vida. Com isso, aumenta-se a chance de alergias, problemas autoimunes e anemia ferropriva (por deficiência de ferro).
Tudo bem, o leite de vaca é rico em aminoácidos e cálcio mas vimos também que isto não é suficiente para a manutenção de ossos fortes. Felizmente, são muitas as opções de origem vegetal também ricas em aminoácidos (como leguminosas, nozes, castanhas, sementes, cogumelos) e cálcio (como sementes e vegetais verde escuros), tornando-se opções para quem tem alergia ao leite ou intolerância a lactose.
Alergias alimentares, ou hipersensibilidades alimentares, resultam da reação exagerada do sistema imunológico a proteínas que, para a maioria das pessoas, são inofensivas. As alergias podem se manifestar como um espectro de sintomas, variando de coceira, vermelhidão e inchaço para reações mais leves, a vômitos, diarreia, dificuldade para respirar e outros sintomas potencialmente fatais para reações graves.
Além do auto-relato, as alergias alimentares podem ser diagnosticadas expondo os pacientes a vestígios de proteínas agressoras, ou alérgenos, por meio da boca ou da pele e observando suas reações imediatas. Exames de sangue podem dosar os níveis de imunoglobulina E, ou IgE, um anticorpo especializado que o sistema imunológico usa para identificar alérgenos e desencadear uma resposta.
Embora indivíduos saudáveis possam ter níveis baixos de IgE no sangue, pacientes com alergias alimentares têm níveis muito mais altos que aumentam o risco de reações alérgicas graves. Os alérgenos alimentares também podem afetar o cérebro, cognição, humor e comportamento. Pesquisadores já mostravam isso no início da década de 90, como no livro "Is this your child" publicado em 1991.
Na foto vemos o desenho de uma criança com alergia ao leite e após a exclusão do leite da dieta. O livro também traz desenhos de criança com alergia a outros alimentos como ovo, milho... Estudos recentes vem confirmando que vários alérgenos aumentam o risco de neuroinflamação, depressão, comportamentos agressivos, ansiedade...
Para crianças maiores de 2 anos, adolescentes e adultos as alternativas incluem leite de coco, leite de soja, leite de amêndoas, kefir, leite de aveia. Bebês devem ser amamentados (preferencialmente até os 2 anos). No caso de impossibilidade de amamentação as melhores alternativas deverão ser discutidas com o pediatra ou nutricionista infantil.