Tratamento da síndrome do intestino irritável

A síndrome do intestino irritável é uma condição digestiva complexa que interfere com a vida de muita gente. Os sintomas são variáveis e incluem dor abdominal de moderada a intensa, náuseas, gases, constipação ou diarreia.

Subtipos da síndrome do intestino irritável

SII - distúrbio funcional

SII-C - inclui constipação

SII-D - inclui diarreia

SII-M - misto

Causas da síndrome do intestino irritável

Diferentes polimorfismos (variações genéticas presentes) são comuns em portadores de síndrome de intestino irritável, tanto na forma constipada quando na forma diarréica (SII-C e SII-D). Os polimorfismos mais estudados são descritos na tabela a seguir:

Estes polimorfismos estão relacionadas a controle de inflamação, hiperpermeabilidade intestinal, sensibilidade visceral, função de receptores de ácidos biliares etc (Camilleri et al., 2022).

Fatores de risco para SII (Mahurkar-Joshi, Chang, 2020)

Algumas características de personalidade também podem aumentar o risco de desenvolver a síndrome do intestino irritável. Pessoas mais rigorosas, meticulosas, perfeccionistas ou neuróticas sofrem mais da doença. Isso acontece porque certos estados emocionais interferem na conexão cérebro-intestino. Eventos adversos como traumas de infância, relacionamentos tóxicos, estresse físico e psicológico também podem influenciar negativamente a conexão bidirecional entre seu cérebro e intestino. Por isso, para modular intestino são necessárias estratégias nutricionais e não nutricionais (psicoterapia, exercício físico, meditação, yoga).

Tratamento nutricional da síndrome do intestino irritável

A dieta não cura a síndrome, mas pode contribuir para seu alívio já que alguns hábitos podem agravar os sintomas apresentados. Evite o (1) consumo de alimentos ou bebidas com alto conteúdo de carboidratos simples, (2) a desidratação, (3) o consumo de laticínios caso tenha alergia ao leite ou intolerância à lactose, (4) o consumo excessivo de fibras, (5) o consumo de grandes quantidades de gorduras e alimentos gordurosos, (6) o abuso da cafeína, (7) o uso de adoçantes artificiais, (8) o consumo de suplementos não indicados por seu nutricionista, como bicarbonato ou citrato de sódio e (9) o consumo de carboidratos fermentáveis (FODMAPs) durante o período de crise.

FODMAP (fermentable oligosaccharides, disaccharides, monosaccharides and polyols) é a abreviação para um conjunto de carboidratos fermentáveis e de difícil digestão para algumas pessoas. Os FODMAPs (Oligossacarídeos, Dissacarídeos, Monossacarídeos e Polióis Fermentáveis) encontram-se em vários alimentos e quando não são digeridos e absorvidos, podem ser fermentados por bactérias do intestino grosso, produzindo gase e desconforto abdominal.

Fases da dieta antifermentativa

Na PRIMEIRA FASE, são eliminados temporariamente os alimentos ricos em FODMAPs (alho, cebola, trigo, mel, maçã) para que o paciente sinta um alívio dos sintomas.

A SEGUNDA FASE consiste na reintrodução gradativa e individual destes grupos alimentares de modo a identificar quais os alimentos-gatilhos que desencadeiam o aparecimento dos sintomas.

Por fim, na TERCEIRA FASE são reintroduzidos à dieta do paciente todos os alimentos que foram bem tolerados ao serem testados na fase anterior atendo às necessidades nutricionais individualizadas.

Alguns estudos indicam que o óleo essencial de hortelã pimenta alivia os sintomas, assim como o uso do psyllium, no caso de pacientes constipados. Como cafeína e álcool são possíveis gatilhos para a síndrome do intestino irritável, devem ser evitados.

Tratamento da constipação

A constipação (ou obstipação) intestinal é um termo utilizado para caracterizar um intestino mais preso. Nos últimos 3 meses você apresentou dois ou mais destes sintomas?

1) Esforço para evacuar

2) Fezes do tipo 1 e 2 na escala de Bristol

3) Sensação de evacuação incompleta

4) Necessidade de bancos ou posição de cócoras para evacuar

5) Menos de 3 evacuações espontâneas por semana

Se respondeu afirmativamente a pelo menos 3 questões você tem, sim, constipação. O tratamento depende da adoção de hábitos saudáveis. Diminua o consumo de alimentos contendo farinhas e leite. Aumente o seu consumo de água e fibras e alimentos fermentádos. Reduza o estresse, faça atividade física e converse com o seu nutricionista sobre a probioticoterapia. Também pode ser necessário o uso de enzimas para melhoria da digestão, tratamento da inflamação intestinal, suporte nutricional para biogênese mitocondrial e/ou constipação.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Síndrome do intestino irritável não tratada aumenta o risco de declínio cognitivo e demência

Apesar de ser um dos distúrbios digestivos mais comuns entre adultos, a SII (Síndrome do Intestino Irritável) ainda não é completamente compreendida. O que sabemos é se seu estômago dói depois de comer, você sofre com diarreia consistente ou explosiva, ou está enfrentando outros problemas digestivos e não consegue identificar o motivo, pode estar apresentando sintomas da SII. Sua identificação nem sempre é fácil pois os sintomas não são sempre os mesmos. Você também pode apresentar inchaço abdominal, gases, constipação intercalada com diarreia, presença de muco nas fezes.

A SII parece ocorrer com mais frequência em mulheres jovens e de meia-idade, mas homens e mulheres podem desenvolver sintomas de SII a qualquer momento desde a infância até a velhice. É o que chamamos de distúrbio funcional – ou seja, o trato digestivo não funciona como deveria.

Pacientes com SII também têm maior risco de comorbidades, sejam doenças constitucionais ou mentais, resultando em declínio na qualidade de vida e aumento nos gastos médicos. O eixo microbioma-cérebro-intestino é composto pelo sistema nervoso central, sistemas neuroendócrino e neuroimune, sistema nervoso autônomo, sistema nervoso entérico (ENS) e microbioma intestinal. O cérebro pode influenciar a motilidade, sensação e secreção no trato digestivo por meio de sinalização entre neurônios, hormônios e citocinas. Além disso, o trato GI pode modular a função cerebral reciprocamente através do mesmo mecanismo. Estudos mostram que um intestino ruim e negligenciado ao longo da vida aumenta o risco de declínio cognitivo e demência (Chen, Lin, & Kao, 2016).

Entre as causas da SII estão problemas na musculatura ou inervação intestinal. Se há problemas, a pessoa pode sentir espasmos, as contrações dos músculos são mais longas, mais fortes e muitas vezes dolorosas. Podem causar diarreia. Quando desaceleram em um mecanismo de defesa, você fica constipado. É como se a pessoa vivesse sob um efeito ioiô, entre extremos.

Outras causas incluem inflamação intestinal, infecção bacteriana e mudanças na microbiota. A SII é crônica (de longo prazo) e costuma ser recorrente, voltando de tempos em tempos quando a pessoa muda a alimentação, está mais estressada ou pega uma infecção. Portanto, o tratamento inclui a adoção de um estilo de vida saudável, com dieta, atividade física, boa hidratação, gerenciamenteo do estresse, massagens, para evitar novos quadros. Nos períodos agudos de mal estar podem ser necessários medicamentos e suplementos, como probióticos.

PREVENÇÃO E REVERSÃO DO DECLÍNIO COGNITIVO

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Tratamento de crianças com síndrome do intestino irritável

A síndrome do intestino irritável (SII) é um distúrbio funcional que afeta uma grande proporção da população em todo o mundo. Fatores genéticos e epigenéticos, estresse, qualidade da dieta, sensibilidades alimentares, exposição à toxinas são alguns dos fatores associados à SII.

A dieta deve ter características antiinflamatórias, limitando a ingestão de alimentos “ofensivos” que desencadeiem alterações intestinais e sintomas como gases, diarreia ou prisão de ventre. Dentre as estratégias preconizadas a redução do consumo de alimentos fermentáveis (FODMAPs) até melhoria parece bastante eficiente.

Estudo mostrou que simbióticos podem ser utilizados em crianças, trazendo alívio principalmente para aquelas com subtipo mais constipado.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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