O que matou a população em 2017?

A dieta pobre em frutas e verduras foi o primeiro fator a matar mais pessoas em 2017! Depois veio a pressão alta, o tabagismo e o consumo de açúcar.

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Dentre os principais fatores de risco dietéticos para saúde estão comer alimentos processados cheios de sal, comer pouco grão integral, pouca fruta, pouca castanha e semente, poucos vegetais e pouco ômega-3, principalmente:

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Pode ser que ao longo dos anos o genoma humano adapte-se aos alimentos ultraprocessados. Porém, no momento as evidências são de que o consumo de mais alimentos ultraprocessados tem contribuído para o aumento da incidência de doenças autoimunes, metabólicas e até do sistema nervoso central.

Empresas como Coca-Cola, Pepsico, Kraft, Unilever, General Mills, Nestlé, Mars, Kellogg, Proctor & Gamble e Johnson & Johnson sempre patrocinaram pesquisas na área de nutrição. Já fui em congresso em que lobistas da pepsi estavam ali especificamente para rebater arrogantemente e agressivamente cientistas que mostravam dados correlacionando o consumo de refrigerantes e outros produtos industrializados com várias doenças.

Em 1965, essas corporações levantaram a hipótese de que alimentos ultraprocessados seriam melhores do que alimentos reais. As mães eram aconselhadas a não amamentar e fornecer fórmulas infantis "muito superiores". Gerações de crianças conviveram com o aumento da asma, da obesidade, de alergias evitáveis, de problemas intestinais...

O que é um alimento ultraprocessado? De acordo com Robert Lusting, são aqueles produzidos em massa (para enriquecer a indústria e não sua saúde), cheios de corantes e conservantes para durarem bastante e poderem ser exportados para todo canto do globo. Costumam ter muito menos fibras, w-3, micronutrientes, antioxidantes, excesso de aminoácidos, açúcar ou adoçante, emulsificantes, gorduras ruins, sal, frutose ou nitratos.

A coca-cola diet não salvou o mundo da obesidade. Os shakes para emagrecimento também não. Podemos sim consumir estes alimentos em momentos especiais, de festas, de viagens. Imagine mandar frutas e verduras frescas para uma região em guerra. Impossível. Aí entram os empacotados, enlatados, guloseimas que duram muito. Há sim os momentos em que queremos tomar um sorvete, comer um chocolate. Mas no dia a dia não engane-se: estes alimentos não te deixarão no seu melhor.

Estudo com mais de 450.000 pessoas de 10 países europeus mostrou que a redução de 10% dos alimentos ultraprocessados (refrigerantes, balas, sorvetes, alimentos defumados etc) reduz risco de câncer de cabeça, pescoço, esôfago, intestino, mama... (Kliemann et al., 2023).

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Romã: prosperidade no ano novo e prevenção do Alzheimer

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A fruta romã, por sua abundância de sementes, simboliza a prosperidade. Simpatias são feitas no ano novo com as pessoas comendo a fruta e guardando as sementes na carteira para garantir dinheiro durante o ano que chega.

Mas não vale guardar 7 sementes e jogar todo o resto fora. A romã é uma fruta riquíssima em antioxidantes. Você pode utilizá-la em saladas, no suco (puro ou batido com outras frutas como laranja, limão, uva, kiwi, melão, abacaxi ou maçã), em vitaminas, smoothies... A romã também pode ser batida com vegetais (como cenoura ou aipo), colocada no suco verde, no iogurte, em mousses, pudins ou no cheesecake. Sucos com romã reduzem a oxidação que interfere no metabolismo da glicose. Com isso, o risco de diabetes tipo 2 diminui (Sohranb et al., 2017). 

Não jogue fora a casca da romã

As cascas de romã são caracterizadas com quantidades substanciais de compostos fenólicos, incluindo flavonóides (antocianinas, catequinas e outros flavonóides complexos) e taninos hidrolizáveis (punicalina, pedunculagina, punicalagina, ácido gálico e ácido elágico) (Ismail et al., 2012). Os componentes anti-inflamatórios da casca de romã reduzem significativamente a produção de NO e PGE2, inibindo a expressão de citocinas pró-inflamatórias. Use a casca para fazer chá.

Receba a newsletter semanal. Dra. Andreia Torres é nutricionista, mestre em nutrição, doutora em psicologia clínica, especialista em yoga.

Tanto o suco quanto a casca da fruta são ricos em flavonóides, substâncias que auxiliam na prevenção do Alzheimer. Estes antioxidantes impedem a morte dos neurônios por inibirem a atividade da acetilcolinesterase em até 77% e reduzirem o acúmulo de placas de beta amilóide em torno de 11% (Morzelle, 2016).

Mas como a casca da romã apresenta níveis 10 vezes mais elevados de compostos fenólicos do que a polpa, não desperdice. Para sua saúde no ano todo consuma a fruta toda! A casca pode ser utilizada em chás (puro ou com gengibre).

Para começar o ano com o pé direito, além de consumir a romã, faça uma retrospectiva e agradeça a tudo o que aconteceu de bom. Eu tenho muitas coisas a agradecer. Minha família e meus amigos são fonte de aconchego, amor e inspiração. Meu trabalho como pesquisadora me dá satisfação e um senso de propósito. Este site, assim como minhas redes sociais (Facebook, YouTube) e meus cursos online me conectam com uma comunidade incrível que cresce a cada dia. Tudo isso também me enche de expectativa e emoção para começar tudo de novo ano que vem.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Dicas para quem deseja parar de tomar refrigerantes

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Sua promessa de saúde para o ano que vai começar é deixar de tomar refrigerantes? É uma boa promessa. Refrigerantes são uma mistura de água com compostos como corantes, conservantes, adoçantes ou açúcares.

Se você toma um refrigerante convencional e tem dificuldade de visualizar a quantidade de carboidrato que ingere em uma única lata faça o seguinte: despeje 10 colheres de chá na pia da sua cozinha. Essa bagunça toda é a quantidade de açúcar que entrará rapidamente em seu sangue. O que isso significa? Basta lembrar que em nosso corpo circula normalmente uma única colher de chá de glicose (5g). Não é a toa que vários estudos mostram que o consumo de refrigerantes está positivamente associado ao excesso de peso e doenças como diabetes.

E o pior é que os refrigerantes dietéticos não resolvem o problema. Os adoçantes nestas bebidas estimulam o apetite, aumentando a compulsão justamente por alimentos ricos em carboidratos simples e também por gordura, favorecendo o ganho de peso. Pesquisa da Universidade do Texas mostrou que pessoas que consomem mais refrigerante diet/light possuem maior circunferência abdominal, fator de risco para doenças cardiovasculares e síndrome metabólica.

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Refrigerantes a base de cola utilizam-se de corante caramelo para obter a cor escura. Este corante é criado a partir do aquecimento de amônia e sulfitos sob alta pressão, um processo que gera 4-metilimidazola (4-Mel), uma substância cancerígena. Outro composto associado ao maior risco de câncer é o benzoato, usado como conservante que aumenta a durabilidade do produto. Refrigerantes são bastante ácidos, principalmente pela presença de outro conservante, o ácido fosfórico, que aumenta a erosão dos dentes e contribui para a perda de massa óssea. 

Para quem deseja parar de tomar refrigerantes ou pelo menos reduzir o consumo seguem algumas dicas: 

1. Leia a lista de ingredientes. Você não encontrará nada que faça bem à sua saúde;

2. Não tenha refrigerantes em sua despensa e geladeira. Afinal, longe dos olhos, longe do coração;

3. Substitua o refrigerante por água com gás com gotinhas de limão ou laranja. Se precisar, adoce com estévia natural;

4. Mantenha-se bem hidratado ao longo do dia, ingerindo mais água e chás. Não chegue com sede ao restaurante. Se possível carregue uma garrafinha de água com você para onde for;

Saiba mais:

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/