A comercialização da nutrição

A alimentação deveria ser algo fácil e intuitivo, descomplicado mesmo. Mas infelizmente o oposto é verdadeiro. As pessoas estão cada vez mais confusas com o que comer, enquanto a prevalência de obesidade continua aumentando em todo o mundo.

A indústria de alimentos e suplementos se aproveita disso e lucra alto. Convence muita gente de que um copo de milk shake emagrecedor é melhor do que arroz e feijão. Vende brócolis em cápsula ou na forma de refrescos, como se pílulas e pozinhos fossem mais saudáveis do que os vegetais (Barhill, 2013).

Enquanto isso a população torna-se cada vez mais neurótica com os alimentos. É normal as pessoas chegarem aos consultórios de nutricionistas com a queixa de que o mundo agora gira em torno da comida. A pessoa acorda pensando não só em comer, mas no que comer, quanto comer (e que medo de engordar!) e isso dura o dia inteiro. A obsessão pelos alimentos, pelos livros de culinária, pelos blogs e páginas das mídias sociais dedicadas à alimentação é pate da vida não só de adultos mas também de jovens e crianças, que desenvolvem distúrbios alimentares cada vez mais cedo. Culpa da mídia? Da dietas? Das modelos ou dos profissionais de saúde? Enquanto continuamos tentando achar culpados a indústria continua lucrando.

E o que as pesquisas mostram é sempre o mesmo: não existem milagres em alimentos industrializados e suplementos. Comer quando se tem fome é necessário. Restrições geram mais problemas do que soluções. Alimentos são mais importantes do que qualquer composto isolado (Jacobs e Tapsell, 2007) e desenvolver a intuição, ouvindo o corpo e suas necessidades é fundamental. Por isso, as técnicas de alimentação consciente vem sendo tão estudadas em todo o mundo. Os resultados mostram que o treinamento em alimentação consciente contribui para o desenvolvimento de uma relação mais saudável com a comida e mais amorosa com nós mesmos.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Suplementação no autismo e síndrome de Down

Felizmente, a pesquisa nas duas áreas vem avançado e, com isso, novos estudos são regularmente publicados. Este ano Jiang e colaboradores mostraram que a exposição de gestantes à fumaça de cigarro associa-se positivamente com crianças com maior número de comportamentos autísticos aos 3 anos de vida do que mulheres não expostas ao tabagismo passivo. O mesmo estudo mostrou que a suplementação de ácido fólico (vitamina B9) na gestação esteve negativamente associada com o desenvolvimento de alterações comportamentais posteriormente nas crianças.

Tais alterações comportamentais ocorrem por vários fatores, dentre eles estão as alterações nas membranas lipídicas do cérebro. Outro estudo, desta vez em camundongos, mostrou que a suplementação de Coenzima Q10 e melatonina restaura a função de tais membranas e reduz a neuroinflamação (El-Ansary et al., 2016). 

Estudos vêm mostrando que a prevalência de autismo em crianças com síndrome de Down é maior do que a que anteriormente acreditava-se (Ho, 2016). Em ambas as condições o mal funcionamento mitocondrial é mais prevalente, interferindo na produção energética das células. Uma das formas de restaurar a função mitocondrial é a suplementação de coenzima Q10, eficiente, por exemplo, para melhoria da função motora (Niyzov, Kahler e Frye, 2016). 

A suplementação de melatonina também vem sendo estudada na síndrome de Down. A mesma reduz o estresse oxidativo e o envelhecimento cerebral em indivíduos com síndrome de Down (Parisotto et al., 2016). A melatonina, juntamente com a epigalocatequina do chá verde (de La Torre et al., 2016) abre novas perspectivas para a prevenção da demência, uma vez que outras estratégias não vem surtindo bons resultados, como a suplementação de vitamina E (Sano et al., 2016; Tan et al., 2016) e N-acetilcisteína (Dean et al., 2016; Wink et al., 2016).

Felizmente estamos na era genômica e individualizar tudo isso ficará cada vez mais fácil e necessário:

Falo mais sobre o tema nas aulas da plataforma https://t21.video.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Alimentação e Suplementação no Autismo

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/