O refluxo gastroesofágico (RGE) do lactente é caracterizado pela passagem do conteúdo do estômago com ou sem regurgitações e vômitos. É normal, fisiológico, não afeta a saúde do bebê. É o “gofador feliz”, na idade principalmente entre 3 e 12 meses. Apesar de regurgitar muito estão crescendo e desenvolvendo-se normalmente e não apresentam náuseas, apneia do sono, dificuldade de alimentação. Acontece em até 65% dos lactentes, melhorando no primeiro ano de vida, quando já assume uma postura ereta por mais tempo do dia.
A regurgitação acontece pois o esfíncter esofagiano inferior ainda fica bastante relaxado durante o dia, permitindo a volta do alimento. O refluxo pode ser apenas gasoso, mas pode ser também lácteo. O desconforto pode fazer a criança se irritar e chorar. Após a mamada é importante que o bebê seja mantido em pezinho. Quando for dormir a barriga deve estar voltada para cima.
O RGE é diferente da doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) tem como característica o refluxo que leva a sintomas que afetam negativamente a saúde do bebê. Pode ser necessário o uso de fórmula infantil espessada.
Os sinais de alarme são vômitos em jato, vômitos bilioso, sangue no vômito, vômito ou regurgitação que acontece nos primeiros dias de vida ou após os 6 meses, distenção do abdome, urina escura e fétida, febre, perda de peso, fontanela abaulada, postura constantemente anormal, dermatite atópica moderada a grave (comum na alergia ao leite de vaca).
Uma importante causa do RGE é a alergia ao leite de vaca. Neste caso, o produto deve ser substituído para evitar sintomas relacionados ao aumento de IgE como refluxo, constipação, disquesia (evacuação com dor), cólicas. Se não conduzida adequadamente pode gerar a desordens funcionais gastrointestinais mais tarde na vida.