Método genético calcula sua idade metabólica pelo nível de metilação do DNA

O metabolismo é acelerado na infância e adolescência, atingindo seu pico por volta dos 16 ou 17 anos. Depois, gradualmente vai diminuindo. Quanto menos acelerada estiver a taxa metabólica basal menos calorias poderá ingerir ou acabará ganhando peso em forma de gordura. Por muito tempo no consultório tive um aparelho de bioimpedância que calculava, além da taxa metabólica basal, a idade metabólica. Isso era importante pois existem pessoas jovens com metabolismo lento, mas existem pessoas mais velhas com o metabolismo mais acelerado. Ou seja, nem sempre nossa idade cronológica coincide com nossa idade metabólica.

A idade metabólica é calculada, pelo aparelho de bioimpedância, pela comparação da taxa metabólica basal do momento com a TMB média de sua faixa etária cronológica. Se a sua idade metabólica for superior à sua idade atual, é um sinal de que você precisa melhorar sua taxa metabólica, ganhando músculos e reduzindo o percentual de gordura.

Agora, um grupo de pesquisadores da Faculdade T.H.Chan de Saúde Pública de Harvard descobriu um novo método para determinar com mais precisão a idade cronológica e a idade metabólica de uma pessoa. Apelidado de relógio ribossomal, um segmento de DNA é utilizado como biomarcador do envelhecimento. O relógio ribosomal tem aplicações potencialmente amplas, incluindo a medição de como exposições a certos poluentes ou intervenções dietéticas aceleram ou retardam o envelhecimento.

De acordo com Bernardo Lemos, professor do Departamento de Saúde Ambiental em Harvard, existem dois tipos de idade: a cronológica, representada pelo número de anos que uma pessoa viveu, e biológica, que explica vários fatores do estilo de vida que podem encurtar ou prolongar a vida, incluindo dieta, exercícios e exposições ambientais. Em geral, a idade biológica tem se mostrado um melhor preditor de mortalidade por todas as causas e início de doença do que a idade cronológica.

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Analisando o rDNA, o segmento mais ativo do genoma e que também foi intimamente ligado ao envelhecimento em uma série de estudos anteriores, foram examinadas alterações químicas epigenéticas (metilação do DNA) neste segmento do material genético. A hipermetilação (metilação excessiva) foi considerada como um marcador do envelhecimento (Wang & Lemos, 2019).

Fatores estressantes aumentam a liberação de cortisol, levam a hipermetilação e envelhecimento mais acelerado (Zannas et al., 2015). Assim, técnicas de relaxamento tornam-se essenciais durante toda a vida, mantendo os níveis de estresse sob controle. A hipermetilação está ligada a problemas autoimunes e até aumento do risco de câncer. O uso indiscriminado de suplementos multivitamínicos pode acelerar o processo (Hodges, 2016). Desta forma, use suplementos dietéticos apenas com indicação nutricional ou médica.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/