O Alzheimer é caracterizado por prejuízos na memória, depressão, confusão mental e agitação. A neuropatia envolve o acúmulo de proteínas beta amilóides e emaranhados de proteínas tau hiperfosforilados no cérebro. O Alzheimer é responsável por 50 a 80% dos casos de demência no mundo. A demência também pode ser causada por problemas vasculares ou anatômicos.
O acúmulo de placas amilóides protéicas e oligômeros tau inicia-se vários anos antes do aparecimento dos primeiros sintomas da doença de Alzheimer. Em circunstâncias normais, proteínas danificadas são eliminadas do cérebro, durante seu metabolismo normal. Contudo, o estresse oxidativo, a inflamação e alterações genéticas podem dificultar o processo, gerando apoptose e morte neuronal. Como não podemos modificar a genética devemos adotar um estilo de vida preventivo para o Alzheimer, com dietas antiinflamatórias e ricas em antioxidantes.
O alto consumo de açúcar, sal, proteína animal (principalmente carnes vermelhas e embutidos), gordura saturada, assim como o baixo de açúcares refinados, sal, proteínas e gorduras derivadas de animais e o baixo consumo de frutas e vegetais estão associadas a um maior risco de doença de Alzheimer. Pessoas com Alzheimer também possuem uma microbiota diferenciada com aumento de Clostridia, Bacterioidetes e Verrucomicrobia. Assim, para inibir a agregação da proteína beta-amilóide, reduzir a fosforilação da proteína TAU, aumentar as reservas antioxidantes, a dieta deve ser ajustada, assim como devem ser aumentados os cuidados em relação ao funcionamento intestinal. Estas medidas reduzem fontes de inflamação.
Refrigerantes, alimentos processados aumentam a quantidade de ácido benzóico no intestino. Absorvido, o ácido benzóico chega ao cérebro acelerando a neurogeneração. A inflamação cerebral (neuroinflamação) também prejudica o ciclo circadiano, aumenta a secreção de cortisol e piora a qualidade do sono. Dietas e intervenções nutricionais voltadas para a restauração das concentrações de cortisol podem facilitar os distúrbios do sono e facilitar a depuração do cérebro, reduzindo consequentemente o risco de comprometimento cognitivo e demência. Vitamina C e betasitosterol são muito importantes (Pistollato et al., 2016).
Em relação a compostos antiinflamatórios, o ácido lipóico tem demonstrado eficácia prevenindo a progressão da doença de Alzheimer (Sousa et al., 2019). Dentre os muitos efeitos benéficos do uso do ácido alfa-lipóico estão a melhora do funcionamento do fígado, aumento da atividade de enzimas antioxidantes, redução de radicais livres, do estresse oxidativo, dos danos ao DNA e da inflamação, melhoria no metabolismo lipídico e de carboidratos (Yang et al., 2014).
Talvez você já tenha ouvido falar que pessoas que comem menos vivem mais. Pois é, o consumo calórico excessivo e o acúmulo de tecido adiposo aumentam a morte celular, geram mais inflamação, atraem mais macrófagos, desregulam o sistema imune e hormonal. O aumento no armazenamento de lipídios no tecido adiposo e não adiposo (como fígado, pâncreas, músculos) gera efeitos lipotóxicos e glicotóxicos, que diminuem a captação de glicose no estado pós-prandial aumentam o risco de diabetes, neuropatias, doenças cardiovasculares e também de Alzheimer, que inclusive é conhecido como diabetes tipo 3 (Gregor & Hotamisligil, 2011).
Em artigo recente são definidas algumas estratégias de estilo de vida para a prevenção do Alzheimer, dentre elas (Shetty & Youngberg, 2018):
Redução dos carboidratos simples da dieta;
Eliminação dos alimentos processados da dieta;
Evitação do glúten;
Aumento do consumo de frutas e verduras;
Estratégias para redução do estresse;
Boa qualidade de sono (se necessário, uso de melatonina);
Suplementação de vitaminas do ciclo da metionina (B9, B12);
Suplementação de vitamina D, ômega-3, coenzima Q10;
Boa higiene oral e tratamento da periodontite;
Restabelecimento de níveis hormonais adequados (insulina, T4, TSH etc);
Atividade física.
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