Teste genético para Alzheimer (gene APOE4) - faz sentido fazer?

Se você tem um parente próximo diagnosticado com a doença de Alzheimer - a forma mais comum de demência em idosos - seu risco de desenvolver a doença aumenta de 2% para 30%. Para a doença de Alzheimer que começa mais tarde na vida - a grande maioria dos casos - um gene chamado apolipoproteína E (APOE4) está associado a um maior risco de demência. Se você herdar uma cópia do APOE4, seu risco triplica. Se você tem duas cópias, seu risco é de 10 a 15 vezes maior (mas isso é raro).

Mas ter APOE4 não significa que você definitivamente desenvolverá demência. Entre as pessoas que chegam saudáveis aos 70 anos, cerca de 25% têm uma ou mais cópias do APOE4. Além disso, 35% das pessoas com Alzheimer não possuem um dos genes de risco. Por isso, o exame genético isoladamente não pode ser utilizado para o diagnóstico da doença de Alzheimer ou outras formas de demência. Um idoso com Alzheimer recebe o diagnóstico após a avaliação do estado de saúde, presença de sinais e sintomas, exames neurológicos (reflexo, coordenação, movimento dos olhos etc), testes de memória e de habilidades cognitivas, exames de imagens cerebral, dentre outros. O exame genético é um plus.

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Mesmo que sua mãe ou pai tenham desenvolvido Alzheimer, o teste genético apenas irá revelar se você recebeu ou não uma ou mais cópias do gene APOE4. Não será capaz de dizer se você desenvolverá a doença ou não. E, saber da existência do gene não causa o mesmo efeito em todos. Alguns podem viver a vida plenamente. Outros podem sentir tanto medo e negatividade que a vida torna-se um tormento.

Por isso, a maioria dos geneticistas desencorajam o exame. E o que é encorajado? Cuidar da sua saúde física e mental, alimentar-se de forma saudável, dormir bem, manter a pressão arterial controlada, aprender coisas novas, estar com amigos queridos, engajar-se em atividades prazerosas.

Alimentação Saudável

Não existe uma pílula mágica para evitar o declínio cognitivo, nenhum alimento ou suplemento mágico. Mesmo assim, estudos mostram que pessoas que aderem à dieta mediterrânea, consumindo diariamente mais frutas, verduras, legumes, castanhas e grãos integrais, azeite extra-virgem e boas fontes de ômega-3 (peixes do mar e sementes, como chia e linhaça), possuem um cérebro menos inflamado e mais ativo. Estes alimentos também protegem o coração e os vasos sanguíneos, prevenindo o declínio cognitivo. Saiba mais:

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/