Você preocupa-se com seus pais, seus filhos, seus amigos, com os colegas do trabalho, com o Brasil, com o mundo? Esta bondade e benevolência toda, este amor imenso é muito legal. Contanto que não venha carregada de ressentimentos, culpa, cansaço, mal humor, raiva, tristeza, estresse ou ansiedade. Neste caso, não é só preocupação, é co-dependência.
O que é co-dependência?
Condição emocional, psicológica e comportamental pouco saudável, que gera a necessidade de controlar outras pessoas. Co-dependentes podem querer tanto ajudar, que acabam dizendo sim quando querem dizer não. Fazem de tudo para não ferir os outros, mesmo que no percurso firam a si mesmas. A co-dependência em geral relaciona-se com a baixa auto-estima.
Concedei-me a serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar, coragem para mudar as coisas que posso mudar e sabedoria para distinguir a diferença - Oração da serenidade
A preocupação excessiva embaralha a mente, a ponto de não conseguirmos resolver problemas simples. Você não é responsável por tudo e todos. Cada pessoa deve ser responsável por si mesma. Isso não quer dizer que você não deva se importar com os outros, amar os outros. Deve sim. Só não deve criar um caos em nossa mente e em nossas vidas pensando sobre tudo o que “deveríamos” resolver para os outros. Quando estiver no meio de pensamentos borbulhantes ou do caos total encontre um meio para acalmar-se. Seguem algumas opções para separar-se emocionalmente e mentalmente dos problemas:
Saia para caminhar;
Faça uma aula de dança;
Leia um livro;
Assista a um filme;
Limpe a casa;
Ouça música, concentrando-se na melodia;
Medite;
Pratique yoga.
Cuide de si mesmo! O autocuidado é um ato de amor, de responsabilidade e respeito por seus desejos, necessidades. Honre sua história, escolha viver apaixonado por sua vida, pelas possibilidades de crescimento. Mas falar é fácil, colocar em prática nem tanto. Conversar com os amigos, com familiares ou com um psicoterapeuta pode ser importante.
Outras estratégias para o combate à ansiedade
Algumas pessoas dizem que aprenderam a lidar melhor com o estresse com o passar dos anos. Mas outras acham que a chegada dos 40 anos piorou a situação. Muitas pessoas estão extremamente ocupadas com a família e a carreira. No caso das mulheres, existe mesmo uma maior propensão à ansiedade, depressão e insônia nos cinco anos que antecederam a menopausa. Há uma queda na produção do hormônio progesterona que costumava acalmar e estabilizar o sistema de resposta ao estresse (eixo hipotalâmico-hipofisário-adrenal ou HPA). A progesterona também é importante para a produção do neurotransmissor relaxante GABA.
Para compensar a queda da progesterona e GABA, descanse mais, consuma alimentos ricos em magnésio (como vegetais verde escuros). O mangnésio ajuda a aumentar o GABA e a reduzir hormônios do estresse (adrenalina e cortisol), melhorando o sono e o reparo celular.
Para aumentar GABA medite e pratique yoga. Um princípio fundamental do yoga é que o corpo e a mente estão conectados. Se o corpo vai mal a cabeça vai junto e vice-versa. Yoga trabalha corpo e mente reequilibrando-os. Com a prática, o sistema nervoso parassimpático é regulado. Assim, a pressão cardíaca normaliza-se e a tolerância ao estresse aumenta.
Por fim, converse sobre o uso da ashwagandha (Withania somnifera), uma planta que reduz a neuroinflamação tendo efeitos anti-ansiedade. Um nutricionista especializado em fitoterapia é o melhor profissional para sua prescrição.
A psicoterapia também ajuda muito. Falar sobre sentimentos reduz a ansiedade e ajuda no gerenciamento da medicação. Indico a Julia Maciel, psicóloga formada pela UnB e que atende online, por videoconferência (juliat.maciel @ gmail. com). Atividade física, meditação, acupuntura e yoga também vêm mostrado-se importantes complementos ao tratamento tradicional medicamentoso. Cuide-se!