Detox de metais pesados

Vivemos uma epidemia de doenças crônicas. Problemas de coração, diabetes, câncer, depressão, desordens do neurodesenvolvimento, doenças autoimunes, alergias. A genética do ser humano não mudou de uma hora para outra. O que mudou de uma hora para outra, principalmente nos últimos 50 anos, foi o meio ambiente, a forma como vivemos e o contato com muitas novas toxinas, no ar, na água, no alimento, nos cosméticos, nos produtos de limpeza. Pesticidas, glifosato, bisfenol A, ftalatos, fumaça dos carros, cigarro, mofo nos armários de casa.

Podemos eliminar toxinas do corpo pelo suor, pela urina e pelas fezes. Para suor faça atividade física regularmente. Se puder, frequente a sauna. Hidrate-se bem pois a urina deve ser clara e ter cheiro suave. Para o intestino funcionar bem capriche no consumo de fibras. Tenha uma dieta variada, com pelo menos 400g de frutas e verduras diariamente.

Frutas cítricas são ricas em vitamina C, antioxidante que reduz os danos causados ​​por metais pesados. Coentro, couve, espinafre, pimentão e salsa também são fontes de vitamina C e outros nutrientes que ajudam a reduzir o acúmulo de metais como o mercúrio.

Capriche nos temperos naturais. Alho e cebola, por exemplo, contêm enxofre que ajuda o fígado a eliminar o chumbo e o arsênico. Algas como chlorella também atuam como quelantes de metais, facilitando a eliminação. Para auxiliar o intestino a funcionar como uma poderosa barreira consuma alimentos ricos em probióticos como iogurtes, kefir ou kombucha.

Aprenda mais sobre os metais pesados - onde estão, como chegam no corpo e como reduzir sua toxicidade:

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Uso de fórmulas infantis é alto no Brasil. O que isso significa para a saúde do bebê?

A Organização Mundial de Saúde recomenda o aleitamento materno exclusivo pelos primeiros 6 meses de vida do bebê. Após a introdução de novos alimentos, recomenda-se ainda o aleitamento de forma complementar até os 2 anos de vida. 

Existem evidências científicas  de que o aleitamento materno protege mãe e bebê. Reduz a incidência de câncer de mama na mulher, contribui para a involução do útero após o parto e reduz os sangramentos. Também acelera a conexão emocional mãe-bebê.

Para os bebês as vantagens incluem ainda a redução da incidência de doenças alérgicas, incluindo a asma, a redução no número e severidade das diarreias, assim como o menor número de internações hospitalares por todas as causas.  Bebês amamentados por mais de 6 meses também parecem ter menor risco de desenvolverem déficit de atenção/hiperatividade e autismo (Sari, Milanaik, Adesman, 2016).

Contudo, no Brasil, apenas 41% das mulheres conseguem amamentar exclusivamente seus filhos até os 6 meses de vida. A capital onde a situação é melhor é em Belém, onde 56,1% das mulheres amamentam exclusivamente durante os primeiros 180 dias de vida do bebê. A capital com pior desempenho neste área é Cuiabá (Brasil, 2009).

A mediana do Brasil é muito ruim. A maior parte dos bebês são amamentados exclusivamente por apenas 54 dias. Ao serem desmamadas as crianças passam a receber fórmulas infantis. Estudos mostram que a substituição do leite materno pelos famosos leites em lata associa-se a maior risco de alergias, obesidade, disbiose intestinal, prisão de ventre, compromentimento do desenvolvimento, maior risco de autismo (Adesman, Soled & Rosen, 2017; Menlnik et al., 2012; Shi-Sheng et al., 2013).

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Estas questões devem-se às limitações das fórmulas infantis que não são perfeitas como o leite materno. Em geral, são mais ricas em aminoácidos, especialmente leucina, possuem uma quantidade de vitaminas superior à do leite materno (podendo gerar uma cascata oxidante), redução de pré e próbióticos, assim como de compostos imunomoduladores e ácidos graxos essenciais.

Crianças que são alimentadas com fórmulas também são mais intoxicadas por bisfenol A (Adesman, Soled & Rosen, 2017) e outros bisfenóis e fitalatos, compostos oriundos de plástico (de recipientes e mamadeiras) que prejudicam o sistema nervoso e o funcionamento de diversas glândulas.

Leite de vaca é pobre em ácidos graxos poliinsaturados (PUFAs) comprometendo o neurodesenvolvimento. Algumas fórmulas vem adicionadas de PUFAs, como DHA e ácido araquidônico (ARA). Contudo, estudos mostram que o acréscimo de PUFAs às fórmulas não promove os mesmos benefícios do leite materno (Jasani et al., 2017).

Grande parte das fórmulas contém ingredientes que não são interessantes para bebês incluindo óleo de palma, oleína de palma, xarope de milho, óleo de canola, lecitina de soja. As fórmulas também podem ser fontes de contaminação por alfatoxinas, metais pesados (Akhtar et al., 2017) e glicotoxinas que aumentam o risco de diabetes, insuficiência renal, doenças hepáticas e neurodegenerativas (Kutlu, 2016). Por outro lado, algumas fórmulas são acrescentadas de pré e probióticos, fibras, ômega-3. O ideal é sempre amamentar. Se não puder converse com seu nutricionista e pediatra para que possam juntos avaliar a melhor alternativa para seu bebê.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Uso de potes de vidro para armazenar e congelar alimentos

Disruptores endócrinos são substâncias que ao entrarem no organismo passam a agir como hormônios desequilibrando o metabolismo. Pesquisas ligam o contato com disruptores endócrinos a problemas como puberdade precoce, infertilidade, abordos, certos tipos de câncer, autismo, depressão, disfunções imunitárias, diabetes, obesidade, doenças cardiovasculares, dentre outras.

A maior parte dos disruptores endócrinos são compostos químicos orgânicos (xenobióticos) que podem ter efeito no organismo mesmo em concentrações inferiores a 0,1 ng/L. Entre eles estão os poluentes orgânicos persistentes (POPs), os quais são extremamente resistentes a degradação e eliminação pelo organismo humano. Como em geral são lipofílicos (gostam de gordura) acumulam-se no tecido adiposo. Geralmente entram no corpo junto a alimentos ricos em gordura como carnes de vaca, frango, peixe, laticínios ou alimentos industrializados. Também podem chegar ao corpo em vegetais tratados com agrotóxicos ou pela água contaminada por dejetos da indústria. Outro grupo importante de disruptores endócrinos são os derivados dos plásticos como ftalatos e o bisfenol A. Os mesmos passam aos alimentos por meio de embalagens plásticas (Pestana et al., 2015). 

Você pode usar potes de vidro para armazenar sobras de alimentos na geladeira. São mais higiênicos e livres de compostos tóxicos presentes nos plásticos, como os ftalatos e o bisfenol.  Os potes de vidro também podem ser usados para congelar vários tipos de alimentos (morangos, banana madura, pão caseiro, molho de tomate...). Você também pode utlizar garrafinhas de suco para congelar leites vegetais ou sucos feitos em casa.

Para que o vidro não quebre evite usar potes de conserva pois podem soltar o fundo. Além disso, siga as dicas:

  • quando for comprar um vidro verifique se ele pode ir ao freezer;

  • se comprar recipientes de vidro com tampas de plástico, certifique-se que as mesmas não contém bisfenol (free);

  • quando estiver congelando líquidos (sopas, feijão com caldo, sucos, leites) sempre deixe espaço pois o conteúdo pode se expandir, quebrando o vidro com o aumento da pressão;

  • use recipientes com tampas largas ou então um pirex com tampa;

  • não deixe recipientes de vidro mal posicionados pois podem cair ao abrir a porta do freezer.

Alimentos que não ficam bons após o congelamento:

  • Chuchu cozido

  • Abobrinha cozida

  • Maionese

  • Iogurtes

  • Molhos com farinha

  • Batata

  • Folhosos para salada (se for usar na sopa ou tortas não há problema. Geralmente tenho espinafre congelado em casa e uso em batidos/smoothies)

  • Tomate cru

  • Pepino

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/