Consumo exagerado de açúcar é causa de várias doenças crônicas

A contribuição calórica do açúcar na dieta não deve ser maior que 10% ao dia. O motivo é que dietas ricas em açúcares simples são responsáveis pelo aumento da incidência de doenças cardiovasculares, doenças renais, resistência à insulina, obesidade, esteatose hepática, demência, envelhecimento, hiperuricemia (aumento do ácido úrico), cáries, dentre outros agravos.

O Brasil é um grande produtor e consumidor de açúcar

O Brasil é um grande produtor e consumidor de açúcar

O Brasil é um grande produtor de açúcar, tornando este alimento barato e facilmente disponível até em alimentos "salgados" como molho de tomate, sopas industrializadas, conservas de legumes, pães, embutidos (salsicha, linguiça, kanikama), torradas...

Um outra grande problema é que açúcar vicia pois provoca reações de prazer tão intensas no cérebro que acaba gerando compulsão justamente por alimentos doces. Mas não qualquer doce: você já viu alguém com compulsão por banana? Eu não e bananas são doces. Quanto mais açúcar se consome mais o paladar fica alterado e a busca acaba sendo por alimentos com sabor cada vez mais doce como aqueles feitos com xarope de frutose, que é ainda mais doce do que o açúcar da cana de açúcar (sacarose). 

 PRECISA DE AJUDA? MARQUE AQUI SUA CONSULTA ONLINE

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

A suplementação de vitamina D é necessária?

O papel da vitamina D na mineralização óssea e na manutenção dos níveis séricos de cálcio é bem conhecido. Além disso, pesquisas das últimas duas décadas descobriram vários outros papeis da vitamina D na regulação de muitas funções celulares. A deficiência é hoje associada a uma série de problemas de saúde como enfraquecimento do sistema imunológico, aumento do risco de certos tipos de câncerobesidade e doenças cardíacas. As disfunções imunes podem aumentar o risco de diabetes tipo 1 e esclerose múltipla. 

Vários fatores aumentam o risco de hipovitaminose D:

  • Baixa exposição ao sol: pessoas que passam pouco tempo na rua ou que estão sempre agasalhadas;

  • Uso do protetor solar: esta medida é importante para a prevenção do câncer de pele porém existe um debate nesta área e alguns pesquisadores acreditam que a maioria das pessoas precisaria se expor por cerca de 15 minutos ao dia, em horários adequados e só depois passar o protetor solar.

  • Localização geográfica e estação do ano: em alguns países a incidência de raios ultravioleta no outono e inverno é baixa reduzindo a produção de vitamina D na pele.

  • Cor da pele: pessoas morenas e negras possuem mais melanina (um bloqueador natural dos raios ultravioletas) e estão sob maior risco de desenvolver deficiência de vitamina D.

  • Idade: a habilidade de produzir vitamina D cai conforme vamos envelhecendo.

  • Excesso de gordura corporal: o percentual de gordura elevado está associado a menor produção de vitamina D.

  • Doenças: portadores de fibrose cística, doenças do trato gastrintestinal, doenças hematológicas, doenças renais, insuficiência cardíaca e imobilização também estão sob maior risco.

  • Vegetarianos: os alimentos não são boas fontes de vitamina D mas salmão, atum, sardinhas e laticínios fortificados podem fornecer até 100 UI por porção.

Atualmente, existe um debate acerca da quantidade de vitamina D que precisamos. O Instituto de Medicina dos Estados Unidos recomendou em 2010 um aumento da recomendação e dos valores máximos a serem consumidos (UL). Mesmo assim, alguns pesquisadores dizem que estes valores máximos deveriam ser ampliados em virtude dos benefícios da vitamina D e da segurança da mesma.

Outros pesquisadores não concordam. Evropi Theodoratou publicou em 2014 análise de 268 estudos prévios e concluiu que não existem evidências convincentes para aumentar a recomendação da vitamina. 

Dr. Rajiv Chowdhury, um epidemiologista cardiovascular da Universidade de Cambridge mostrou que apesar da deficiência de vitamina D aumentar a mortalidade em cardiopatas e indivíduos com câncer, ainda não existem evidências consistentes de que a suplementação seria a solução para aumentar a longevidade e a qualidade de vida dos mesmos. Até porque ainda não é certo se a deficiência de vitamina D é responsável por doenças crônicas ou se as doenças crônicas é que levam à deficiência de vitamina D.

Quem deve suplementar?

Dollarphotoclub_43531603.jpg

Em geral, o rastreamento (exame de sangue) é recomendado para indivíduos com história familiar osteoporose, mulheres brancas e magras na perimenopausa ou menopausa, indivíduos negros, pessoas que tiveram fraturas após os 50 anos, qualquer pessoa que esteja tomando medicamentos que levam à perda de massa óssea, como corticosteróides, indivíduos com doenças autoimunes e aqueles que nunca se expõe ao sol.

Vários estudos demonstram que níveis séricos de 25(OH)D inferiores a 12 ng/ml (30 nmol/L) estão associados e efeitos negativos. Entre eles registam-se o aumento de risco de raquitismo, a alteração da absorção de cálcio em todos os grupos etários, a diminuição de densidade mineral óssea em crianças e adolescentes, o aumento de risco de osteomalácia, osteoporose e fraturas.

Como suplementar?

A vitamina D3 (colecalciferol) é a forma preferencial já que é 3 a 4 vezes mais potente que a vitamina D2 (ergocalciferol). As doses variam de pessoa para pessoa, por isto consulte seu nutricionista. 

Em geral, 100 UI/dia de vitamina D3 resultam em um aumento de 2,5 nmol/L (1ng/mL) no plasma (Heaney, 2007). Suplementando-se 1.000 UI de vitamina D3 por 3 meses há um aumento de cerca de 70 nmol/L (28 ng/mL) normalizando níveis previamente baixos (Vieth, Chan, & MacFarlane, 2001).

Contudo, doses maiores podem ser prescritas por médicos para elevação rápida das concentrações de vitamina D, especialmente em pacientes com doenças autoimunes. Nestes casos, frequentemente são prescritas doses de 50.000 UI, 1 vez por semana até que as concentrações atinjam o mínimo de 30 e o ideal de 50 nmol/L. Para pacientes que cursam com neuroinflamação doses entre 60 e 90 ng/mL costumam ser indicadas. Porém, como tudo, a individualização é importantíssima. Por isto, converse com um profissional de saúde de sua confiança.

O livro de Michael F. Holick, "Vitamina D", é considerado uma referência essencial sobre o tema. Ele oferece informações detalhadas sobre a importância da vitamina D, como obtê-la e como ela pode melhorar a saúde.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Dieta e arritmias

5a4d25e2c8a8950001b580d0_arritmia cardiaca 900.jpg

Como sou a rainha das arritmias este assunto sempre me interessa. Há muitos anos optei por não usar nenhum tipo de medicamento. Após algumas tentativas sem bons resultados acabei ficando preocupada com os possíveis efeitos colaterais.

Como sou uma pessoa saudável (peso adequado, fisicamente ativa, exames todos ok) meu médico concordou e hoje apenas faço exames de rotina uma vez ao ano e me cuido com as dicas abaixo. Se o seu coração também bate em um ritmo todo próprio tenho algumas dicas para você:

  • Evite produtos estimulantes. Bebidas ricas em cafeína, como café, alguns tipos de chá, refrigerantes e chocolate podem acelerar seu coração ainda mais. A cafeína também pode estar presente em medicamentos e suplementos, por isto, sempre converse com seu médico e com seu nutricionista sobre o uso de qualquer produto não prescrito.
  • Mantenha um peso saudável.  Quanto maior for seu peso mais seu coração precisará trabalhar e isto pode se manifestar com mais arritmias ou até maior fibrilação. Se você estiver tendo problemas com seu peso consulte um profissional capacitado na área e não deixe de praticar exercícios. Porém, consulte seu médico antes de iniciar qualquer programa diferente. 
  • Cuidado com o estresse! Sabia que 54% dos pacientes com fibrilação atrial intermitente relatam a ansiedade e o estresse como o principal fator desencadeador do problema? Por isto, durma bem e teste estratégias que o ajudem a lidar com o estresse como yoga, terapia, música...
  • Limite o consumo de álcool. Durante o metabolismo de bebidas alcoólicas subprodutos tóxicos para o coração são produzidos. Neste percurso vários hormônios associados ao estresse são liberados aumentando os episódios de arritmia.
  • Não fume! A nicotina é um estimulante cardíaco poderoso e agrava as arritmias. 
  • Dose anualmente seu colesterol. Artérias entupidas agravam o problema. Recomenda-se um check-up cardiológico anual. Nele um lipidograma completo será solicitado. Seu médico e seu nutricionista o ensinarão a decifrá-lo.
  • Diminua o consumo de sal. Dietas com alto conteúdo de sódio agravam o problema. Por isto, diminua o sal e aumente o uso de ervas aromáticas em suas preparações. Evite também alimentos enlatados e embutidos, riquíssimos em sal. Outra estratégia é trocar queijos (em geral ricos em sódio) pelo iogurte natural ou grego. Nele você pode adicionar temperos naturais e fazer deliciosos molhos.
  • Consuma frutas frescas nos lanches. A deficiência de potássio é uma das causas das arritmias. Uma forma fácil de acabar com o problema é aumentar o consumo de frutas in natura ou de suco verde.
  • Inclua castanhas no cardápio. Se as frutas não te saciam adicione também 2 a 3 castanhas no seu lanche. Elas são ricas em gorduras boas, que protegem o coração e as artérias.
  • Troque as carnes vermelhas por peixes. Estes possuem proteínas de mais fácil digestão, menos colesterol, menos gordura saturada e mais ômega-3, um tipo de gordura com propriedades antiinflamatórias. 
  • Substitua o arroz branco pelo arroz integral. Cereais integrais contém mais fibras, as quais protegem seu organismo contra uma série de doenças, conferem maior saciedade e evitam a absorção de colesterol no intestino.
  • Hidrate-se adequadamente. Se a sua dieta não for restrita em líquidos observe bem a quantidade de água que ingere ao dia. Tanto a desidratação quanto a  hidratação exagerada não são boas para o seu coração. Converse com seu médico, principalmente se estiver ficando inchado ou com falta de ar. 

Saiba mais sobre as arritmias:

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/