A intolerância à lactose é uma síndrome clínica na qual a ingestão de alimentos contendo lactose (leite, queijo, iogurte, bolos, pizza etc) causa sintomas como dor abdominal, distensão abdominal, flatulência e diarreia devido à má absorção deste açúcar. A digestão e a absorção requerem a enzima lactase, que se encontra na borda em escova do intestino delgado. A lactase hidrolisa a lactose em monossacarídeos glicose e galactose, que podem então ser absorvidos e usados como energia.
A intolerância a alimentos que contêm lactose é uma condição muito comum que geralmente surge como resultado de um declínio geneticamente programado na enzima lactase. O manejo da intolerância à lactose normalmente se concentra na redução dos sintomas, limitando a ingestão de laticínios. Embora a exclusão completa dos laticínios raramente seja necessária, manter o estado nutricional adequado - particularmente no que se refere ao cálcio e à vitamina D - pode ser um desafio para pacientes com intolerância à lactose grave (Parrish, 2018).
Deficiência de lactase primária (causa genética)
A deficiência de lactase primária é uma condição geneticamente modificada resultante do declínio fisiológico da atividade da lactase após a infância (especialmente após os 10 anos de vida. Outros termos usados para descrever essa condição incluem não persistência da lactase, insuficiência da lactase e hipolactasia do tipo adulto. Estima-se que cerca de 68% da população mundial é lactase não persistente, com níveis de ampla variação de acordo com a região e etnia. Isto é determinado geneticamente.
Deficiência de lactase secundária (outras causas)
Há também hipolactasia secundária que pode ocorrer como consequência de qualquer condição que lesa a borda em escova do intestino delgado, impedindo ou diminuindo a fabricação da enzima lactase. Danos na mucosa devido à doença celíaca, doença de Crohn ou colite ulcerosa podem resultar em uma deficiência transitória de lactase. O supercrescimento bacteriano do intestino delgado, certos medicamentos, enterite infecciosa (por exemplo, giardíase), enterite por radiação, cirurgia gastrointestinal e síndrome do intestino curto também podem resultar em uma redução na capacidade de absorção ou uma regulação negativa da expressão da lactase no intestino delgado. Enquanto a hipolactasia primária é irreversível, a hipolactasia secundária pode frequentemente ser revertida assim que a mucosa intestinal normal é restaurada. Os sintomas de intolerância à lactose podem variar de leves a graves, mas geralmente não ocorrem até que haja uma redução de pelo menos 50% na enzima lactase.
Diagnóstico da intolerância à lactose
A má absorção de lactose pode ser diagnosticada a partir dos vários métodos, citados na tabela a seguir.
O teste do hidrogênio expirado envolve a ingestão de uma dose padrão de lactose, geralmente 20-50g (cerca de 400-1.000 mL de leite de vaca) e medição do hidrogênio expirado em intervalos de 30 minutos. Um diagnóstico de má absorção de lactose pode ser feito com um nível de hidrogênio> 20 ppm dentro de 3 horas após a ingestão. Este teste é suscetível a falsos positivos (por exemplo, na presença de crescimento bacteriano no intestino delgado) e falsos negativos (por exemplo, na presença de bactérias não produtoras de hidrogênio).
Outros testes que visam detectar a deficiência de lactase estão disponíveis, mas raramente são realizados. As biópsias do jejuno são frequentemente consideradas o padrão ouro para determinar a atividade da lactase e têm a vantagem de determinar se um paciente pode ter má absorção secundária de lactose. Este procedimento, entretanto, é altamente invasivo e não reflete particularmente a atividade da lactase intestinal como um todo. A deficiência de lactase também pode ser avaliada por meio de genotipagem, mas os testes genéticos disponíveis não levam em conta todos os possíveis polimorfismos que resultam na não persistência da lactase, nem são úteis para pacientes com deficiência secundária de lactase.
Ao contrário da má absorção de lactose, a intolerância à lactose é muito mais difícil de determinar. Um diagnóstico presuntivo pode ser feito em pacientes com sintomas que ocorrem dentro de algumas horas após a ingestão significativa de lactose (> 2 porções de laticínios / dia ou> 1 porção em uma única dose que não está associada a uma refeição), que remitem após 5- 7 dias de abstinência de lactose.
Enquanto a deficiência de lactase e a má absorção podem ser medidas objetivamente, a demonstração de intolerância à lactose depende do autorrelato subjetivo de sintomas, que são muito comuns mesmo na ausência de ingestão de lactose e também são altamente suscetíveis ao efeito placebo.
Fontes de lactose na dieta
A maior concentração de lactose por porção está presente no leite, sorvete e alguns iogurtes, enquanto os queijos geralmente contêm quantidades muito menores de lactose. A lactose também pode ser encontrada em outros alimentos e bebidas que contenham leite ou produtos lácteos, incluindo itens embalados, enlatados, congelados e preparados. Certos medicamentos contêm lactose, incluindo analgésicos de venda livre, multivitaminas em quantidades baixas, mas que podem causar sintomas gastrointestinais em pacientes com intolerância grave.
A abordagem terapêutica mais comum para a intolerância à lactose envolve limitar o leite e seus derivados na dieta. A maioria dos estudos cegos sugere que pessoas com intolerância à lactose conseguem tolerar cerca de 12g de lactose e, quando consumido com outros alimentos e / ou distribuído em pequenas quantidades ao longo do dia, geralmente pode-se tolerar até 18g de lactose, especialmente se as fontes são fermentadas como iogurtes e queijos. A suplementação da enzima lactase também é uma possibilidade. Obviamente, pessoas com outras causas de hipolactasia precisam ter diagnóstico e tratamentos adequados.
REQUEIJÃO VEGANO, ZERO LACTOSE
Requeijão de inhame é um clássico entre os veganos. O inhame é pouco fermentativo, ajuda a regular hormônios e possui sabor neutro, podendo ser usado em várias receitas.
Ingredientes:
1 col de sopa de levedura nutricional
2 col sopa azeite
1 col sopa de suco de limão
Água se quiser um ponto mais "líquido" e para ajudar a bater
Sal a gosto
Lave bem o inhame, coloque dentro de uma panela de pressão e cubra com água. Cozinhe em fogo médio/alto, quando pegar pressão deixe cozinhar por 15 minutos. Desligue o fogo, espere a pressão sair normalmente e retire o inhame cozido. Em seguida descasque o inhame, corte em pedaços pequenos se preferir e transfira para um processador de alimentos (se for fazer no liquidificador, a receita precisará de água ou de muito azeite). Acrescente os demais ingredientes e comece a bater. Bata bem até que tudo fique bem triturado e cremoso (o segredo é bater, mexer, bater de novo até ficar cremoso) se for preciso adicione um pouco de água para bater. (outros temperos como alho e orégano são opcionais).
Outras enzimas digestivas
- Lactase: decompõe a lactose do leite e seus derivados.
- Lipase: Enzima digestiva responsável por quebrar os lipídios (gorduras), em particular os triglicerídeos. - Protease I: Enzima necessária para digerir proteínas.
- Protease II: Enzima necessária para digerir proteínas.
- Amilase (Alfa): Enzima que decompõe o amido. - Amilase (Beta): Enzima que decompõe o amido.
- Maltase: decompõe o açúcar do malte.
- Invertase: Utiliza sacarose como nutriente.
- Celulase: Responsável pela ciclagem de nutrientes e usada para clivar a ligação glicosídica na celulose.
- Glucanase: usada para quebrar glucanos.
- Xilanase: classe de enzimas que degradam o polissacarídeo linear beta-1,4-xilano em xilose, decompondo assim a hemicelulose.
- Pectinase: decompõe a pectina.
- Fitase: Enzima que decompõe fitatos dos grãos, leguminosas e sementes oleaginosas; liberando assim fósforo e cálcio digestíveis.
- Hemicelulase: decompõe a hemicelulose.