Suplementação no tratamento do lúpus

O Lúpus Eritematoso Sistémico é uma doença crónica inflamatória autoimune. No lúpus o sistema imune parece atacar o núcleo das células e seu DNA, causando danos a muitos órgãos, como os rins (Borchers et al., 2012). Afeta menos de 1% da população, sendo que mulheres parecem ser 9 vezes mais susceptíveis à doença do que homens. A doença costuma aparecer com mais frequência na idade reprodutiva, entre os 15 e 44 anos de idade (Askanase, Shum e Mitnick, 2012). 

Gatilhos ambientais para o lúpus

A causa da doença é multifatorial, contribuindo fatores genéticos, hormonais, imunológicos e ambientais. Viroses e outras infecções (como Epstein-Barr), contato com produtos químicos, exposição solar ou uso de medicamentos (sulfas; sulfisoxazol, tolbutamida, sulfassalazina, diuréticos, minociclina, penicilina ou outros antibióticos, ampicilina, cloxacilina) exaustão, estresse emocional estão entre os gatilhos ambientais que aumentam o risco de lúpus. A evolução da doença pode ser crônica, com sintomas constantes e persistentes, ou, ser intercalada entre períodos sintomáticos e assintomáticos. A gravidade da doença também é variável, das benignas às mais graves.  

Sinais e sintomas e sinais do Lúpus

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Entre os sintomas e sinais mais frequentes estão as manifestações cutâneas e/ou articulares. As dores articulares podem ser acompanhadas de inchaço e calor, principalmente pela manhã. Na face é comum a vermelhidão das bochechas. Em casos mais graves a doença pode atingir órgãos internos, incluindo coração, o pulmão, o sistema nervoso central e o sistema sanguíneo, mas o rim é, sem dúvida, o mais frequentemente afetado (cerca de 40% dos doentes).

A doença pode ser controlada com corticosteróides (cortisona) e imunossupressores, além de anti-palúdicos (ou antimaláricos) como hidroxicloroquina. O tratamento deve ser acompanhado de proteção solar adequada, dieta antiinflamatória, prática de exercício físico regular. Além disso, pessoas com lúpus não devem fumar ou consumir bebidas alcoólicas.

SUPLEMENTAÇÃO NO TRATAMENTO DO LÚPUS

Entre os suplementos, estudos têm mostrado a importância dos ácidos graxos ômega-3 no controle das concentrações de proteína C-reativa (PCR), eicosanoides pró-inflamatórios, citocinas, quimiocinas e de outros biomarcadores da inflamação (Borges et al., 2014). Em geral, pequenas doses de ômega-3 não funcionam. O ideal é utilizar pelo menos 2 gramas de EPA, sem nunca ultrapassar 4g de ômega-3, para não prejudicar a coagulação sanguínea.

A suplementação de curcumina e o uso de açafrão também estão entre as estratégias capazes de controlar a inflamação e reduzir as complicações da doença. O açafrão é barato e capaz de reduzir a proteinúria, hematúria (perda de sangue na urina), a pressão arterial sanguínea em pacientes com nefrite (Khajehdehi et al., 2012), de acordo com estudo aleatorizado, controlado e duplo cego. Para tudo isso bastou os pacientes utilizarem 1/4 de colher de chá de açafrão em cada refeição, junto à comida, por 3 meses.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/