Convulsões no período pré-menstrual

Aproximadamente metade das mulheres com epilepsia relatam um aumento nas convulsões todo mês na época do período menstrual. As convulsões que ocorrem durante o ciclo menstrual são chamadas de epilepsia catamenial. Estudos mostram que as alterações nas convulsões ocorrem com mais frequência no meio do ciclo, próximo à ovulação e cerca de uma semana antes do sangramento menstrual.

As alterações hormonais durante o ciclo menstrual são a causa mais provável das alterações na frequência das convulsões. O cérebro contém muitas células nervosas que são diretamente afetadas pelo estrogênio e pela progesterona, os principais hormônios sexuais nas mulheres.

Estudos em animais demonstraram que altas doses de estrogênio podem causar ou piorar convulsões. No entanto, a progesterona pode proteger contra convulsões. Pensa-se que as convulsões podem ocorrer em mulheres com epilepsia porque não têm progesterona suficiente em determinados momentos do ciclo ou porque há um desequilíbrio entre estrogénio e progesterona.

Como reduzir as convulsões associadas ao ciclo menstrual?

1) Conversar com o neuro sobre o ajuste da dose do anticonvulsivante no período pré-menstrual ou adicionar uma segunda medicação neste período. Se não funcionar a recomendação é de dieta cetogênica.

2) Reduzir a retenção hídrica que ocorre no período pré-menstrual. A melhor forma de fazer isto é com a dieta cetogênica. Quanto mais carboidrato é ingerido mais líquido é retido. A dieta cetogênica caracteriza-se pelo baixíssimo teor em carboidrato. Se precisar de ajuda marque sua consulta de nutrição online aqui.

3) Usar agentes hormonais, como progesterona ou pílulas anticoncepcionais para mulheres com epilepsia catamenial, pode ajudar. Embora pequenos estudos tenham mostrado benefícios para algumas mulheres que usam progesterona para ajudar a controlar as convulsões, a verdade é que a pílula não melhora a situação em todas as mulheres. Neste caso, retornar à dieta cetogênica é a melhor opção.

4) Monitorar a data prevista da menstruação e observar outros possíveis gatilhos nesse momento. Falta de sono, sedentarismo, alto consumo de carboidratos e doces, estresse, consumo de álcool, esquecimento no uso da medicação, infecções são outros dos gatilhos para as crises convulsivas.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Resveratrol e melhoria do metabolismo cerebral e memória

A figura abaixo, publicada neste artigo de 2023, traz uma representação dos vários genes associados com eventos neuropatológicos da doença de Alzheimer. Os quatro genes clássicos estão na caixa em azul (APP, PSEN1, PSEN2 e apoE). Contudo, muitos outros genes afetam o funcionamento to das mitocôndrias, a estrutura dos dendritos, a função sináptica, o metabolismo das membranas lipídios e a assim por diante.

Não podemos modificar nossa genética mas podemos atuar nos fatores modificáveis. Mais de 40% do que acontece no nosso cérebro é função de:

  • Hipertensão Arterial

  • Resistência insulínica e diabetes

  • Excesso de gordura corporal

  • Baixo nível educacional (esteja a aprender sempre)

  • Disbiose intestinal

  • Dieta inflamatória

  • Carências nutricionais (complexo B, vitamina D, ômega-3 etc)

RESVERATROL NA DOENÇA DE ALZHEIMER

Entre os eventos principais na doença de Alzheimer destacam-se o estresse oxidativo (excesso de radicais livres), a disfunção mitocondrial, a toxicidade e neuroinflamação, a agregação de proteínas β-amilóide e tau hiperfosforilada, o dano e morte dos neurônios, gerando perda de memória e declínio cognitivo.

O combate ao estresse oxidativo e neuroinflamação passa pelo consumo de alimentos contendo fitoquímicos, como o resveratrol das uvas roxas (Atlante et al., 2020)

O resveratrol é uma fitoalexina que ocorre principalmente em espécies de videira (Vitis sp.), mas também em outras frutas, como mirtilos, cranberries, amoras e morangos. Outros alimentos contêm pequenas quantidades de resveratrol, como amendoim e cacau.

Dentre os efeitos benéficos do resveratrol destacam-se a redução do estresse oxidativo e da neuroinflamação, através da modulação de proteínas que estão intimamente relacionadas com distúrbios neurológicos, ou seja, AMPK, via da sirtuína-1 (SIRT1) e coativador do receptor gama 1α (PGC-1α).

A SIRT1 regula a atividade de vários substratos, incluindo p53 e o PGC-1α ativado por proliferador de peroxissoma, um substrato capaz de melhorar a função mitocondrial.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Benefícios dos corpos cetônicos para o paciente com declínio cognitivo e Alzheimer

À medida que a população envelhece a quantidade de pessoas com problemas de memória aumenta. A principal doença associada à perda de memória é o Alzheimer. Fatores genéticos e ambientais contribuem para o risco de desenvolvimento da doença. Explico neste vídeo:

Alterações de genes localizados no cromossomo 1, 14, 19 ou 21 aumentam o risco de Alzheimer. Contudo, em 80% dos casos os pacientes também apresentam outros fatores de risco, como resistência insulínica ou diabetes, obesidade, hipertensão. Existe também o caso dos pacientes que sofreram traumatismos cranianos ou derrames cerebrais (AVC).

O cérebro em adultos normais depende do metabolismo da glicose para suas necessidades energéticas. Contudo, observa-se que muitas pessoas com doenças neurológicas e mentais apresentam alterações no metabolismo glicolítico cerebral. Neste caso, para não agravar o problema, devemos fornecer ao cérebro corpos cetônicos.

A elevação das cetonas sanguíneas tem sido usada há quase 100 anos como tratamento para a epilepsia refratária. A mesma estratégia têm mostrado eficaz para a reversão do declínio cognitivo leve e estabilização do quadro sintomático em pacientes com transtorno bipolar. Pesquisas na área de autismo, depressão e síndrome de Down também vêm sendo realizadas.

Estudos mostram que os corpos cetônicos ajudam a reduzir a neuroinflamação, o estresse oxidativo e a toxicidade da proteína β-amilóide no cérebro.

Atendi uma criança com epilepsia e a família pediu a recomendação de um livro bom sobre dieta cetogênica, com receitas fáceis e variadas. Aqui vai para todo mundo que tiver a mesma dúvida, pois as receitas podem ser aplicadas a qualquer condição de saúde que beneficie-se das estratégias metabólicas cetogênicas: https://amzn.to/46r8lSO. Precisa de ajuda? Marque aqui sua consulta de nutrição online.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/