Cetonas ou corpos cetônicos são compostos criados a partir da metabolização de gordura corporal para obtenção de energia na ausência de carboidratos. É uma adaptação fisiológica que permite o uso de nossos estoques enquanto não estamos comendo, quando acontece durante o sono, o jejum, a convalescência de uma doença ou no pré e pós cirúrgico. O mesmo acontece com os bebês logo que nascem. Até que o leite da mãe desça em grande quantidade e o bebê aprenda a sugar, estão utilizando grande quantidade de corpos cetônicos.
Nossos ancestrais não tinham acesso a supermercados, quitandas, geladeira. Comiam quando haviam comida e no restante do tempo estavam descansando ou caçando e coletando alimentos. Podiam passar longos períodos sem comer e nestes momentos utilizavam justamente cetonas como fonte de energia.
Na história mais recente da humanidade passamos a ter abundância de alimentos, especialmente fontes de carboidratos. Bolos, biscoitos, macarrão, pães, salgadinhos, frutas, tubérculos como batata, cereais como arroz são consumidos diariamente e, muitas vezes, exageradamente. O excesso de carboidratos é oxidado (quebrado, queimado) e gera moléculas de glicose que serão utilizadas facilmente pelas células. Neste caso, o corpo nunca entra em cetose e quando precisa utilizar corpos cetônicos acha dificílimo.
As mitocôndrias ficam mimadas, acostumadíssimas a só usar carboidratos. Se a pessoa não pode comer, se o almoço atrasa já começam a reclamar de fraqueza, mal estar, dores de cabeça. Contudo, voltar a utilizar corpos cetônicos é importante. Conforme vamos envelhecendo o corpo vai tornando-se mais resistente à insulina. Sem a utilização de cetonas a primeira a sofrer é a memória.
Consumir menos carboidratos, aumentar o consumo de antioxidantes, fazer jejuns de pelo menos 12 horas, não comer sem fome, praticar atividade física aeróbica, manter o peso saudável, evitar comer perto da hora de dormir vai adaptando novamente o corpo para a utilização de cetonas.