Cerveja sem glúten

Ontem foi aniversário da cunhada e agora só fazemos festas por videoconferências. Mesmo assim, a gente se diverte. Recentemente descobri uma receita sem glúten. Vale a pena? A cerveja é a bebida alcoólica mais popular no mundo, sendo produzida há milhares de anos a partir de água, lúpulo (que dá o sabor amargo), fermento e cevada (mais comumente), trigo ou centeio - grãos que contém glúten. Fungos fermentam os grãos para produzir o álcool. Com isso, a quantidade de glúten na cerveja fica bem baixinha. Mesmo assim, não pode ser consumida por pessoas com doença celíaca pois o glúten (mesmo em baixíssimas quantidades) pode danificar os intestinos, bem como causar dores de estômago, diarréia, perda de peso inexplicável e má absorção de nutrientes.

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A quantidade de glúten na cerveja é medida em partes por milhão (ppm). Na maioria dos países, alimentos e bebidas devem conter menos de 20 ppm de glúten para serem considerados sem glúten. A cerveja fabricada de maneira convencional contém muito mais do que 20 ppm de glúten, embora a quantidade exata varie dependendo do processo de fabricação e dos ingredientes usados.

Além dos grãos as cervejas podem conter aditivos que contêm glúten, o que a torna insegura para indivíduos com doença celíaca. Para atender a um padrão seguro para celíacos, algumas cervejarias fazem a bebida a partir de grãos naturalmente sem glúten, como arroz, milho, sorgo e milheto. Além disso, algumas delas possuem instalações separadas para evitar a contaminação cruzada entre as cervejas com e sem glúten. Pessoas com intolerâncias ao glúten também devem optar por esta variedade de cerveja. Leia atentamente a embalagem e verifique o tipo de grão utilizado. Além disso, beba com moderação.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Melhore o funcionamento intestinal para regular melhor a glicemia e reduzir os riscos de complicações relacionadas à diabetes

A doença diabetes é uma condição de origem multifatorial. Idade, peso, histórico familiar, dieta, prática de atividade física ou sedentarismo são alguns dos fatores que influenciam as chances de desenvolvimento de diabetes. Sabemos, por exemplo, que um intestino que não funciona bem é um dos fatores de risco no desenvolvimento da doença. Na diabetes tipo 2, a ativação de receptores intestinais e o reconhecimento de microrganismos na luz intestinal podem gerar respostas inflamatórias, induzindo a fosforilação de resíduos de serina no substrato-1 do receptor de insulina, o que reduz a sensibilidade à insulina.

No diabetes tipo 1, a expressão diminuída de proteínas de adesão dentro do epitélio intestinal favorece uma maior resposta imune que pode resultar na destruição de células β-pancreáticas por linfócitos T CD8+ e aumento da expressão de interleucina-17, relacionada à autoimunidade. Pesquisas em modelos animais e humanos mostram que o tratamento da disbiose intestinal melhoram o prognóstico da diabetes.

Uma barreira intestinal com boa integridade garante menos inflamação e mais saúde, reduz a destruição autoimune das células β-pancreáticas e, por isso, a prevenção e tratamento da doença deve incluir a modulação da microbiota com o uso de probióticos selecionados.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Tratamento da disbiose intestinal - Programa 6 Rs

O trato gastrointestinal (TGI) humano é o local do corpo mais povoado por microorganismos comensais e mutualísticos, abrigando dez vezes mais bactérias que o número de células que formam nosso organismo. Cada pessoa apresenta uma composição bacteriana distinta das outras pessoas, que depende de características genéticas, individuais e ambientais, incluindo o modo de nascimento (parto normal ou cesariana), idade e hábitos alimentares.

Calcula-se que, na microbiota intestinal, existam cerca de mil espécies, distribuídas em mais de 50 diferentes filos. Na maioria dos indivíduos, cerca de 90% dos filos são Firmicutes e Bacteroidetes, sendo o restante composto por Actinobacterias (família Bifidobacteriaceae) e Proteobacterias (família Enterobacteriaceae). Em seguida, na ordem de frequência, aparecem os filos Synergistetes, Verrucomicrobia, Fusobacteria e Euryarchaeota, representando percentual pequeno da nossa microbiota (falo mais sobre isto neste vídeo). O rompimento do equilíbrio do ecossistema intestinal, conhecido como disbiose intestinal, está associado a muitas condições crônicas, incluindo distúrbios autoimunes, diabetes, doenças cardiovasculares e alergias.

Intestino saudável contribui para a boa imunidade e protege contra doenças (de Oliveira et al., 2017)

Intestino saudável contribui para a boa imunidade e protege contra doenças (de Oliveira et al., 2017)

Por exemplo, o estresse crônico ou agudo afeta adversamente o equilíbrio de bactérias no intestino, com implicações negativas na imunidade. O estresse pode levar a alterações na composição, diversidade e número de microrganismos intestinais. O aumento da permeabilidade intestinal foi observado em modelos animais de diabetes tipo 1 (T1D), bem como em humanos com ou com risco aumentado para a doença. O equilíbrio microbiano também é interrompido em pessoas com doença de Crohn e na artrite reumatóide (AR).

TRATAMENTO DA DISBIOSE INTESTINAL - REPARO EM 6 FASES

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Explico o programa de tratamento da disbiose intestinal em meu curso online. Aqui está o resumo:

1) Remover organismos patogênicos. Isso inclui leveduras, parasitas e bactérias nocivas, além de alimentos imunologicamente reativos, como aqueles contendo glúten (cevada, trigo, centeio), laticínios, alimentos processados, açúcar, amendoim, soja e álcool. Dependendo do resultado do seu exame genético talvez seja necessário excluir outros alimentos como feijões, nozes, castanhas, ovos e café. Não aqueça embalagens plásticas no forno de microondas e evite alimentos ultraprocessados. Evite alimentos fritos e torrados. Consuma frutas, folhas, legumes, raízes e tubérculos, preferencialmente orgânicos. Use temperos com ação antimicrobiana como orégano, óleo de alho, óleo de coco, louro, tomilho, sementes de coentro, alecrim, chá de anis-estrelado, suco de cranberry, canela, endro, hortelã.

2) Recolocar HCL (betaína HCL) e enzimas digestivas (protease, amilase, lipase, bromelina, papaína, entre outras). Melhore sua mastigação e a acidez (suco de limão, vinagre de maçã). Consuma frutas ricas em enzimas como abacaxi, mamão, figo e kiwi. Os itens 1, 2 e 3 do tratamento costumam ser feitos juntos, e isso às vezes aparecem em ordem inversa nas imagens. O jejum intermitente também é interessante para o repouso gastrointestinal.

3) Reparar o revestimento intestinal com nutrientes adequados como glutamina, arginina, glicina, colágeno em pó, caldo de ossos, vitaminas A, C, D, ácido pantotênico (vitamina B5), minerais silício, zinco, ácidos graxos essenciais, aloe vera em gel, fibras (como beta glucanas) e nucleotídeos. Suplemento recomendado para reparo aqui.

Atenção: pacientes com câncer não devem usar a glutamina.

4) Reinocular o intestino com bactérias benéficas usando suplementos pré e probióticos. Consumir alimentos fermentados como chucrute, kefir, natto (soja fermentada) e kimchi (vegetais fermentados coreanos).

5) Reequilibrar sua vida com mais movimento, melhor sono e menos estresse (práticas de yoga e meditação também ajudam muito).

6) Reavaliar. Registre o que você come em cada refeição e avalie seus sintomas, sua piora ou melhora com cada estratégia. Marque nova consulta para continuidade do tratamento em 30, 60 e 90 dias.

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DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA DISBIOSE INTESTINAL

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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