Tratamento da disbiose intestinal - Programa 6 Rs

O trato gastrointestinal (TGI) humano é o local do corpo mais povoado por microorganismos comensais e mutualísticos, abrigando dez vezes mais bactérias que o número de células que formam nosso organismo. Cada pessoa apresenta uma composição bacteriana distinta das outras pessoas, que depende de características genéticas, individuais e ambientais, incluindo o modo de nascimento (parto normal ou cesariana), idade e hábitos alimentares.

Calcula-se que, na microbiota intestinal, existam cerca de mil espécies, distribuídas em mais de 50 diferentes filos. Na maioria dos indivíduos, cerca de 90% dos filos são Firmicutes e Bacteroidetes, sendo o restante composto por Actinobacterias (família Bifidobacteriaceae) e Proteobacterias (família Enterobacteriaceae). Em seguida, na ordem de frequência, aparecem os filos Synergistetes, Verrucomicrobia, Fusobacteria e Euryarchaeota, representando percentual pequeno da nossa microbiota (falo mais sobre isto neste vídeo). O rompimento do equilíbrio do ecossistema intestinal, conhecido como disbiose intestinal, está associado a muitas condições crônicas, incluindo distúrbios autoimunes, diabetes, doenças cardiovasculares e alergias.

Intestino saudável contribui para a boa imunidade e protege contra doenças (de Oliveira et al., 2017)

Intestino saudável contribui para a boa imunidade e protege contra doenças (de Oliveira et al., 2017)

Por exemplo, o estresse crônico ou agudo afeta adversamente o equilíbrio de bactérias no intestino, com implicações negativas na imunidade. O estresse pode levar a alterações na composição, diversidade e número de microrganismos intestinais. O aumento da permeabilidade intestinal foi observado em modelos animais de diabetes tipo 1 (T1D), bem como em humanos com ou com risco aumentado para a doença. O equilíbrio microbiano também é interrompido em pessoas com doença de Crohn e na artrite reumatóide (AR).

TRATAMENTO DA DISBIOSE INTESTINAL - REPARO EM 6 FASES

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Explico o programa de tratamento da disbiose intestinal em meu curso online. Aqui está o resumo:

1) Remover organismos patogênicos. Isso inclui leveduras, parasitas e bactérias nocivas, além de alimentos imunologicamente reativos, como aqueles contendo glúten (cevada, trigo, centeio), laticínios, alimentos processados, açúcar, amendoim, soja e álcool. Dependendo do resultado do seu exame genético talvez seja necessário excluir outros alimentos como feijões, nozes, castanhas, ovos e café. Não aqueça embalagens plásticas no forno de microondas e evite alimentos ultraprocessados. Evite alimentos fritos e torrados. Consuma frutas, folhas, legumes, raízes e tubérculos, preferencialmente orgânicos. Use temperos com ação antimicrobiana como orégano, óleo de alho, óleo de coco, louro, tomilho, sementes de coentro, alecrim, chá de anis-estrelado, suco de cranberry, canela, endro, hortelã.

2) Recolocar HCL (betaína HCL) e enzimas digestivas (protease, amilase, lipase, bromelina, papaína, entre outras). Melhore sua mastigação e a acidez (suco de limão, vinagre de maçã). Consuma frutas ricas em enzimas como abacaxi, mamão, figo e kiwi. Os itens 1, 2 e 3 do tratamento costumam ser feitos juntos, e isso às vezes aparecem em ordem inversa nas imagens. O jejum intermitente também é interessante para o repouso gastrointestinal.

3) Reparar o revestimento intestinal com nutrientes adequados como glutamina, arginina, glicina, colágeno em pó, caldo de ossos, vitaminas A, C, D, ácido pantotênico (vitamina B5), minerais silício, zinco, ácidos graxos essenciais, aloe vera em gel, fibras (como beta glucanas) e nucleotídeos. Suplemento recomendado para reparo aqui.

Atenção: pacientes com câncer não devem usar a glutamina.

4) Reinocular o intestino com bactérias benéficas usando suplementos pré e probióticos. Consumir alimentos fermentados como chucrute, kefir, natto (soja fermentada) e kimchi (vegetais fermentados coreanos).

5) Reequilibrar sua vida com mais movimento, melhor sono e menos estresse (práticas de yoga e meditação também ajudam muito).

6) Reavaliar. Registre o que você come em cada refeição e avalie seus sintomas, sua piora ou melhora com cada estratégia. Marque nova consulta para continuidade do tratamento em 30, 60 e 90 dias.

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DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA DISBIOSE INTESTINAL

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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