Neuroinflamação aumenta o risco de desordens neurológicas

O cérebro produz muitas substâncias que proporcionam seu reparo, plasticidade, reorganização e proteção. Porém, quando os processos inflamatórios são crônicos e exagerados, o risco de muitos problemas que afetam o sistema nervoso central (SNC) - como o acidente vascular cerebral (AVC ou derrame), doença de Alzheimer (DA), enxaqueca e epilepsia - aumenta muito.

A resposta imune no SNC envolve elementos locais e elementos que são transportados da periferia. O sistema imunológico local do SNC é composto principalmente de células gliais, que tanto induzem, quanto controlam a inflamação.

Contudo, muitos distúrbios imunológicos no SNC têm sua causa e origem fora do cérebro. Células imunes e citocinas são transportados da periferia, através da barreira hematoencefálica para o cérebro. Este transporte é altamente regulado, porém a inflamação faz com que linfócitos inflamatórios cheguem ao cérebro. Também importante na inflamação no cérebro é o sistema linfático, que permite a drenagem de partículas e produtos inflamatórios.

Na esclerose múltipla, a inflamação começa no sistema nervoso. A dieta antiinflamatória é muito importante. Além disso, converse com um neurologista pois drogas imunossupressoras podem ser necessárias. Em pacientes com doença altamente ativa e resistente a terapias imunossupressoras, a manipulação do sistema imunológico via terapia com células-tronco está emergindo como um procedimento seguro e eficaz.

Após um incidente neurológico agudo, traumático ou não traumático, os marcadores de inflamação aumentam no cérebro e sistemicamente em minutos; segue uma cascata de eventos imunológicos. Esse processo pode ser prejudicial, mas também pode promover reparos. Da mesma forma, nos distúrbios crônicos do cérebro e do sistema nervoso, como lúpus, encefalopatia de Hashimoto, coreia de Sydenham, doença de Behçhet, epilepsia, encefalite de Rasmussen e encefalite límbica o melhor tratamento varia de paciente para paciente.

Os processos neuroinflamatórios também são relevantes para o AVC, causado principalmente por isquemia cerebral resultante de comprometimento microvascular, patologia da artéria extracraniana ou tromboembolismo de origem cardíaca. Por isso, é incrível que hospitais ainda ofereçam aos pacientes dietas tão ruins cheias de alimentos inflamatórios (como leite, gelatina, pão…).

A enxaqueca crônica também parece ter como causa principal a neuroinflamação neurogênica. Ataques repetidos de enxaqueca ativam proteínas cinases nos neurônios e glia, levando a um aumento da produção de citocinas. Finalmente, distúrbios neurodegenerativos, incluindo DA, doença de Parkinson e esclerose lateral amiotrófica, envolvem o sistema imunológico, principalmente a microglia. Os tratamentos imunoativos são responsáveis por alguns dos principais avanços recentes em neurologia. A escolha da droga mais adequada para redução da neuroinflamação em cada doença tem sido tema de muitos estudos e congressos.

Nutrição para um cérebro saudável

  • uso de condimentos e fitoquímicos com ações específicas no cérebro. Muitos deles possuem efeitos neuroprotetores incluindo: Allium sativum, Bacopa monnierae, Centella asiatica, Celastrus paniculatus, Nicotiana tabaccum, Withania somnifera, Ricinus communis, Salvia officinalis, Ginkgo biloba, Huperiza serrata, Angelica sinensis, Uncaria tomentosa, Hypericum perforatum, Physostigma venosum, Acorus calmus, Curcuma longa, Terminalia chebula, Crocus sativus, Enhydra fluctuans, Valeriana wallichii, Glycyrrhiza glabra, Ledebouriella divaricata, Scutellaria baicalensis, Angelica pubescens, Morus alba, Salvia miltiorrhiza, Uncaria rhynchophylla, e Ligusticum chuanxiong (Kumar e Khanum, 2012);

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
Tags

Como viver o tédio depois de uma vida inteira com tantos estímulos?

Solidão, tédio e alimentação

A solidão e o tédio costumam desencadear a ingestão de alimentos de conforto ou de comer em horários inadequados. Quando sentimos o impulso de comer em um horário estranho (como uma hora após o almoço ou quando não conseguimos dormir à noite), podemos dedicar um momento para investigar o que está acontecendo em nosso corpo, coração e mente. Podemos verificar dentro de nossos corpos para investigar se estamos realmente com fome. Quão cheio está o nosso estômago? Esvaziar? Um quarto cheio? Meio cheio? Cheio? Recheado? Se percebermos que não estamos realmente com fome, poderemos investigar nossos sentimentos e pensamentos. Podemos verificar nossos sentimentos para investigar quais emoções podem estar presentes. Ajuda a familiarizar-se com as sensações corporais específicas que acompanham emoções diferentes. Por exemplo, os sinais corporais de solidão em uma pessoa podem ser uma sensação de flacidez nas pálpebras e peso no peito. Descobrimos que o corpo pode nos contar sobre sentimentos de solidão ou tédio dos quais não temos plena consciência. Podemos verificar o diálogo de fundo em nossas mentes. A mente pode estar sutilmente murmurando: “Eu me sinto tão sozinha. Preciso me confortar com algo para comer "ou" estou entediado. Eu preciso de algumas sensações emocionantes no paladar. ” Depois de identificarmos a emoção que estamos sentindo, o que podemos fazer? Se o desconforto que estamos sentindo estiver surgindo da solidão, podemos alcançá-lo. Podemos ligar para alguém que cuida de nós. Podemos chegar a outra pessoa que possa estar sozinha. Nós podemos brincar com uma criança ou animal de estimação. Podemos ir ao ar livre e abrir nossa consciência para a companhia de árvores e pássaros. Se o desconforto surgir do tédio, podemos desafiar a mente que diz: "Não há nada acontecendo", observando direta e cuidadosamente o que realmente está acontecendo. Podemos sentar por um momento e focar na respiração, curiosos sobre os milhares de pequenos toques no corpo. Podemos olhar de perto uma flor, bebendo sua cor com os olhos. Podemos abrir nossos ouvidos para muitos sons, óbvios e sutis, que nos cercam. Podemos tomar uma xícara de chá lentamente, cientes das mudanças de temperatura e sabor. Quando estamos totalmente presentes, quando o tédio é substituído pela curiosidade, quando a solidão é substituída pela conexão com os outros, nosso descontentamento pode se dissolver e ser substituído por satisfação e facilidade. Registre-se e participe professores de atenção plena e líderes de retiros, Jan Chozen Bays, MD e Char Wilkins, LCSW para Alimentação Consciente, Vida Consciente, um retiro de treinamento profissional de 5 dias, de 4 a 9 de agosto de 2012, Chapin Mill Retreat Center, Nova York. Este treinamento enfatiza o envolvimento experiencial nas práticas de meditação da atenção plena e nos exercícios de conscientização da alimentação consciente, para que o participante possa transmitir o benefício desses exercícios aos clientes e pacientes em uma variedade de configurações. Essas práticas e exercícios são componentes integrais do programa Mindful Eating, desenvolvido por Bays e Wilkins, que fornece a estrutura organizadora para esse treinamento.

6 passos para uma alimentação saudável em tempos de COVID-19

Coma mais fruta e hortícolas. Coma, pelo menos, sopa de hortícolas ao almoço e jantar e 3 peças de fruta. Dentro do grupo das frutas e hortícolas opte por aqueles com maior durabilidade e os produtos congelados também podem ser uma boa opção, uma vez que as suas propriedades nutricionais são mantidas. Î Beba água ao longo do dia e sem açúcar. Manter um bom estado de hidratação é essencial, vá bebendo água ao longo do dia. Beba por dia 1,5 a 1,9L de água (8 copos de água). Î Aproveite para recuperar a presença do feijão, do grão e das ervilhas à mesa. Em tempos de muitos enlatados em casa, pode ser uma oportunidade para voltar a valorizar as leguminosas, que são fontes de fibra e vários nutrientes importantes. Î Mantenha a rotina das refeições diárias, evitando snacks com excesso de açúcar e sal ao longo do dia. Que este período em que está mais por casa, não seja um estímulo ao consumo de alimentos com elevada densidade energética e baixo valor nutricional. Para os snacks escolha opções mais saudáveis. Î Aproveite esta oportunidade e cozinhe saudável com os seus filhos. Neste período por casa, há oportunidades que se criam. Use o seu tempo livre para ensinar os mais novos a cozinhar de forma saudável. 10 ALIMENTAÇÃO Î Faça uma alimentação completa, variada e equilibrada, seguindo os princípios da Roda dos Alimentos Coma alimentos de grande grupo da roda e beba água diariamente. Coma em maior quantidade os grupos com maior dimensão e em menor quantidade os grupos mais pequenos. E vá variando diariamente e ao longo do dia, consumindo alimentos diferentes dentro de cada grupo da roda.

Compartilhe e ajude este trabalho a continuar.
Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Práticas integrativas para quem sofre com desatenção e impulsividade

Leia a lista de sintomas abaixo e classifique-se, usando a escala a seguir:

0 = Nunca | 1 = Raramente | 2 = Ocasionalmente | 3 = Frequentemente | 4 = Muito frequentemente

  • Distração

  • Má capacidade de planejamento

  • Falta de objetivos claros

  • Dificuldade em exprimir sentimentos

  • Devaneios excessivos

  • Tédio constante

  • Apatia ou falta de motivação

  • Letargia

  • Busca de conflito

  • Falar de menos ou demais

  • Sensação de vazio

  • Dificuldade de exprimir empatia pelos outros

  • Incapacidade de prestar atenção a pormenores ou incapacidade de evitar erros, por puro descuido

  • Dificuldade em prestar atenção a situações rotineiras ou entediantes

  • Incapacidade de terminar as coisas, falta de seguimento

  • Má organização do tempo e espaço

  • Desassossego ou dificuldade em permanecer quieto

  • Dificuldade em permanecer sentado quando deveria

  • Dar resposta antes de terminarem de fazer as perguntas

  • Dificuldade de aguardar a própria vez

  • Interrupção ou intrusão

  • Impulsividade

  • Dificuldade em aprender com os erros; tendência para repetir os erros

Cinco ou mais sintomas com 3 ou 4 pontos indicam elevada probabilidade de alterações no córtex pré-frontal.
O córtex pré-frontal é a parte mais evoluída do cérebro. Situa-se atrás da testa e é a parte do sistema nervoso que observa, supervisiona, orienta, dirige e foca o comportamento. Supervisiona funções executivas, gestão do tempo, discernimento, foco, controle de impulsos, organização e pensamento crítico. Está ligado ao sistema límbico e permite com que sintamos e expressemos emoções como tristeza, felicidade, alegria e amor.

O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) resulta justamente de alterações nesta parte do cérebro. O tratamento envolve vários aspectos, dentre eles: (1) definição de objetivos claros em quem possamos nos concentrar diariamente; (2) concentrar-se naquilo que gosta e faz bem. Parar de focar no negativo; (3) organizar-se - e pedir ajuda quando necessário; (3) evitar conflitos. Não gritar, não elevar a voz, usar o humor, aprender a ouvir. O tratamento psicoterápico ajuda muito neste sentido. Recomendo a psicóloga Julia Maciel que atende online (4) considerar o tratamento por neurofeedback, uma técnica que usa instrumentos de medição de reações fisiológicas no corpo (temperatura das mãos, ritmo cardíaco e respiratório, pressão arterial e padrões de ondas cerebrais) para que tenhamos informações suficientes e possamos mudar comportamentos e reações. Por meio de jogos o cliente aprende a concentrar-se para aumentar ondas cerebrais beta (concentração) e reduzir ondas teta (ocorrem em devaneios, quando estamos sonhando acordados).

Por fim, não esqueça de melhorar a alimentação. Uma dieta que estabilize os níveis de açúcares no sangue e que seja rica em nutrientes para produção de neurotransmissores (serotonina, dopamina) contribui para aumento do bem-estar e da capacidade de foco. Falo mais sobre este tema no curso PsicoNutrição.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
Tags