As pessoas com síndrome de Down (SD) possuem algumas características em comum, mas não todas. São indivíduos complexos, como todos nós. O Projeto 1000 Genomas indicou que todo mundo difere, em média, em 4 a 5 milhões de SNPs (polimorfismos ou variações de nucleotídeos simples), cerca de 0,5 milhão de inserções ou deleções e até mil variações maiores de número de cópias. Embora a maioria dessas variações seja funcionalmente neutra, existem muitos milhares de locais em todo o genoma que aumentam o risco de doenças comuns ou mediam a capacidade de resposta a medicamentos.
Na SD condições geriátricas tendem a ocorrer em maior proporção, incluindo agravamento de déficits cognitivos, deficiência de vitamina D, sintomas de depressão, comportamento agressivo, problemas de comunicação, redução da acuidade auditiva, aumento da taxa de incontinência urinária e fecal, problemas gastrointestinais, de pele e dentários, além de obesidade. Ou seja, adultos com SD podem apresentar um alto nível de comorbilidade e complexidade e em idades mais jovens do que o do restante da população.
Muitas famílias encontram dificuldade em fazer a transição do acompanhamento pediátrico para o acompanhamento adulto. Nem sempre médicos generalistas estão preparados para a complexidade de demandas destes pacientes. Por isso, discute-se se médicos geriatras não seriam uma melhor opção para adultos com SD conforme vão envelhecendo (Carfi et al., 2019). Acompanhe novidades nesta temática pelo Telegram.