Microbioma de pessoas com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH)

O transtorno de déficit de atenção / hiperatividade (TDAH) é um distúrbio neurodesenvolvimental comum, mas seus mecanismos fisiopatológicos ainda não estão totalmente claros. Há uma tendência muito grande a medialização de pessoas com TDAH. O medicamentos, de fato, pode trazer alívio de sintomas mas não necessariamente atacam a causa do problema. Será que a pessoa tem déficit de atenção ou está com déficit de atenção (como é tão comum atualmente na nossa sociedade)? O TDAH pode ser um transtorno do neurodesenvolvimento ou pode estar associado com nosso hábito de fazer mil coisas ao mesmo tempo ou com a neuroinflamação provocada por alterações na microbiota intestinal.

Por isso, a investigação das causas é tão importante e a forma realmente mais eficaz de tratar qualquer questão de saúde. Os distúrbios neuropsiquiátricos como depressão, ansiedade, transtorno bipolar, transtorno do espectro do autismo (TEA) e TDAH, estão todos relacionados a distúrbios comportamentais, cognitivos e emocionais que, em última análise, estão enraizados na função cerebral desordenada (aprenda mais no curso PSICONUTRIÇÃO). Mais especificamente, esses distúrbios estão ligados a vários neuromoduladores (isto é, serotonina e dopamina), bem como disfunção nas redes cerebrais cognitivas e socioafetivas.

Evidências crescentes sugerem que o ambiente intestinal, e particularmente o microbioma, desempenha um papel significativo na saúde mental individual. A presença de um eixo de comunicação cérebro-intestino é descrita há muito tempo na literatura científica. Muitos estudos envolvendo animais e humanos conectam o microbioma intestinal alterado à depressão, ansiedade e TEA (Mathee et al., 2020).

Efeito dos fatores dietéticos na comunicação intestino-cérebro (Liang et al., 2018).

Efeito dos fatores dietéticos na comunicação intestino-cérebro (Liang et al., 2018).

Em um estudo, 30 crianças com TDAH foram recrutadas e comparadas a 30 crianças neurotípicas. A microbiota das amostras fecais foi investigada usando sequenciamento genético. Foi observado que a microbiota diferia entre os dois grupos (Wang et al., 2019). Situação similar é observada também em adultos.

Revisão publicada por Bull-Larsen & Mohajeri (2019) mostrou que a população com TDAH tem maior abundância do filo Actinobacteria. Já os grupos típicos possuem maior abundância do filo firmicutes. O gênero Bifidobacterium, pertencente ao filo Actinobacteria, parece desempenhar um papel significativo na patogênese do TDAH. As bifidobactérias não apenas protegem a função de barreira no intestino e suportam uma resposta imune saudável, mas também influenciam o sistema de dopamina, elevando seus níveis. E dopamina já está muito elevada no TDAH.

Entre as causas que contribuem para a disbiose intestinal estão o sedentarismo, o estresse, o uso indiscriminado de medicamentos e a má alimentação. Estes fatores correlacionam-se com uma saúde intestinal ruim e aumentam o risco de diversas doenças. As comunidades humanas ancestrais que consumiam principalmente dietas à base de plantas possuíam um perfil de microbiota intestinal bem adaptado ao consumo de carboidratos acessíveis à microbiota. No entanto, a industrialização facilitou o consumo de alimentos ultraprocessados, pobres em fibras boas, o que diminuiu a colonização intestinal por bactérias capazes de degradarem vários tipos de alimentos. Com isso, há queda de GLP-1, maior descontrole da glicemia, maior compulsão alimentar e risco de obesidade e doenças a ela associadas.

CUIDAR DA MICROBIOTA INTESTINAL

Pesquisas pré-clínicas mostram resultados promissores no tratamento da microbiota, com o potencial de prevenir déficits no desenvolvimento neurológico . O cuidado com a microbiota intestinal precisa começar no início da vida. Ou melhor, ainda dentro da barriga da mãe. Bactérias boas estão diminuídas no intestino de crianças nascidas por cesariana ou prematuros ou amamentados artificialmente ou que receberam antibióticos nos primeiros meses de vida. Todos esses fatores parecem estar simultaneamente associados a um risco aumentado de TDAH.

Ruptura da microbiota e suas consequências no cérebro (Liang et al., 2018).

Ruptura da microbiota e suas consequências no cérebro (Liang et al., 2018).

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/