Restrição calórica para a reparação celular

Um estudo da Universidade da Flórida evidenciou que o corpo beneficia-se da restrição calórica, pelo menos em camundongos. O baixo consumo calórico proporcionou mais tempo de vida aos roedores através do aumento da habilidade de reparo de células danificadas.

Durante o envelhecimento, radicais livres são produzidos em maiores quantidades danificando células e tecidos. O efeito pode ser desastroso causando a morte celular em escalas aumentadas. Células jovens tem maior capacidade de se reciclar e degradar estruturas danificadas. Porém células mais velhas realizam este processo menos eficientemente acumulando-se e acelerando o envelhecimento. A sobrevivência das células depende de sua habilidade em reciclar suas estruturas danificadas através de um processo conhecido como autofagia. Quando uma célula está passando por algum tipo de estresse o mecanismo de autofagia inicia-se com a finalidade de remover os componentes danificados, enquanto recicla os blocos necessários à reconstrução celular.

No estudo da universidade da Flórida, dois grupos de camundongos foram comparados: aqueles com dieta livre e aqueles com dieta hipocalórica. O estresse da dieta com poucas calorias foi suficiente para aumentar o processo de renovação celular no coração dos camundongos em até 120%. Afim de determinar como a restrição calórica foi capaz de reduzir os compostos tóxicos produzidos, os cientistas estudaram como a quantidade de certas proteínas mudou com o envelhecimento e com a dieta dos roedores. Os achados evidenciaram que determinadas proteínas responsáveis pela degradação de células danificadas eram mais abundantes em camundongos mais velhos cujas dietas eram restritivas em termos calóricos.

Este processo de reparação celular é particularmente importante no coração, um órgão vital, rico em mitocôndrias. Como o coração não tem uma capacidade de repor células mortas em velocidade adequada, a manutenção de células antigas através da reparação é crucial para o bom funcionamento do órgão.

Agora que as proteínas foram identificadas os pesquisadores buscam um mecanismo de acelerar a renovação celular sem a restrição calórica. Enquanto as pesquisas continuam tenha em mente que quanto mais você come mais envelhece por isto tente não abusar à mesa com grande frequência.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/