Envelhecimento e qualidade de vida

No Brasil 13% da população é considerada idosa. Em Portugal este percentual sobe para 18%. O aumento no número de idosos gera desafios para a sociedade que precisa desenvolver meios para enfrentar as demandas específicas decorrentes dessa nova fase etária.

O aumento do número de pessoas idosas em todo o mundo é consequência do prolongamento da vida que se apresenta como fato inquestionável há mais de uma década. Esse fenômeno resultou em diversas mudanças sociais, estruturais e, principalmente, culturais, gerando demandas específicas para este segmento da população. Para atendê-las, são necessárias ações e projetos inovadores, a fim de aprimorar o atendimento dispensado a essas pessoas. Todavia, a sociedade civil e os órgãos públicos não encontram-se totalmente preparados para atender a esta população.

Um dos desafios é que a realidade do envelhecimento é muito complexa e heterogênea. O envelhecimento não é igual para todos, e as diferenças existentes se referem a fatores como condições de vida, acesso aos bens e serviços, cobertura da rede de proteção e as condições de atendimento social, boa alimentação e adoção de hábitos saudáveis durante toda a vida.

A partir dos 60 anos, a nutrição é vista como fator determinante para que idosos possam manter uma relação harmoniosa entre os fatores que garantem uma melhor qualidade de vida, como saúde física e mental, satisfação no trabalho e nas relações familiares, disposição, dignidade e longevidade.

Algumas situações podem afetar diretamente o estado nutricional dos idosos, como aspectos econômicos desfavoráveis, isolamento familiar e social, alto consumo de alimentos industrializados ou de fácil preparo, depressão, menor sensibilidade gustativa ou  olfatória, hábitos e preferências alimentares anteriores, demência, sequelas de doenças.

Dois distúrbios nutricionais podem coexistir nesta faixa etária: desnutrição para alguns e obesidade para outros. Ambos estão relacionados com diminuição da qualidade de vida. A desnutrição eleva os índices de mortalidade e aumenta a susceptibilidade às infecções, assim como de osteoporose, fraturas, problemas respiratórios e cardíacos.

Já a obesidade explica o aumento de muitas doenças crônicas como diabetes, hipertensão, câncer de mama, ovário e próstata. Para amenizar muitos destes problemas deve haver um incentivo para o convívio social; para a adoção de hábitos alimentares saudáveis e para o acompanhamento nutricional periódico, visando a melhoria do estado de saúde, como um todo.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Açafrão da terra no tratamento de pacientes soropositivos

Produtos naturais e extratos vegetais são importantes fonte de pesquisa na área de medicamentos. Compostos como o campferol, geraniol e taninos tem sido estudados como agentes capazes de inibir a transcriptase reversa, enzima capaz de copiar o material genético do vírus HIV. Um outro composto bastante estudado neste sentido é a curcumina, flavonóide presente no açafrão da terra. 

Vários estudos demonstram a superioridade da curcumina no tratamento de doenças como artrite reumatóide, nefrite lúpica e outras condições inflamatórias, aliviando os sintomas de forma similiar ou maior que medicamentos consagrados e sem seus efeitos colaterais. Sua ação decorre de sua capacidade em inibir citocinas inflamatórias tais quais  IL-1beta, IL-6, IL-12, TNF-alfa e IFN-y, assim como as vias JAK-STAT, AP-1, e NF-kappaB. Estudos tem demonstrado que o uso da cúrcuma pode melhorar a memória espacial e prevenir ou tratar a demência associada à infeção pelo vírus HIV, além de suprimir vias ligadas à multiplicação do vírus. Por ser hidrossolúvel, a biodisponibilidade da curcumina não é das melhores mas pode ser melhorada associando-a ao pipper nigrum. Estes suplementos não são baratos porém você pode incrementar o consumo adicionando mais açafrão e pimenta-do-reino à sua alimentação.

Da série: as coisas que a indústria farmacêutica esconde de você. Um estudo demonstrou que o remédio para dor paracetamol (Tylenol), também pode tornar as pessoas insensíveis às emoções. Em experimento, publicado na revista científica “Psychological Science”, 85 pessoas tomaram 1.100 miligramas de Tylenol ou um placebo. Uma hora depois, os pesquisadores apresentaram a eles 40 imagens em ordem aleatória. As imagens eram muito agradáveis (por exemplo, crianças rindo com gatinhos em um parque), neutras (um rolo de macarrão em cima de uma mesa) ou muito desagradáveis (um vaso sanitário cheio de excrementos).

O Tylenol reduz a dor agindo na ínsula, parte do cérebro que influencia nas emoções sociais, entre outras funções. Com o seu uso as pessoas ficaram mais insensíveis, tanto às imagens negativas quanto às positivas. Se você quer reduzir a dor sem afetar suas habilidades sociais e sua capacidade de sentir emoções, troque o remédio pelo açafrão (cúrcuma longa). A raiz reduz dores articulares, dores associadas à doenças inflamatórias e até câncer. Em outro estudo a curcumina (composto bioativo do açafrão) foi capaz de inibir a ciclooxigenase (COX) mais do que outros medicamentos poderosos como indometacina. O açafrão também possui atividade antioxidante, antiviral, antibacteriana e antifúngica. Volte para a natureza! Adicione às suas preparações (omelete, sopa, feijão…) diariamente.

Nosso estilo de vida está ruim assim? Pois é, não está fácil para ninguém e essa quarentena deixou tudo ainda mais estranho mas há luz no fim do túnel! Consu...

Suplementos de curcumina

Existem também suplementos manipulados como o Curcuvail. Caso precise de ajuda com dosagens e modificação alimentar marque aqui sua consultoria nutricional online.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Curcumina para o tratamento da malária cerebral

A malária ou paludismo é uma doença infecciosa causada por protozoários do gênero Plasmodium e transmitida pela picada do mosquito Anopheles fêmea.  É importante causa de óbito e danos cerebrais em crianças de países tropicais.  

Os sintomas iniciais da doença incluem dores de cabeça, fadiga, febre e náuseas, podendo durar vários dias. Mais tarde evoluem para calafrios, febre intensa, destruição de hemácias, descarga de substâncias tóxicas na corrente sanguínea. Se não diagnosticada e tratada, a malária maligna causada pelo Plasmodium falciparum pode evoluir rapidamente, resultando em morte. A malária "benigna" das outras espécies pode resultar em debilitação crónica, mas raramente leva à óbito.

O tratamento farmacológico da malária baseia-se na susceptibilidade do parasita aos radicais livres e substâncias oxidantes produzidas por medicamentos como quinacrina, cloroquina, artemisina e primaquina usadas isoladamente ou em conjunto. Estes fármacos aumentam as concentrações de radicais livres dentro das células onde se localizam o parasita.

A infestação das células vermelhas pelo Plasmódio pode levar a obstrução de capilares no cérebro, com consequente redução no fluxo sanguíneo, má oxigenação do tecido e liberação de moléculas e citocinas inflamatórias. Estudos com drogas (deferoxamina) e suplementos (como a N-acetilcisteína - NAC) mostraram diminuição da produção dessas substâncias inflamatórias, aumento da sobreviva e diminuição das sequelas neurológicas em ratos, porém não em seres humanos. Já estudo inglês publicado em 2011, mostrou que a suplementação de curcumina [1,7-bis(4-hydroxy 3-methoxy phenyl)-1,6-heptadiene-3,5-dione], um composto fenólico extraído da planta Curcuma longa L. (também chamada Açafrão da terra) e que possui, interessantemente, tanto habilidade antioxidante como pró-oxidante, aumentou a produção de radicais livres pelo parasita levando-o à sua morte. Ao mesmo tempo aumentou a atividade fagocítica de macrófagos.

A exposição das células infestadas à curcumina pode induzir ao aumento momentâneo da produção de radicais livres, o que leva à ativação de uma cascata que envolve a ativação do receptor do PPARy e indução do fator Nrf-2. PPARy e Nrf-2 digigem-se ao núcleo ligando-se a genes aumentando a expressão do linfócito CD36 e de sua atividade protetora. Em células endoteliais, o Nrf-2 e o PPARy aumentam a expressão de enzimas protetoras como a HO-1 (heme-oxigenase),  NQO-1 (quinina oxidoredutase-1) e gama-glutatamato cisteína ligase (y-GCL), as quais diminuem os danos causados por espécies reativas de oxigênio e exercem efeitos neuroprotetores. Além disso, Nrf-2 e PPAR-y tem efeito antiinflamatório por diminuírem a ativação do NFKb e outras citocinas pró-inflamatórias implicadas na patologia da malária cerebral. As limitações para o uso da curcumina são sua limitada biodisponibilidade com o consumo oral, rápido metabolismo e eliminação. Estudos  vem sendo realizados com a finalidade de aumentar sua disponibilidade. Uma das estratégias é a associação à piperina, substância presente na pimenta do reino.

Com o aumento das temperaturas e da umidade há aumento da proliferação de mosquitos que transmitem doenças altamente perigosas. Mas existem muitas estratégias simples que reduzem o risco destas doenças e diminuem a mortalidade em pessoas que contraíram, por exemplo, a dengue.

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