Zinco e envelhecimento

A deficiência de zinco é comum em idosos e aumenta o estresse oxidativo (aumento dos radicais livres), inflamação e deterioração do sistema imune (Cabrera, 2015). Nos idosos a inflamação crônica leve é comum.

O equilíbrio corporal de zinco é regulado por proteínas denominadas metalotioneínas. Durante o envelhecimento, mais metalotioneínas são produzidas, sequestrando o zinco do plasma. Com menos zinco disponível podem ter disfunções imunológicas, maior risco de câncer de cólon, mais infecções oportunistas, diarreia, doenças neurodegenerativas e depressão. Zinco baixo também é comum no organismo inflamado e no próprio envelhecimento, em decorrência do maior estresse oxidativo (Malavolta et al., 2015).

Quando o zinco cai o cobre aumenta. O aumento do cobre melhora a função antimicrobiana, restringe o uso de ferro por bactérias, impedindo seu crescimento. Contudo, cobre muito aumentado tem sido ligado à doença de Alzheimer. Já quando o zinco é suplementado em idosos, o cobre cai.

O zinco também reduz a inflamação ativando a proteína A-20, que inibe a enzima IKK.

O equilíbrio zinco/cobre é então importante. O consumo de zinco tende a ser baixo em idosos mas a suplementação só costuma ser recomendada quando os níveis plasmáticos caem abaixo de 70 mcg/dL. Estudos mostram que a suplementação de 25 a 45 mg de zinco ao dia por 3 a 6 meses reduzem infecções e inflamação. Consulte seu nutricionista para ajuste das doses. 

Ingestões excessivas podem reduzir excessivamente o cobre e ainda cursar com náusea, vômitos, dor epigástrica, letargia, fadiga, neutropenia, anemia macrocítica ou sideroblástica.

Fontes de zinco na dieta: ostras, caranguejos, carne vermelha, leite e derivados, castanha de caju, amêndoas, amendoim, feijão

Fontes de cobre na dieta: cacau, farinha de soja, lentilha, amendoim, aveia, castanha do Brasil, cogumelos

Suplementos de zinco

É importante lembrar que o zinco pode interferir na ação de medicamentos, incluindo antibióticos, diuréticos, inibidores da ECA, quimioterápicos, imunossupressores e antiinflamatórios não-esteroidais. O alto consumo de zinco também pode desencadear deficiência de cobre. Para suplementar cobre avalie sempre antes os níveis sanguíneos.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/