30 dias de jejum e efeito anticâncer

A interrupção da ritmicidade do relógio circadiano pode levar ao câncer e à síndrome metabólica. A alimentação com restrição de tempo pode redefinir o ritmo do relógio interrompido, proteger contra o câncer e a síndrome metabólica.

O jejum intermitente por vários dias consecutivos induziria um proteoma anticarcinogênico e as proteínas regulatórias principais do metabolismo da glicose e dos lipídeos. Em um estudo, 14 indivíduos saudáveis ​​jejuaram do amanhecer ao pôr do sol por mais de 14 horas diárias. A duração do jejum foi de 30 dias consecutivos. As amostras de soro foram coletadas antes do jejum intermitente de 30 dias, no final da 4ª semana durante o jejum intermitente de 30 dias e uma semana após o jejum intermitente de 30 dias.

Os resultados mostraram que o jejum intermitente de 30 dias foi associado a uma assinatura proteômica sérica anticâncer, proteínas regulatórias chave reguladas de glicose e metabolismo lipídico, relógio circadiano, reparo de DNA, remodelação do citoesqueleto, sistema imunológico e função cognitiva, e resultou em um proteoma sérico protetora contra câncer, síndrome metabólica, inflamação, doença de Alzheimer e vários distúrbios neuropsiquiátricos. Esses achados sugerem que o jejum do amanhecer ao pôr do sol por 30 dias consecutivos pode ser uma terapia preventiva e adjuvante no câncer, síndrome metabólica e várias doenças cognitivas (como doença de Alzheimer) e distúrbios neuropsiquiátricos.

Genes responsivos ao jejum intermitente

  1. FOXOs: esta família de fatores de transcrição é ativada pela redução dos níveis de insulina, favorecendo o início da apoptose, reparação do DNA e resistência ao estresse via aumento da expressão de enzimas antioxidantes (catalase e MnSOD).

  2. PGC1A: a restrição calórica estimula a expressão do coativador 1 alfa, resultando no aumento da biogênese mitocondrial.

  3. NRF2: o fator nuclear tem sua ativação induzida pelo jejum, levando ao aumento da resposta antioxidante.

  4. SIRTs: as sirtuínas, que são modificadores epigenéticos, desacetilam FOXOs, PGC1A e NRF2, levando à expressão de genes envolvidos na resistência ao estresse e biogênese mitocondrial.

  5. PPARG: o aumento de ácidos graxos livres circulantes estimula a atividade do fator de transcrição da adipogênese.

  6. BDNF: o fator neurotrófico derivado do cérebro é ativado por beta-hidroxibutirato, levando à plasticidade sináptica e neuronal.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

RESTRIÇÃO CALÓRICA INTERMITENTE

Vários tipos de dietas podem ser utilizadas para redução de peso e risco cardiometabólico. Dentre as estratégias mais estudadas estão a dieta cetogênica, a restrição calórica intermitente e o jejum intermitente (Paoli, A. et al., 2019).

Mecanismos envolvidos nos efeitos da dieta cetogênica (KD em laranja), restrição calórica (CR em azul) e jejum para a saúde (fasting em verde). Quanto maior o tamanho da seta maior o efeito.

Qual é a melhor dieta?

Todas as dietas geram melhorias metabólicas, como observa-se na figura acima. A dieta a ser seguida dependerá de gostos, orçamento, rotina, desejos, hábitos, sinais e sintomas experimentados quando se está em restrição e até da genética, como explico no vídeo abaixo:

O que é restrição calórica intermitente?

Muita gente não quer fazer jejum ou dieta cetogênica mas consegue reduzir as calorias. Na restrição calórica intermitente o que acontece é que existem os dias de consumo calórico normal (dieta isocalórica) e existem os dias de restrição calórica (independentemente do tipo de dieta ou número de horas entre uma refeição e outra).

Em um estudo de 2019 homens e mulheres adultos obesos foram divididos em dois grupos. O primeiro fez a restrição calórica intermitente (dois dias na semana) e o outro grupo seguiu uma dieta mediterrânea em que havia restrição calórica de 500 kcal em todos os dias da semana. Nos dois grupos houve restrição de peso, circunferência da cintura, IMC, % de gordura corporal, triglicerídeos, adiponectina, melhoria da razão colesterol total: HDL colesterol, sensibilidade à insulina e razão leptina:adiponectina.

Os autores concluíram que ambas formas de intervenção trouxeram resultados semelhantes para perda de peso e melhoras de parâmetros cardiometabólicos. Ou seja, não há necessidade de restrição todos os dias se isto deixa o paciente estressado ou desestimulado (Pinto et al., 2019).

DIETA CETOGÊNICA PASSO A PASSO (para leigos).

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

O que significa fosfatase alcalina baixa?

A fosfatase alcalina é uma enzima que está presente em diversos tecidos do corpo (rins, intestino, placenta) mas é produzida principalmente no fígado e nos ossos. Por isso, o exame é útil na investigação de problemas nestes órgãos.

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Quando a fosfatase alcalina está alta o médico investigará a saúde dos ductos biliares, a saúde do fígado, dos rins. O nutricionista investigará se há consumo excessivo de gordura. Também pode estar alterada no hipotireoidismo e na presença de infecções intestinais.

Já quando a fosfatase alcalina está baixa deve-se investigar doenças genéticas que afetam os ossos, anemia severa ou diarreia grave (como acontece em pacientes com HIV). Na nutrição a fosfatase alcalina tende a ficar abaixo de 50 U/L quando há deficiência de ferro, magnésio, zinco ou B12.

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