EGCG para mulheres grávidas de bebês com síndrome de Down: em que pé estão as pesquisas?

O cérebro mantém uma relação precisa entre excitação e inibição de neurônios, o que permite, por exemplo, a aprendizagem. O cérebro é formado logo no início da gestação e a relação entre inibição e excitação dos neurônios ocorre precocemente durante a neurogênese. Um dos primeiros neurotransmissores inibitórios a se tornar funcional no sistema nervoso central em desenvolvimento é o ácido Υ-aminobutírico (GABA).

Mas em pessoas com síndrome de Down (SD) o equilíbrio entre a capacidade de excitação e inibição pode estar alterado, resultando em atraso no desenvolvimento e déficit cognitivo. Um dos responsáveis pelo desequilíbrio é a superexpressão do gene Dyrk1a naqueles com a trissomia do cromossomo 21.  Existe a expectativa de que a correção da expressão do Dyrk1a  melhore a neurogênese e o desenvolvimento do cérebro do bebê com SD, tanto antes quanto após o nascimento.

Em um estudo, camundongos que expressavam excessivamente o gene Dyrk1a receberam o epigalocatecnia galato (EGCG) do chá verde durante a gestação. O EGCG é um inibidor do gene Dyrk1a. Camundongos adultos tratados com EGCG no pré-natal apresentaram níveis reduzidos de marcadores inibitórios e resgataram a densidade de neurônios. Testes cognitivos e comportamentais mostraram que os camundongos tratados apresentavam melhor memória de reconhecimento de objetos novos (Souchet et al., 2019). Estudos mostram que o uso do chá verde na gestação é seguro em camundongos (Hachul et al., 2018). O uso em crianças, adolescentes e gestantes não tem sido recomendado por falta de dados adequados. Pesquisas que avaliem dosagens seguras nestes grupos são recomendadas (EFSA, 2018).

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Chá verde melhora a recuperação muscular

O chá verde é uma bebida muito popular no oriente. Contém catequinas, substâncias ativas com potencial antioxidante e antiinflamatório, capaz de reduzir o risco de doenças crônicas nâo transmissíveis. Para quem vive dolorido por conta da atividade física, o chá verde também é interessante. Além de reduzir dores, contribui para a queima de gordura, melhora a defesa antioxidante e acelera a recuperação.

Para melhores resultados o consumo deve ser de cerca de 3 xícaras ao dia. Para cada 500ml de água use 2 colheres (sopa) da erva seca. Aqueça a água em uma panela e quando começar a ferver desligue o fogo e adicione a erva. Abafe por 5 a 10 minutos e depois beba, quente ou frio. Lembrando que gestantes, mulheres que amamentam, pessoas com arritmias, hipertensão ou insônia devem consultar médico ou nutricionista antes do uso de qualquer tipo chá ou fitoterápico. Qualquer planta pode ter efeitos colaterais. Por exemplo, são relatados casos de intoxicação hepática com o uso de cápsulas de chá verde.

Apesar de o chá verde ser consumido há milhares de anos no oriente somos todos individuais. Além disso, em cápsulas os compostos ativos estão muito mais concentrados, podendo interferir no metabolismo. Pessoas que consomem suplementos em jejum também podem estar em maior risco de intoxicação já que o fígado necessita de uma série de nutrientes para conseguir eliminar compostos indesejáveis. Doses acima de 800mg ao dia de EGCG (um dos tipos de catequinas) podem causar inclusive cirrose, que é irreversível e tratada unicamente com transplante hepático.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Prevalência da doença de Alzheimer em pessoas com síndrome de Down

A síndrome de Down (SD) resulta da trissomia do cromossomo 21. Por volta do ano 1950 a expectativa média da população com síndrome de Down era de 10 anos e a principal causa de morte era o defeito cardíaco congênito. Com os avanços da medicina a expectativa de vida aumentou para aproximadamente 65 anos e novos desafios começaram a se apresentar, como a epilepsia e problemas respiratórios. Outro problema é a alta incidência da doença de Alzheimer que atinge quase 80% dos idosos com síndrome de Down (Rafii et al., 2018). Entre estes, entre 50% e 88% desenvolverão demência.

Cientistas têm trabalhado para compreender melhor os determinantes da demência em pessoas com trissomia do cromossomo 21. Atualmente a neuropatologia da doença de Alzheimer na SD é atribuída à triplicação do gene da proteína precursora amilóide (APP) e de outros genes no cromossomo 21.

Outros fatores de risco de demência, também vistos na população sem SD incluem a presença do alelo da apolipoproteína E (APOE) ε4, a hiperglicemia e o alto consumo de gordura saturada. o alelo APOE4 aumento a mortalidade em pessoas com SD em até 7 vezes. Outra associação perigosa é Alzheimer + epilepsia. Os resultados de pesquisas recentes nesta área confirmam a necessidade urgente de ensaios clínicos que estudem a prevenção e diminuição da velocidade de progressão do Alzheimer em pessoas com SD (Hithersay et al., 2019).

Na área de nutrição os estudos focam no uso de alimentos e suplementos para a redução do estresse oxidativo, controle da glicemia, melhoria da função mitocondrial e redução do acúmulo de placas beta amilóides no cérebro.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/