O cérebro mantém uma relação precisa entre excitação e inibição de neurônios, o que permite, por exemplo, a aprendizagem. O cérebro é formado logo no início da gestação e a relação entre inibição e excitação dos neurônios ocorre precocemente durante a neurogênese. Um dos primeiros neurotransmissores inibitórios a se tornar funcional no sistema nervoso central em desenvolvimento é o ácido Υ-aminobutírico (GABA).
Mas em pessoas com síndrome de Down (SD) o equilíbrio entre a capacidade de excitação e inibição pode estar alterado, resultando em atraso no desenvolvimento e déficit cognitivo. Um dos responsáveis pelo desequilíbrio é a superexpressão do gene Dyrk1a naqueles com a trissomia do cromossomo 21. Existe a expectativa de que a correção da expressão do Dyrk1a melhore a neurogênese e o desenvolvimento do cérebro do bebê com SD, tanto antes quanto após o nascimento.
Em um estudo, camundongos que expressavam excessivamente o gene Dyrk1a receberam o epigalocatecnia galato (EGCG) do chá verde durante a gestação. O EGCG é um inibidor do gene Dyrk1a. Camundongos adultos tratados com EGCG no pré-natal apresentaram níveis reduzidos de marcadores inibitórios e resgataram a densidade de neurônios. Testes cognitivos e comportamentais mostraram que os camundongos tratados apresentavam melhor memória de reconhecimento de objetos novos (Souchet et al., 2019). Estudos mostram que o uso do chá verde na gestação é seguro em camundongos (Hachul et al., 2018). O uso em crianças, adolescentes e gestantes não tem sido recomendado por falta de dados adequados. Pesquisas que avaliem dosagens seguras nestes grupos são recomendadas (EFSA, 2018).
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