Estratégias para a redução dos níveis plasmáticos de colesterol

Você recebeu seu exame de sangue e descobriu que seu colesterol está alto? Muita gente se assusta e tema as mudanças que terão que fazer na dieta. Os resultados alterados em um exame podem ser encarados como uma oportunidade de repensar o estilo de vida. O que está bom e o que não está.

Calcule estes índices

O colesterol, assim como níveis de triglicerídeos, alterações de índices, hipertensão, obesidade e diabetes são fatores de risco para doenças cardiovasculares. Para reduzir os níveis de colesterol e triglicerídeos de uma vez três pilares são importantes: atividade física, alimentação saudável e perda do excesso de gordura corporal.

Seguem 4 dicas para turbinar sua alimentação:

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  • Adicione açafrão no seu prato. Esta raiz é fonte de curcumina, flavonóide capaz de reduzir a inflamação corporal, os níveis de LDL-c (colesterol "ruim) e triglicerídeos. Você pode incluir o açafrão em sopas, caldos, no feijão, no frango, em peixes... E a quantidade não precisa ser grande: 1 colher de chá ao dia já te confere bastante proteção. Use um pouco de pimenta no prato para aumentar a absorção da curcumina.

  • Consuma mais magnésio. O magnésio possui funções antiinflamatórias e contribui para a redução do LDL-c (Rosanoff & Seelig, 2004). Na dieta 1 xícara de espinafre + 1/4 de xícara de semente de abóbora fornece todo o magnésio que você precisa em um dia. Outros vegetais verde escuros, amêndoas, abacate, feijão preto e cacau são também boas fontes de magnésio. Saiba mais sobre este mineral em meu vídeo no YouTube.

  • Consuma fibras solúveis. Estas fibras estão presentes na aveia, nos feijões, no grão de bico, na lentilha, nos morangos, chia e na linhaça. Além de melhorarem o funcionamento intestinal ainda ajudam a reduzir a absorção de gorduras.

  • Consuma diariamente fontes de ômega-3. Este ácido graxo presente nos peixes do mar, na chia e na linhaça aumenta os níveis do "colesterol bom" (HDL-c) e reduzem a inflamação corporal.

Vegetarianos também podem ter colesterol alto

Apesar das dietas a base de plantas serem mais ricas em fibras, antioxidantes e pobres em colesterol, vegetarianos podem também ter colesterol alto. Um dos motivos é a disbiose intestinal. Quando bactérias ruins proliferam-se, aumentam a produção de endotoxinas. Ao serem absorvidas pelo intestino, chegam ao fígado, desregulando-o. Neste momento o fígado passa a produzir mais colesterol.

Muitos vegetarianos possuem uma dieta excessivamente industrializada. Não comem carne, mas comem substitutos industrializados, ricos em corantes, conservantes, açúcar ou gordura de qualidade duvidosa. Muitos medicamentos, como anticoncepcionais, antidepressivos, antiinflamatórios prejudicam o intestino. Fora isso, a ansiedade e o estresse excessivo também estão entre as causas de disbiose. A saúde depende de cuidados globais, de corpo e mente. Além de cuidar da dieta adote práticas integrativas como yoga e meditação.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Dieta cetogênica para controle das convulsões

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A convulsão é um distúrbio no qual descargas elétricas anormais no cérebro geram contração muscular desordenada, tremores, respiração irregular, alterações dos sono e da deglutição, perda da consciência ou confusão mental.

A convulsão pode ser gerada por febre alta, trauma craniano, intoxicação por chumbo, uso de alguns remédios, doenças que afetam o cérebro ou consumo de drogas, incluindo a cocaína. As convulsões podem gerar insuficiência respiratória e déficits neurológicos permanentes por perda de neurônios.

Algumas doenças geram episódios recorrentes como epilepsia de difícil controle, síndrome de West e síndrome de Lennox-Gastaut.  Na epilepsia, por exemplo, a dieta cetogênica tem sido usada com sucesso desde a década de 1920. Estudos mostram que aproximadamente 20 a 30% dos pacientes com epilepsia não respondem adequadamente ao tratamento medicamentoso, por isto outras estratégias precisam ser testadas. 

A dieta cetogênica também beneficia pessoas com deficiência de GLUT-I, deficiência de piruvato desidrogenase, síndrome de Rett, espasmos infantis, Síndromede Dravet, gicogenose tipo V, síndrome de Landau-Kleffner.

Esta dieta leva a um aumento do nível dos corpos cetônicos no sangue e estudos mostram que os corpos cetônicos e seus componentes tem efeito neuroprotetor evitando as convulsões por reduzir a excitabilidade neural.

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Para que tenha sucesso de 75% a 90% das calorias ofertadas deverão vir de gorduras, 3 a 10% de carboidratos e 7 a 20% de proteínas. A dieta em geral é seguida por 3 a 4 meses para que os efeitos sejam percebidos e deverá ser mantida por 2 a 3 anos. Para começar a dieta o paciente deve passar por avaliação médica e aconselhamento nutricional.

Dentre os exames solicitados no início e durante o processo estão hemograma e contagem de plaquetas, eletrólitos, enzimas hepáticas, funcionamento renal, lipidograma, perfil de acilcarnitina sérica, exame de urina, níveis de drogas anticonvulsivantes, aminoácidos séricos. Conforme as crises vão diminuindo o neurologista fará a revisão do uso de anticonvulsivantes. Já o nutricionista deverá calcular cardápios variados, fornecer receitas e suplementar multivitamínicos e minerais, cálcio e vitamina D, selênio, magnésio, zinco, fósforo, carnitina, triglicerídeos de cadeia me'dio e sódiio, conforme necessidade.

O tratamento pode ser iniciado em casa ou no hospital, a critério da equipe de saúde. Devem ser excluídos do cardápio alimentos fonte de glutamato monossódico e bebidas estimulantes.

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Algumas fitoterápicos também podem agravar o quadro epiléptico devendo ser eliminados do esquema terapêutico: kava kava, valeriana, passiflora, gingko biloba, ginseng.

Em relação aos resultados 33% não conseguem seguir a dieta, há redução de 50% das convulsões em 33% dos pacientes, há redução de 90% em 17% dos pacientes e outros 17% dos pacientes livram-se totalmente das convulsões,

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Efeitos colaterais podem surgir e incluem letargia (provavelmente pelo efeito sedativo dos corpos cetônicos), hipoglicemia, alterações gastrointestinais, como náuseas, vômitos (pelo elevado nível de corpos cetônicos) e dificuldades de ingestão da dieta. Desidratação também pode acontecer.

À longo prazo, as complicações podem incluir litíase renal (que pode ser associada à acidúria e queda do pH urinário ou à restrição hídrica), infecções recorrentes (consequência da alteração da função dos granulócitos), aumento do ácido úrico, acidose, depleção de carnitina, hipercolesterolemia, irritabilidade, letargia e recusa de ingestão de alimentos.

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A dieta cetogênica também pode acarretar a piora de pacientes com deficiência da enzima piruvato-carboxilase, de carnitina,  com porfiria ou defeitos na beta-oxidação (queima) de ácidos graxos. Além disso é contra indicada para pacientes com doenças cardíacas, renais e musculoesqueléticos, incluindo osteopenia.

Fontes:

Kossof et al. (2009). Optimal clinical management of children receiving the ketogenic diet: Recommendations of the International Ketogenic Diet Study Group. Epilepsia, 50(2):304-17

Pereira et al. (2010). Dieta cetogênica: como o uso de uma dieta pode interferir em mecanismos neuropatológicos. Revista de Ciências Médicas e Biológicas, R. Ci. méd. biol., 9(Supl.1):78-82

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Quanta glicose circula pelo sangue?

Um adulto possui cerca de 5 a 6 litros de sangue. Em jejum temos entre 70 e 99 mg  de glicose circulante por decilitro de sangue. Considerando-se que 1 litro = 10 decilitros, em jejum teríamos no máximo 5 a 6 gramas de glicose na corrente sanguínea, o que equivale a cerca de uma colher de chá de açúcar.

Agora imagine se você tomar um milk shake de 200ml. Serão 42 gramas de açúcar chegando rapidamente em sua corrente sanguínea. O açúcar em excesso interfere no funcionamento de várias proteínas. Por isso, nosso corpo tem um mecanismo para remover a glicose da corrente sanguínea: a secreção de insulina.

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A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas. Quanto mais açúcar chega na corrente sanguínea mais insulina o pâncreas precisará produzir. A insulina faz com que o açúcar entre nas células para ser estocado. Só que um consumo excessivo de carboidratos simples pode, ao longo dos anos, estressar o pâncreas, até que o mesmo não consiga mais produzir insulina adequadamente. Nesta situação, surge a intolerância a glicose, que pode evoluir para o diabetes.

Por isso, troque parte dos alimentos ricos em carboidratos rapidamente absorvíveis que você consome por alimentos mais ricos em fibras, proteínas e gorduras de boa qualidade. A tabela mostra a quantidade de carboidratos em alguns alimentos:

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/