Uso de ervas e temperos reduz o risco de câncer

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O câncer é uma doença multifatorial. Seu desenvolvimento pode ser desencadeado por fatores internos (genéticos) ou fatores externos. 

Os fatores externos são classificados em 5 grupos:

Grupo 1 - Substâncias causadoras de câncer. Atualmente 120 substâncias fazem parte deste grupo como acetaldeído, aflatoxinas, alumínio, arsênico, asbestos, benzenos, benzopirenos, álcool, formaldeído, helicobacter pylori, vírus da hepatite B e C, HIV-1, HPV, radiação ionizante, carnes processadas, plutônio, rádio-224, rádio-226, rádio-228, rádio-222, infecção por Schistosoma haematobium, radiação solar, tamoxifeno, tabaco, radiação UV, radiação X e gama. 

Receba a newsletter semanal. Dra. Andreia Torres é nutricionista, mestre em nutrição, doutora em psicologia clínica, especialista em yoga.

Grupo 2a - Prováveis carcinogênicos. Atualmente 81 substâncias fazem parte deste grupo como acrilamida, esteródies androgênicos anabólicos, cloral, cloramfenicol, cobalto, dietil sulfato, dimetil sulfato, glifosato, malária, chumbo, nitropireno, nitrotolueno, carne vermelha, tetrafluoroetileno, bebidas muito quentes (acima de 65oC), DDT.

Grupo 2b - Possivelmente carcinogênicos. Atualmente 299 substâncias fazem parte do grupo incluindo: fenobarbital, para-aminoazobenzeno, ácido dimetilarsênico, fenolftaleína, ácido dicloroacético, naftalina, nitrobenzeno, furan.

Grupo 3 - Sem classificação (poucas pesquisas ou pesquisas inconclusivas). Atualmente 502 substâncias fazem parte deste grupo incluindo: fenilbutazona, 6-mercaptopurina, reserpina, actinomicina D, sulfametazina, colesterol, metotrexato, nitrofural, anilina, ampicilina, etileno, cloroetano, bromoetano, ácido acrílico, fenantreno, eugenol.

Grupo 4 - Provavelmente não carcinogênicos: caprolactama, composto usado na produção de nylon-6.

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Como podemos perceber existem muitos compostos carcinogênicos e provavelmente carcinogênicos aos quais estamos expostos. Desta forma, além de minimizar a exposição precisamos de estratégias que reduzam o risco destas substâncias se tornarem bioativas causando câncer.

Ervas e temperos atuam reduzindo a : (1) ação de micróbios, (2) oxidação de membranas (perda de elétrons), (3) inflamação; (4) bioativação de carcinógenos; (5) tumorigênese (formação de tumores).

Traduzido por Andreia Torres de Kaefer, & Milner, 2008

Traduzido por Andreia Torres de Kaefer, & Milner, 2008

Muitas ervas e temperos são ricos em compostos fenólicos com ações antioxidantes, antiinflamatórias, anticancerígenas, antifúngicas, antibacterianas e antiparasitárias, como as mostradas na tabela a seguir:

Traduzido por Andreia Torres de Opara e Chohan, 2014.

Traduzido por Andreia Torres de Opara e Chohan, 2014.

Utilize mais temperos frescos em suas preparações. Seguem algumas combinações em pratos vegetarianos e não vegetarianos:

  • Açafrão: intensifica o sabor de molhos, carne vermelha, frango, peixes, arroz, sopas, legumes e verduras cozidos.

  • Alecrim: pães, sopas, carnes, molhos e legumes.

  • Cravo: doces (banana, abóbora, canjica), conservas, carne de caça, purê de legumes (batata doce, beterraba, cenoura, abóbora).

  • Canela: doces, purê de banana, purê de maçã, bolos, pães, biscoitos, carne moído, molho de carne.

  • Coentro: camarão, molhos à base de limão, moquecas de peixe e frutos do mar.

  • Semente de coentro: podem ser usadas cruas, tostadas, inteiras ou moídas. Podem ser usadas em temperos que combinam com carnes, cogumelos, bolos, tortas, biscoitos e compotas e frutas.

  • Endro: marinar pescados, aromatizar molhos e dar potência a conservas de peixes e legumes, picles, vinagres e maioneses.

  • Gengibre: sucos, caldos, sopas, molho para salada, frutos do mar, legumes, quentão.

  • Hortelã: chás, sucos, molhos, geleias, assados e grelhados.

  • Louro: sopas, peixes, feijão, legumes e lombo assado.

  • Manjericão: molhos e carnes em geral.

  • Noz-moscada: com abóbora, com sopas, no espinafre, em massas, caldos, molho branco, risotos, pratos indianos, tortas, bolos, pudins, doces com baunilha, cappucchino, café com leite, leite de soja.

  • Orégano: pizzas, saladas com tomate e pratos à parmegiana.

  • Salsinha: bolinhos, ensopados, recheios de tortas, sopas, caldos, filés grelhados, sopas quentes e frias, purê e salada de batatas.

  • Sálvia: combina com carne de porco, pato, ganso, aves, canja, cebola, tomate, cogumelos, berinjela, panquecas, pães, biscoitos, polenta, pratos com batata e massas.

  • Tomilho: carnes, feijão, sopas, saladas, frutos do mar, patês, legumes e frutas na forma de compotas, molho de tomate.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Prepare azeite funcional em casa e reduza o risco de doenças

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O azeite de oliva é um alimento rico em ácidos graxos (gorduras) monoinsaturados e hidroxitirosol, com propriedades antiinflamatórias e antioxidantes capazes de: 

  • Combater o estresse oxidativos;

  • Reduzir o risco de doenças cardiovasculares;

  • Diminuir a incidência de problemas no fígado e na vesícula;

  • Reduzir o risco de câncer de cólon.

Os efeitos do azeite extra-virgem podem ser potencializados com a inserção de ervas e condimentos ao seu frasco. Seguem duas receitas funcionais:

Receita 1

  • 40 g de açafrão (Curcuma longa L.) em pó

  • 40g de gengibre (Zingiber officinale Roscoe) em pó

  • 40g de alho (Allium sativum L.) ou urucum (Bixa orellana L.) em pó

  • 500 ml de azeite de oliva extra virgem

  • 50 ml de álcool de cereais (para extração dos compostos ativos das ervas e condimentos)

Acrescente os pós das plantas em um vidro limpo (ex: vidro de azeitona ou palmito). Umedeça o pó com álcool de cereais mexendo com uma colher. Deixe secar o excesso de álcool com o vidro aberto por 2 horas. Incorpore o azeite e feche o vidro. 

Deixe descansar por 1 semana ao abrigo da luz e calor. Coe com filtro de pano trocendo-o retirando bem o oleato. Conserve a preparação em vidro âmbar. Utilizar 2 a 3 colheres de sopa/dia por pessoa.

Receita 2

  • 500 ml de azeite extra-virgem com baixa acidez

  • 2 dentes de alho triturados

  • 1 ramo de alecrim lavado e seco

Coloque o alho e o alecrim dentro do vidro do azeite. Tampe e deixe descansar por 1 semana ao abrigo da luz e calor. 

Utilizar 1 a 3 colheres de sopa/dia por pessoa

O alecrim tem ótimo poder antioxidante. Também é um digestivo e antiinflamatório poderoso, reduzindo a formação de gases. Não deve ser utilizado em excesso por gestantes, devido a suas propriedades abortivas.

O azeite extra-virgem é o mais saudável visto que sofre menos processamento, sendo extraído logo na primeira prensagem das azeitonas. Possui mais compostos fenólicos e por isto traz maiores benefícios à saúde. O ideal é comprar um produto com acidez abaixo de 0,8 e em vidro escuro para melhor preservação das substâncias antioxidantes.

MAIS DICAS NO CURSO ONLINE: DIETA ANTIINFLAMATÓRIA

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Tratamento nutricional da biotinidase - mais uma doença rara

A deficiência da biotinidase é um erro inato do metabolismo causado por mutação no gene HLCS, localizado no cromossomo 3. Nesta doença a capacidade de extrair a vitamina do complexo B biotina do alimento está prejudicada.

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A biotina, também conhecida como vitamina H, vitamina B7 ou vitamina B8, participa de várias reações metabólicas no corpo humano. Sua carência gera fadiga, depressão, dores musculares, perda de cabelo, anemia, convulsões, hipotonia muscular e ataxia. A deficiência também pode causar ainda alterações na visão, audição e dermatites.

O diagnóstico pode ser feito no bebê já no teste do pezinho. Em outras fases da vida a deficiência de biotinidase pode ser avaliada, após suspeita clínica, solicitando-se o exame que mede a atividade da biotinidase no soro.

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O tratamento inicia-se imediatamente após a confirmação do diagnóstico. Consiste na suplementação oral de 5 a 10 mg de biotina livre ao dia por toda a vida. 

Ovos crus não devem ser consumidos por conterem avidina, um anti-nutriente que impede o uso da biotina. Para saber mais marque sua consulta de nutrição online.

PESSOAS COM DEFICIÊNCIA DE BIOTINA PODEM TER MAIS PROBLEMAS INTESTINAIS

A biotina é uma vitamina essencial do complexo B. Sua deficiência já foi relacionada com desordens como as doenças inflamatórias intestinais (DII) e a permeabilidade intestinal. Estudo de 2023 mostrou que camundongos deficientes em biotina apresentam mudanças negativas na microbiota intestinal, gerando disbiose, baixa diversidade microbiana, com aumento de bactérias pró-inflamatórias.

Essa disbiose foi associada ao desenvolvimento de sintomas semelhantes à doença inflamatória intestinal (DII), incluindo diarreia e inflamação no cólon. O estudo também constatou que a deficiência de biotina pode provocar alterações na expressão de genes relacionados à função imunológica e à inflamação no intestino. Aprenda a tratar o intestino clicando aqui.

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