Gestantes devem beber menos leite

Gestantes precisam de mais proteína e cálcio, nutrientes presentes no leite e seus derivados. Contudo, estudos vem demonstrando que laticínios e seus hormônios (Lange et al., 2002Regal, Cepeda e Pente, 2012) aumentam o risco de determinadas doenças em seres humanos, incluindo certos tipos de câncer (Aune et al., 2014Larsson et al., 2015; Wang et al., 2015). Os níveis hormonais dos laticínios são uma preocupação principalmente durante a infância e a gestação (Aksglaede et al., 2006; Steinman, 2006). Desta forma, a recomendação de consumo de laticínios vem sendo questionada (Ludwig e Willett, 2013).

Mulheres que ingerem laticínios tem 5 vezes mais chance de terem crianças gêmeas do que mulheres que não ingerem laticínios (Steinman, 2006). Gestações gemelares aumentam o risco de complicações, mortalidade materna e infantil em até 10 vezes (Steinman, 2006Young e Wylie, 2012).

Desta forma, pesquisadores da área vem recomendado a redução do consumo de laticínios em gestantes. Proteínas podem ser encontradas em outras fontes como leguminosas (feijão, lentilha, ervilha, grão de bico, soja), castanhas, sementes, quinoa, chia e cogumelos. Fontes de cálcio em alimentos de origem vegetal incluem vegetais verde-escuros (brócolis, couve e quiabo), frutas secas (figo, damasco, uva-passa), sementes de girassol e gergelim. O cálcio também pode ser suplementado. Para tanto, consulte um nutricionista.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Dormindo melhor para treinar melhor

Screen Shot 2016-09-18 at 2.40.33 PM.png

Muitos fatores afetam o rendimento esportivo e um deles é a qualidade do sono. Este ano Marshall e Turner (2016) publicaram um artigo exclusivamente dedicado a esta temática. O descanso afeta a qualidade do treinamento, a motivação, a capacidade de concentração e o funcionamento do sistema imune.

Durante o sono a melatonina é produzida. A mesma possui uma atividade antioxidante importante. Além disso, ativa enzimas que também neutralizam radicais livres e reduzem a inflamação. Durante as fases de sono profundo o hormônio do crescimento é produzido. O mesmo é importante para o reparo e crescimento muscular, crescimento ósseo e oxidação de gorduras.

Por outro lado, o treino intenso pode interferir na produção hormonal, na qualidade do sono e no reparo muscular. Atletas muitas vezes relatam dificuldade em pegar no sono, sonambulismo ou cansaço ao acordar. Quanto mais intenso é o treino maiores são as horas de sono requeridas para o completo reparo do organismo. 

O estudo de Marshall e Turner (2016) traz uma série de pesquisas que investigaram o efeito da falta de sono no organismo de atletas e pessoas que treinam com maior intensidade. Os autores finalizam sugerindo rotinas para apropriadas para melhorar a qualidade do sono: dormir em local escuro e em ambiente tranquilo, manter a temperatura do quarto ao redor de 18oC, ir para cama mais cedo e preferencialmente sempre no mesmo horário, evitar cafeína e a ingestão de alimentos próximos à hora de dormir, evite o uso da TV, aparelho celular e tablet antes de dormir. Se tudo falhar, cochilos de até 30 minutos durante o dia também podem melhorar a recuperação.

“EU DURMO, MAS ACORDO NO MEIO DA NOITE”

Você reduziu o café, começou a fazer atividade física pela manhã (como caminhada ao sol), deixou de comer muito à noite e está desligando o celular mais cedo. Consegue até dormir, mas acorda no meio da noite? Alguns suplementos podem ajudar:

  • Melatonina: indução do sono. Em alguns momentos a suplementação de melatonina pode ser recomendada, em doses que vão de 0,21 a 3 mg. Depois de atingir o horário de sono desejado, ajude a mantê-lo tomando uma dose menor (máximo 2 mg) de melatonina duas horas antes de dormir. A melatonina, em geral, não é recomendada em doses maiores que as fisiológicas (5mg). Além disso, o uso não é crônico para não inibir a capacidade de produção natural. Lembre que vários nutrientes são necessários para a produção de melatonina:

  • Magnésio treonato, taurato ou bisglicinato (principalmente se você é muito estressado)

  • Apigenina (principalmente se possui pensamentos acelerados e acorda cheio de ideias e preocupações)

  • Manutenção do sono: mioinositol, taurina, glicina, theanina, withania somnifera (ashwagandha)

* Se você acorda no meio da noite pois seus sonhos são muito vívidos não tome melatonina ou theanina (L-teanina).

Para agendar sua consulta de nutrição online clique aqui.

Referência: Marshall e Turner (2016). The importance of sleep for athletic performance. Strength and conditioning journal, v.38, n.1, p. 61-67.

CURSO: NUTRIÇÃO PARA AUMENTO DA PERFORMANCE FÍSICA E MENTAL

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/