Acne e câncer: qual é a relação?

A acne é uma doença da sociedade ocidental, moderna e industrializada. Por quê digo isso? Por que existem tribos indígenas no Brasil e em outros locais da América do Sul onde não se observa o fenômeno. O mesmo não é observado também em adolescentes de Okinawa no Japão. Já no Brasil recebo em meu consultório não só adolescentes mas também adultos com o problema.
De acordo com um grupo de pesquisadores alemães a dieta ocidental rica em laticínios, fast food, carnes e ovos aumenta a atividade da enzima mTorc1, contribuindo para a acne, para a obesidade e para a resistÊncia à insulina. Assim, de acordo com os autores, reduzir o estímulo do mTorc1 não só reduzirá a acne mas também o risco de uma série de doenças como obesidade, diabetes, câncer e mal de Alzheimer.  

Tratar a acne por meio da dieta te dá a oportunidade de se proteger contra outras doenças. Não basta só usar creminhos, higienizar bem a pele ou utilizar drogas como o roacutan. Procure um nutricionista e mude também o que come. Ele calculará a quantidade de proteína adequada para você e te orientará nas substituições que se fizerem necessárias. Se quiser começar sozinho, reduza (ou elimine de vez) o consumo de laticínios e aumente o consumo de frutas, verduras, sementes e leguminosas. Dê especial atenção aos alimentam que diminuem a ativação do mTorc1 como brócolis, chá verde, soja, açafrão, uvas, cebola, morangos, mirtilo, mangas e pepino. 

Artigos:

Acne: risk indicator for increased body mass index and insulin resistance. Link: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23975508 

Diet in acne: further evidence for the role of nutrient signalling in acne pathogenesis. Link: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22419445

Milk is not just food but most likely a genetic transfection system activating mTORC1 signaling for postnatal growth. Link: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3725179/

Dietary intervention in acne. Link: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3408989/

Turning acne on/off via mTORC1. Link: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23800069

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Bebês com aterosclerose?

A dieta da mãe e os níveis de colesterol da mãe influenciam a saúde cardiovascular de seus filhos ainda dentro da barriga. O aumento dos níveis de colesterol maternos aceleram a progressão da aterosclerose no feto, o que aumenta o risco de doenças do coração ao longo da vida da criança. Se este é o seu caso reduza o consumo de gordura saturada, aumente o consumo de fibras e procure um nutricionista.

Leia aqui dicas para reduzir o colesterol. 

O excesso de colesterol também aumenta o risco de doença de Alzheimer.

Dra. Andreia Torres - CRN 1685/1

Extra: no módulo 9 do meu curso de yoga converso mais sobre nutrição na gestação e ensino as técnicas de yoga e meditação apropriadas para a gestante praticar em casa.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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"Vacinei meu filho e ele desenvolveu autismo". Será?

As desordens do espectro autista envolvem um grupo de distúrbios complexos, com graus variados de comprometimento do desenvolvimento neurológico. A maior parte das crianças é diagnosticada por volta dos 4 anos, idade considerada tardia. Quanto mais precoce o diagnóstico, mais cedo a criança é encaminhada para o tratamento e intervenções que podem acelerar o desenvolvimento.

As causas do autismo parecem incluir uma combinação entre uma genética favorável (principal fator) e certas condições ambientais que podem levar a mudanças no desenvolvimento do cérebro. Leia mais sobre esse assunto aqui.

Em 1998 um grupo de pesquisadores publicou um artigo em que relatavam que a vacina tríplice era uma das causas do autismo. Isso gerou uma comoção entre os pais. Só que este estudo apresentava várias falhas. Foi feito com apenas 12 crianças, dados foram fraudados e foi revelado que um dos investigadores representava advogados que estavam processando a indústria da vacina. Após este estudo, vários outros apareceram mostrando que não havia relacionamento entre a vacinação e o desenvolvimento do autismo.

Mesmo assim muitos pais ainda relatam que várias características autísticas de seus filhos (isolamento social ou emocional, dificuldade em entender gestos, falta de interesse, comportamentos ou padrões repetitivos, inflexibilidade com mudanças, indiferença à dor, fascinações visuais com a luz ou movimento, resposta adversa a certos sons ou texturas) apareceram após a vacinação. Como somos seres individuais e não existem dois autistas idênticos a hipótese precisa ser mais investigada. Contudo, a maior parte dos pesquisadores acredita que traços de autísticas já estavam presentes, sem que os pais tenham se dado conta.

Por isso, o diagnóstico deve ser sempre feito por uma equipe multidisciplinar que conheça bem os marcos do desenvolvimento infantil. Alguns sinais e indicadores são usados por estes profissionais para ajudar no diagnóstico, como:

- Falta de sorriso largo ou outras expressões de prazer e alegria aos 6 meses de vida;

- Falta de interação com os pais, falta de imitação normal de sons, sorrisos ou outras expressões faciais que os bebês já fazem aos 9 meses de vida;

- Falta de balbuciações (aquela tagarelice dos bebês) aos 12 meses de vida;

- Falta de gestos, como apontar, acenar, tentar pegar, aos 12 meses de vida;

- Sem expressão por meio de palavras aos 18 meses de vida;

- Sem uso de duas palavras com significado aos 24 meses de vida. Em geral a falta de vontade de interagir por meio de palavras é um dos primeiros sinais das desordens do espectro autista.

A partir dos 24 meses pode haver também falta de interesse em interações com crianças e comportamentos repetitivos na hora de brincar, de se vestir ou comer. Muitas vezes os pais consideram a criança apenas séria ou antissocial quando já há um desenvolvimento diferente de outras crianças.

Até o momento a genética parece ser o principal fator desencadeante do autismo. Contudo, genes relacionados às desordens autísticas podem se manifestar quando a criança entre em contato com estressores ambientais, como toxinas, medicamentos e vírus. Desta forma, a vacina pode até ter sido envolvida no aparecimento de sintomas mais graves, mas não pode ser considerada o principal fator. A criança poderia ter desenvolvido os mesmos sintomas ao entrar em contato posteriormente com outros estressores. Assim, autoridades de saúde do mundo todo recomendam que todos os pais e cuidadores sigam o calendário de vacinações normais das crianças para que outros problemas de saúde não surjam.

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O diagnóstico precoce abre espaço entretanto para uma série de possibilidades terapêuticas que passam inclusive pela alimentação, assunto discutido em outros textos:

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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