Mitos e verdades sobre o uso de creatina pelos corredores

Você provavelmente já ouviu falar da creatina. Esta substância é sintetizada pelo fígado, rins e pâncreas a partir da combinação de três aminoácidos (arginina, glicina e metionina). Também é encontrada em alimentos como carne bovina, de aves e peixes. A sua função é aumentar a síntese de Adenosina Tri Fosfato (ATP), a forma como todas as nossas células usam energia. Como resultado, o rendimento esportivo aumenta e a recuperação é acelerada. Porém, são muitos os mitos nesta área. Você sabe identificá-los? Leia as alegações a seguir e responda: as mesmas são mitos ou verdades?

1 - A creatina tem estrutura e função semelhante aos esteroides anabolizantes. 
MITO. Os hormônios anabolizantes, sejam naturais ou sintéticos, têm como principal função a proliferação celular e o desenvolvimento de tecidos, especialmente o muscular e o ósseo. Já a creatina não possui esta ação, nem causa dependência. Ao ressintetizar o ATP, o que ela faz é aumentar a disponibilidade de energia para atender às demandas do organismo, sejam de produção de enzimas, anticorpos ou tecidos. Com mais energia você também poderá se exercitar por mais tempo ou mais eficiência.

2 - A creatina estimula o aumento da musculatura sem a realização de exercícios de força.
MITO. O suplemento realmente não faz milagres. Para o ganho de massa magra haverá necessidade de realização de treinamento de resistência.

3 - A creatina provoca desconforto gastrointestinal. 
VERDADE. Apesar de raro, 5% a 7% dos usuários de creatina relatam sintomas como dores de estômago, náuseas ou diarreia. Se as doses forem altas recomenda-se o fracionamento em 4 vezes ao dia.

4 - As doses de creatina precisam sempre ser de 20 gramas ao dia na primeira semana, seguidas por uma a três semanas de suplementação, com 5 gramas diárias.
MITO.  Apesar deste ser um protocolo comum e ainda usado por aqueles que desejam resultados mais rápidos, outros estudos mostram que este carregamento não é sempre o ideal. Outro protocolo é o uso de 2 a 5 gramas ao dia por um período maior. Um terceiro protocolo considera o peso da pessoa. Fisiculturistas, por exemplo, possuem um volume muscular e peso maior e podem usar 0,1g de creatina por quilo de peso ao dia. Ou seja, se o atleta pesa 100 kg, multiplica-se isso por 0,1. O resultado seria 10g ao dia. O ideal é fornecer esta creatina junto a uma bebida contendo carboidrato ou proteína, uma vez que estimulam a secreção de insulina e este hormônio facilita o transporte da creatina (Cooper et al., 2012).

5 - A creatina reduz a inflamação muscular. 
VERDADE. A suplementação de creatina reduz a inflamação muscular durante e após o exercício. Pesquisas com corredores que usaram suplementos com a substância, por cinco dias antes de uma corrida de 30 km, demonstraram menor dano celular e menor inflamação muscular. Por esse efeito, o suplemento também vem sendo estudado em pacientes com doenças neurodegenerativas como Alzheimer, Parkinson, esclerose lateral amiotrófica e doença de Huntington. Um das hipóteses é que a melhoria dos pacientes deve-se à capacidade da creatina em desinflamar o tecido nervoso. A outra é a de que ela aumenta o fornecimento de energia para os neurônios, fator capaz de reduzir a atrofia dos mesmos, melhorar a memória, diminuir a fadiga e atenuar a depressão.

6 - A creatina ajuda a correr uma maratona em maior velocidade. 
MITO. A creatina é muito mais utilizada por fibras musculares de contração rápida e, por isso, beneficia muito mais corredores que realizam provas curtas e velozes, como as de 100, 200 e 400 metros. O que ela pode beneficiar é um corredor de longas distâncias que faz treinos de tiros curtos.

7 - A creatina acarreta aumento de peso. 
VERDADE. Para estocar creatina no músculo, moléculas de água são necessárias. E células mais hidratadas significam células mais pesadas. É comum um ganho de 0,8 a 2,9% de peso do corpo nos primeiros dias de suplementação com creatina. Se você precisa ou deseja manter um peso mais baixo, este não é um suplemento indicado.

8 - A creatina não funciona bem para todos. 
VERDADE. Muitas pessoas já estocam muita creatina naturalmente e, dessa maneira, não sentem diferença com a suplementação. Já vegetarianos possuem menores estoques por não consumirem carnes de nenhum tipo. Neles os resultados costumam ser melhores. O tipo de fibra muscular predominante na pessoa também influencia o resultado final. A maioria tem cerca de 50% de fibras de contração rápida (atuantes na corrida rápida e saltos) e outro tanto de fibras de contração lenta (responsáveis pelo exercício de resistência). Mas isso pode variar de indivíduo para indivíduo. Aqueles que tenham, por exemplo, 70% de fibras musculares de contração rápida verão mais resultados.

9 - A creatina pode me fazer parecer menos musculoso. 
VERDADE. Como o músculo fica muito hidratado quando está com estoques aumentados de creatina, a definição pode diminuir. É por isso que fisiculturistas suspendem a suplementação de 1 a 2 semanas antes de uma competição.

10 - Ao parar de suplementar, perderei musculatura.
MITO. Você ficará menos hidratado e inchado, mas seus músculos ainda estarão lá, apesar de parecerem menores.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Plano de alimentação para turbinar o seu cérebro e memória

A alimentação saudável é a melhor terapia para o seu cérebro. Seguem as melhores dicas para você reprogramar o órgão mais importante do seu corpo:

- Hidrate-se adequadamente: o cérebro é constituído por 80% de água e sofre quando esta quantidade cai. Dê preferência à água, chá de ervas. Evite o consumo de bebidas cheias de toxinas como o café, os refrigerantes à base de cola e bebidas adoçadas artificialmente.

- Não coma muito: calorias em excesso aumentam a produção de radicais livres e o risco de doenças neurodegenerativas.

- Consuma fontes de ômega-3: peixes de água fria e sementes, como a linhaça, fornecem gorduras saudáveis, fundamentais para a saúde dos neurônios, para o equilíbrio do humor e para a redução da compulsão alimentar.

- Varie as frutas e verduras diariamente: alimentos de origem vegetal são fontes importantes de vitaminas e minerais protetores. Tente variar o consumo destes alimentos, inserindo representantes bastante coloridos, como morango, mirtilo, açaí, amora, abacate, abóbora, cenoura, pimentão de várias cores, cerejas, kiwi, uva roxa, brócolis, couve e espinafre.

- Não deixe faltar proteína: carnes magras, ovos, laticínios, queijos, soja, ervilha, lentilha, grão de bico, feijão, sementes, castanhas fornecem aminoácidos importantes para a adequada produção de neurotransmissores que controlam reações fundamentais do organismo.

- Não exagere no açúcar: açúcar, doces e até cereais integrais aumentam a inflamação do organismo e envelhecem o cérebro precocemente. Para diminuir a compulsão por doces não passe mais de 3 horas sem se alimentar, pratique exercício, durma bem e inclua gorduras saudáveis na dieta (azeite, abacate, óleo de coco são boas opções).

- Procure um nutricionista: desequilíbrios hormonais, disbiose e deficiências nutricionais prejudicam o cérebro. Caso precise de ajuda para montar um cardápio mais saudável não pense duas vezes. Este profissional também pode ajudá-lo a escolher os suplementos mais adequados ao seu caso. Ervas como a bacopa, a rhodiola e a huperzia serrata vem mostrando-se bom coadjuvantes da memória.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Suplementos proteicos para vegetarianos

Vegetarianos sedentários necessitam de 1,0 grama de proteína por quilo de peso ao dia. Porém, se você é fisicamente ativo seu consumo proteico deve aumentar e dependendo da intensidade do exercício a recomendação pode chegar a quase dois gramas de proteína ao dia. Ou seja, se você pesa 60 kg e é sedentário seu consumo de proteína deve ser de pelo menos 60 gramas ao dia. Porém, se você é um triatleta sua necessidade pode dobrar e chegar a 120 gramas ao dia, para que o reparo muscular se dê de forma adequada.

Ovo lacto vegetarianos não encontram problemas em atingir tal aumento nas necessidades porém veganos raramente atingem quantidades tão elevadas. Neste caso, o uso de suplementos protéicos é recomendado tanto para a manutenção, quanto para o aumento da massa magra e para que a imunidade não caia.

Vegetarianos que consomem leite podem suprir necessidades proteicas extras com suplementos comuns a base de whey ou caseína. O whey protein é um suplemento a base de proteínas do soro do leite. Tem a digestão mais fácil do que a caseína ou caseinato de cálcio. Se você tem alergia às proteínas do leite, se é intolerante à lactose ou se for vegano, outras opções estão disponíveis no mercado.

Conheça alguns produtos:

1 - Suplementos a base de soja: a soja fornece todos os aminoácidos essenciais em sua composição e suplementos à base deste grão costumam fornecer até 25 gramas de proteína por porção. Porém, alguns estudos mostram que o consumo exagerado de soja podem aumentar a incidência de câncer de mama em mulheres com histórico familiar. Consuma com moderação, intercalando este tipo de produto com outros, como os dispostos a seguir.

2. Arroz: este cereal é fonte principalmente de carboidratos, mas contém também uma pequena fração de proteínas, que são extraídas para criar o s suplemento proteico de arroz marrom (integral). Este suplemento tem vantagens sobre a soja, uma vez que é menos alergênico e também de mais fácil digestão. Porém, o sabor não agrada a todos. Além disso, fornece baixas doses de lisina, um aminoácido essencial.

3. Ervilha: proteínas de leguminosas são ricas em ácido glutâmico, aminoácido importante para uma composição corporal mais enxuta. Porém, assim como outras leguminosas, a ervilha é pobre em metionina. Combine-a com outros alimentos vegetais, como o arroz ou o cânhamo.

4. Hemp (cânhamo): este suplemento não é fácil de encontrar no Brasil, mas você pode tentar comprar na internet, como na loja da Amazon. Seu sabor também não agrada a todos mas é uma ótima proteína para uso em preparações diversas. Por exemplo, você pode fazer um leite vegetal batendo 4 colheres de sopa de cânhamo com 25 gramas de amêndoas trituradas, 1 colher de chá de canela e 1 gota de extrato de baunilha. Adicione meio litro de água e está pronto.

Estas proteínas podem ser encontradas puras ou misturadas. Qual é a sua favorita?

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/