Riscos e benefícios do álcool

Um estudo recente do New England Journal of Medicine deixou muita gente confusa. Os consumidores habituais de álcool encontraram um aval para suas bebedeiras e os indivíduos que não consumem álcool passaram a se perguntar se deveriam iniciar. O estudo que acompanhou os hábitos de etilismo de 38.000 homens saudáveis por 12 anos demonstrou que aqueles que bebiam pelo menos 3 ou 4 vezes por semana tiveram menos ataques cardíacos do que aqueles não consumidores de álcool. Porém, os pesquisadores não recomendam que se aumente a quantidade de bebidas que os indivíduos ingerem.

Quando e como beber é uma pergunta complexa e a resposta deve ser baseada em seu estado de saúde, história médica, história familiar, idade, sexo e outros fatores. O álcool é uma faca de dois gumes já que pode beneficiar e também devastar uma sociedade. O número de mortes associadas ao álcool devido a acidentes e violências é estimado em 100.000 casos por ano nos EUA - mais do que o número de prevenções de ataques cardíacos (estimado em 80.000/ano) associados ao consumo de álcool. Portanto, considere algumas questões antes de fazer sua opção:

- Vários estudos mostraram uma relação positiva entre o consumo moderado de álcool e a prevenção de doenças cardiovasculares. Isto se dá uma vez que o álcool aumenta os níveis do HDL (o colesterol bom) que remove o colesterol da corrente sanguínea prevenindo o espessamento das artérias (aterosclerose). O álcool também reduz a coagulação plaquetária diminuindo o número de casos de ataques cardíacos. Assim, muitos comparam o álcool à aspirina, porém, ao contrário da aspirina, o álcool tem propriedades intoxicantes e pode causar dependência. Além disso, o álcool é apenas um dos fatores que pode proteger seu coração. Você pode reduzir seu risco sem beber nenhum tipo de bebida alcoólica.

- De acordo com os estudos não importa que tipo de álcool o indivíduo escolhe, se cerveja, vinho ou algum destilado. Porém, a forma como a bebida é ingerida parece ser importante. Cerveja e vinho costumam acompanhar as refeições, e os alimentos diminuem a absorção do álcool, o que é bom. Pessoas que bebem sem os alimentos costumam exagerar nas doses.

- A moderação é essencial para a saúde, ou seja, 1 dose ao dia para mulheres e 2 doses para homens é o limite. Uma dose significa 1 lata de cerveja, 100 ml de vinho ou 40 ml de bebidas destiladas. Isto se dá uma vez que o álcool afeta homens e mulheres de formas diferentes. As mulheres tentem a se intoxicar com doses menores de álcool uma vez que possuem menos água corporal. Além disto, as enzimas que quebram o álcool são menos ativas nas mulheres. Outro problema é que o álcool aumenta a incidência de osteoporose no sexo feminino e se tornam dependentes com mais facilidade que os homens. A dose de álcool também deve ser diminuída em idosos uma vez que estes produzem menos enzimas e também porque o álcool dobra o risco de fraturas de quadril nos idosos além do que o consumo do álcool pode interferir com a ação de muitas medicações comumente utilizadas por indivíduos após os 60 anos.

- O álcool também é um dos fatores de risco para o câncer de mama. Assim, o aumento do consumo afim de diminuir o risco de doenças cardiovasculares pode acarretar em outras doenças. Outros cânceres comuns em etilistas são os de boca, esôfago, fígado, vesícula, pâncreas e cólon.

- Gestantes e lactantes também devem se abster do álcool uma vez que a substância é a causa campeã de defeitos na concepção e retardo mental.

- Qualquer outra pessoa incapaz de beber com moderação ou que estejam em tratamento ou acompanhamento do alcoolismo deve se abster das bebidas alcoólicas. Indivíduos fazendo uso de sedativos, antidepressivos e anticonvulsivos devem se aconselhar com o médico afim de mais informações sobre o uso do álcool. Indivíduos com hipetensão, triglicerídeos elevados, arritmias cardíacas, úlceras pépticas e apnea do sono não devem ingerir álcool, assim como aqueles que precisarão dirigir ou operar máquinas em poucas horas após o consumo.

Como o consumo de álcool é arriscado não se sinta pressionado a beber se ainda não o fez por qualquer razão. Existem outras formas de se prevenir as doenças cardíacas como dietas balanceadas, atividade física regular, não tabagismo, controle da pressão arterial e manutenção de um peso saudável.

Impacto do consumo de álcool na microbiota intestinal

O álcool pode comprometer a saúde intestinal por vários mecanismos:

- indução da inflamação intestinal

- aumento da permeabilidade intestinal, contribuindo para leaky gut e disbiose

- aumento de proteobactériaas e diminuição de bacteroidetes

- crescimento excessivo de bactérias aeróbicas no intestino delgado e bactérias anaeróbicas no jejuno

Como amenizar os impactos negativos do álcool?

- Dar um tempo de folga ao seu corpo, bebendo menos nos próximos dias

- Consumindo mais água

- Comendo mais frutas e verduras - as fibras ajudam a restabelecer a microbiota, aumentar a diversidade bacteriana, além de contribuir para maior proteção da mucosa

- Prefira proteínas magras (reduza o consumo de gordura saturada)

- Faça atividade física para ajudar na destoxificação e melhorar a produção de ácidos graxos de cadeia curta no intestino

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Dicas para manutenção do peso saudável

Você fez uma dieta e agora está voltando a engordar? Tenho algumas dicas para que você consiga manter o peso saudável conquistado:

- Evite guloseimas em casa. Você se descontrola em frente à caixa de chocolates, então não leve-a para casa. Quando quiser um bombom, saia com dinheiro suficiente, compre-o, aprecie-o mas não guarde vários deles perto de você.

- Faça uma lista de compras. Você quer comprar pão integral? Coloque o item na lista e quando for ao supermercado compre exatamente o que está escrito.

- Ganhou uma caixa de bombom de presente? Compartilhe com todos a sua volta.

- Vai passar muito tempo fora de casa? Leve uma das opções com você: chá, suco, água de coco, fruta fresca ou seca, castanhas ou outro alimento nutritivo. Assim, não precisará recorrer à cantina na hora da fome.

- Não coma se estiver entediado. Ligue para alguém ou vá dar uma volta.

- Não coma se estiver ansioso. Pratique yoga ou medite para relaxar.

- Diminua as porções de alimentos. Você comia um chocolate grande todo dia após a academia? Troque-o por um bombom pequeno, se não conseguir resistir.

- Não repita os pratos. Mastigue bem. Enquanto isso pouse o talher no prato. Perceba os sabores, aromas, texturas do alimento. Você rapidamente ficará saciado e não precisará repetir. Saiba mais no curso online.

- Mesmo nos finais de semana, coma frutas e verduras. E nunca deixe de lado sua salada, mesmo que esteja em um restaurante.

- No cinema, troque o saco de pipoca grande pelo pequeno e evite as versões com manteiga ou queijo.

- Faça uma "lancheira". Por exemplo, você sabe que ficará muito tempo no aeroporto antes de embarcar? Leve um sanduíche saudável, uma fruta ou um suco.

- Cuidado com o minibar dos hotéis. Se for ficar muitos dias, compre iogurte natural, frutas, sucos e até um queijo para consumir no lugar dos alimentos ultraprocessados.

- Consuma mais fibras. Frutas, verduras e cereais integrais (granola, pão, macarrão, arroz, quinoa, chia, linhaça, castanhas) melhoram o funcionamento intestinal e aumentam a sensação de saciedade.

- Não deixe de consumir proteína em quantidade adequada. Veja vídeo acima.

- Beba mais água. Algumas pessoas confundem os sinais de sede com os de fome. Beba água toda vez que sentir fome e veja se ainda precisará comer algo fora do horário.

- Faça atividade física de resistência.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/