Folhas, caules e raízes utilizados para o preparo de chás contém substâncias (fitoquímicos) com capacidade de influenciar a atividade das células no corpo humano. É o que chamamos de epigenética ou mudanças que ocorrem na expressão dos genes a partir do contato com diferentes substâncias.
Para entender a epigenética pense no caso dos gêmeos idênticos. Apesar de possuírem o mesmo DNA podem ter a aparência diferente ou mesmo doenças diferentes. Isto acontece pois, apesar de terem o mesmo material genético este é influenciado por diferentes compostos do ambiente. É o que fazem os chás. Os mesmos possuem fitoquímicos (compostos químicos de plantas), que ao interagirem com o núcleo da célula podem silenciar ou desligar genes ligados a determinados problemas de saúde, reduzindo o risco de doenças.
Como exemplo, estudos sugerem que as catequinas presentes na Camellia sinensis (planta que dá origem ao chá verde), estão envolvidas na metilação de DNA, bem como na modificação de histonas e de microRNAs.
De forma clínica, um estudo conduzido com 16 indivíduos, submetidos ao consumo de uma dose de infusão de Camellia sinensis, identificou que esta intervenção reduziu danos em DNA de linfócitos (células do sistema imune) e modulou genes que aumentam o reparo do DNA, reduzem a geração de radicais livres e diminuem a inflamação. Desta forma, os autores concluem que o consumo de infusão de Camellia sinensis pode proteger nosso material genético, reduzindo o risco de doenças desencadeadas por um possível dano em DNA (Ho et al., 2014).
Outro estudo correlacionou o consumo de chás e café com metilação de DNA, em regiões que contêm genes que interagem com o metabolismo do estradiol, podendo reduzir o risco de câncer - especialmente os que envolvem este hormônio para o seu desenvolvimento (Ek et al., 2017).
Embora o consumo de chás seja uma estratégia interessante para a redução do risco de doenças, é importante levar em consideração as necessidades e características individuais, para que a conduta seja segura e eficiente.