OBESIDADE E NUTRIÇÃO DE PRECISÃO

A obesidade é uma condição complexa e um importante fator de risco para doenças cardiovasculares. Mas apenas saber disso não ajuda o emagrecimento. Aliás, muitas pessoas já tentaram de tudo sem sucesso. Algumas das causas da dificuldade de emagrecimento incluem:

1 - Desrespeito à sua fome. Você passa fome mas não come, depois descontrola-se e come o mundo inteiro (mesmo quando já não há fome)? A mentalidade de tudo ou nada não contribui para a perda de peso. Ao excluir tudo o que gosta a compulsão pode surgir de forma extrema. Outro erro é trocar tudo por alimentos diet e light. O nome na embalagem parece saudável, porém produtos cheios de adoçantes desregulam a microbiota intestinal, deixam o organismo mais inflamado e mais lento. Alguns produtos diet e light não contém adoçantes mas eliminam toda a gordura do alimento substituindo-a por amido, o que eleva a insulina e estimula os estoques de gordura. Por fim, existem produtos diet e light que não são menos calóricos (podem ter, por exemplo, menos sódio). Uma dica importante aqui é simplesmente consumir menos produtos industrializados (que nos enganam) e mais produtos caseiros.

2 - Sua genética dificulta a perda de peso. Modificações genéticas (polimorfismos) fazem com que algumas pessoas queimem gordura com maior facilidade do que outras. Escrevi sobre estes genes aqui e aqui. Dependendo da alteração genética presente, podem ser necessárias modificações de estilo de vida maiores, como aumento da prática de atividade física para 300 minutos por semana e uso de suplementos adequados. Se tem interesse em saber mais sobre sua genética indico o painel de nutrição funcional da fulldna. Para profissionais de saúde que desejam aprender a interpretar os exames nutrigenéticos indico o curso online de Genômica nutricional. Para consultas na área de nutrição de precisão clique aqui.

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3 - Faça rodízios de alimentos e treinos. O nosso corpo precisa ter flexibilidade metabólica. Desta forma, podem ser necessários rodízios de alimentos, de padrões alimentares (vegetariano, ayurvédico, cetogênico, mediterrâneo…) e até do exercício praticado. Mas cuidado para não malhar demais. A atividade física excessiva contribui para o overtraining, para a perda de massa muscular, inflamação e, em vários casos, desaceleração do metabolismo. Outro fator importante a observar é que pessoas que malham excessivamente também podem ficar famintas e ao chegar em casa repõe todas as calorias, não conseguindo emagrecer.

4 - Você está muito estressado. A sobrecarga em atividades é real para muitas pessoas que trabalham, estudam, cuidam da casa, dos filhos, do cachorro. O estresse também aumenta com o excesso de atividades online. Você passa o dia pendurado na internet, assiste milhões de lives e depois fica drenado? Sentindo que não sabe nada, que todo mundo está dando passos maiores que os seus? Pois saiba que o estresse aumenta os níveis de cortisol, hormônio que contribui para o estoque de gordura na região abdominal. Desligue o telefone e faça meditação, yoga, caminhada, passeie na praça, na praia, no mato ou simplesmente deite no chão da sala e respire. Aprenda a fazer pausas e a cuidar-se melhor.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

6 razões para consumir alimentos fermentados

A fermentação é um processo antigo de conservação dos alimentos. Alimentos fermentados são mais ácidos, evitando a contaminação por bactérias ruins. Por outro lado, algumas bactérias probióticas boas para saúde amam este ambiente e ao serem consumidas melhoram a digestão, a absorção de minerais e a imunidade.

Alimentos como kefir de leite, iogurte, kimchikombucha passam por um processo chamado fermentação lática, em que bactérias ou leveduras se alimentam de açúcares naturais, para criar compostos que preservam os alimentos. Existem muitas outras razões para incluir estes alimentos em sua alimentação:

Chucrute preparado pela minha filha Julia (https://instagram.com/juliamaciel)

Chucrute preparado pela minha filha Julia (https://instagram.com/juliamaciel)

1. Pele bonita e brilhante. Alimentos fermentados reduzem a disfunção da microbiota intestinal e contribuem para maior saúde. Isto se reflete na pele, que é um indicador de como vai a saúde geral do organismo.

2. Melhor saúde digestiva - a microbiota intestinal é vulnerável ao estresse, ao uso de antibióticos, à presença de pesticidas nos alimentos, ao consumo de gordura hidrogenada (trans). Com a saúde digestiva comprometida aparecem sintomas como gases, constipação, mal estar, dores de cabeça, indigestão. A inclusão de alimentos fermentados na dieta, como chucrute, melhora a composição da microbiota intestinal e reduz estes sintomas desagradáveis.

3. Melhora da imunidade - como setenta por cento do nosso sistema imunológico se encontra no intestino, melhorar a microbiota ajuda a melhorar a imunidade e reduz o risco de doenças como artrite, alergias, eczema e doenças como esclerose múltipla, diabetes e fibromialgia.

4. Melhor destoxificação corporal. Quando o intestino funciona melhor menos toxinas são absorvidas e o corpo fica mais saudável.

5. Reduz a compulsão. Um intestino saudável é essencial para a produção local de serotonina e redução da compulsão alimentar. Só isso já vale a pena para muita gente!

Passa mal quando consome alimentos fermentados?

Kefir é ótimo mas você come e passa mal? Ou sente-se mal com outros alimentos fermentados? Pois é, nem todo mundo tolera bem alimentos fermentados. O que acontece é que os mesmos podem conter aminas biogênicas (AB), como histamina e tiramina, que podem causar sintomas e intolerância em pessoas mais suscetíveis (Mah et al., 2019). As aminas biogênicas também podem estar presentes em queijos, vinhos, cervejas, carnes embutidas e derivados lácteos fermentados. Os sintomas mais comuns são náuseas, vômitos, dores de cabeça, zumbido nos ouvidos e crises hipertensivas.  

Outra questão é que pessoas com sistema imune debilitado podem apresentar infecções quando consomem alimentos com bactérias ou outros microorganismos vivos. O mesmo se dá em relação aos suplementos probióticos. Estudo de caso descreve a gravidade do quadro de choque séptico em criança de 1 ano com síndrome de Down, após uso do probiótico Saccharomyces para tratamento de diarreia (Romanio et al., 2017). O tema é controverso, mas o ideal é que alterações importantes na dieta sejam feitas com acompanhamento profissional.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Testes genéticos específicos para o acompanhamento de pessoas com síndrome de Down

A expectativa de vida média para uma criança com síndrome de Down (DS), nascido na década de 1950 era de menos de 10 anos de idade. Com os avanços nos cuidados médicos e melhorias na saúde geral de indivíduos com SD, a expectativa de vida foi aumentando gradativamente ao longo dos anos. Porém, junto com o aumento da longevidade surgem outras preocupações em relação à saúde. Uma delas é a prevenção da doença de Alzheimer, que pode atingir até 80% das pessoas com SD (Rafii, & Santoro, 2018; Rubenstein, Sigan Hartley, & Bishop, 2019). Para garantir longevidade com vitalidade e autonomia precisamos conhecer como o corpo de cada paciente com síndrome de Down funciona. Testes genéticos nos ajudam nesta tarefa:

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Treino profissionais para o atendimento deste grupo populacional desde 2014 e lendo e relendo pesquisas sobre Alzheimer fica claro que a prevenção é o melhor caminho. Existem várias propostas de intervenção, vários protocolos (falo do ReCODE neste vídeo).

Contudo, melhor do que um protocolo para todos são as condutas personalizadas já que para uma pessoa a dieta cetogênica pode ser excelente, enquanto para outras pessoas pode ser péssima. Para algumas pessoas alguns suplementos são mais importantes que outros.

Existem pessoas com intolerâncias, por exemplo, a metilfolato, a EGCG e outros compostos comumente prescritos para a prevenção do Alzheimer na síndrome de Down.

O futuro da área de saúde é uma personalização cada vez maior e para tanto, testes genéticos adequados contribuem imensamente para que condutas mais precisas possam ser sugeridas e implementadas.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/