Funções do glutamato no cérebro

O glutamato é o neurotransmissor mais abundante no cérebro e no sistema nervoso central (SNC). Está envolvido em praticamente todas as principais funções excitatórias do cérebro. Estima-se que mais da metade de todas as sinapses no cérebro liberem glutamato, tornando-o o neurotransmissor dominante usado na comunicação do circuito neural.

O glutamato também é um precursor metabólico de outro neurotransmissor: o GABA (ácido gama-aminobutírico). O GABA é o contraponto para o glutamato. É o principal neurotransmissor inibitório no sistema nervoso central. Assim, neurotransmissores inibitórios são essencialmente o outro lado da moeda, diminuem a probabilidade de que o neurônio em que atuam seja acionado.

OS CIRCUITOS NEURAIS

No cérebro, grupos de neurônios (células nervosas) formam circuitos neurais para realizar funções específicas de pequena escala (por exemplo, formação e recuperação de memória). Esses circuitos neurais se interconectam para formar redes cerebrais em larga escala, que executam funções mais complexas (por exemplo, audição, visão, movimento). Para que as células nervosas individuais trabalhem juntas através dessas redes, é necessário algum tipo de comunicação entre elas e uma maneira de conseguir isso é através desses neurotransmissores, que atuam como mensageiros químicos. As bolinhas entre os neurônios na figura representam os neurotransmissores nas fendas sinápticas.

O glutamato está muito envolvido na plasticidade sináptica, na capacidade de fortalecer ou enfraquecer a sinalização entre os neurônios, moldando o aprendizado, a coordenação motora, as emoções, a memória e as informações sensoriais. Mas, o cérebro não produz novos neurônios para armazenar memórias. O que faz é justamente fortalecer estas conexões entre os neurônios existentes. Para isso, neurotransmissores como o glutamato são fundamentais e concentrações precisas precisam ser liberadas nos locais certos durante o dia.

A sinalização de glutamatérgica é crítica em regiões do cérebro como o córtex e o hipocampo, que são fundamentais para a função cognitiva. Mas receptores de glutamato são também expressos em outras regiões do cérebro, inclusive nas células da glia, que fornecem suporte e proteção para os neurônios.

QUANDO O GLUTAMATO É RUIM?

Quando pouco glutamato é produzido a comunicação entre os neurônios torna-se difícil. A pessoa sente mais dificuldade em concentrar-se, mais exaustão mental. Neste caso, a suplementação de glutamina pode ser uma boa ideia. Quando muito glutamato é produzido passa a ser neurotóxico, danificando neurônios e circuitos neurais. Neste caso, a suplementação de glutamina já não seria adequada. O glutamato também pode ser produzido a partir da glicose. Por isso, pessoas com doenças neurodegenerativas não devem abusar do consumo de açúcares e carboidratos de alto índice glicêmico. Enquadram-se neste caso: esclerose lateral amiotrófica, doenças de Alzheimer, Parknson e Huntington.

O glutamato também pode ser liberado excessivamente quando há trauma cerebral, falta de oxigenação, convulsões ou outras situações estressantes para o sistema nervoso. Outro problema é quando o glutamato está sendo produzido e liberado em quantidades adequadas mas não está sendo removido pelos astrócitos (um outro tipo de célula do sistema nervoso). Neste momento, o glutamato começa a acumular-se.

Uma vez absorvido pelos astrócitos, o glutamato reage com amônia para formar glutamina através da atividade da glutamina sintetase. A glutamina é então exportada para o fluido extracelular, onde é absorvida pelos neurônios, iniciando o processo de síntese do glutamato novamente. Essa sequência de eventos é chamada de ciclo glutamato-glutamina: é assim que o sistema nervoso garante a manutenção de um suprimento adequado de glutamato, nas quantidades adequadas.

Em um cérebro saudável, quase todo o glutamato (99,99%) é armazenado nas células e liberado apenas em pequenas quantidades quando necessário para produzir uma resposta de sinalização. Como a sinalização é um evento baseado em alterações, neurônios e astrócitos esvaziam o espaço extracelular do glutamato entre esses sinais. Mas, se as circunstâncias resultarem em altos níveis de glutamato na fenda sináptica, isso pode causar uma ativação excessiva dos receptores NMDA, muita excitação e danos às células nervosas.

Problemas nos receptores podem ser causados, por exemplo, pela deficiência de magnésio. Fitoterápicos também podem melhorar o processo de sinalização como a planta Celastrus paniculatus, muito usado na medicina ayurvédica para redução da toxicidade neural. A huperzina A, composto alcalóide da planta Huperzia serrata, também parece apoiar a ligação equilibrada do glutamato ao receptor NDMA, reduzindo a excitotoxicidade neural. Outros suplementos como a vitamina C e pirroloquinolina a quinona (PQQ) também contribuem para a proteção do cérebro, por reduzirem o estresse oxidativo mitocondrial.

Para aprender mais sobre o cérebro e os nutrientes consulte o curso PsicoNutrição.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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A alimentação perfeita para seu corpo | Gente feliz que não se pune com dietas restritivas ou impossíveis de seguir

Todos temos um amigo magro que nunca fez dieta. Não seria maravilhoso viver isso, ter a alimentação como uma parte essencial e prazerosa da vida mas que não toma conta de cada pensamento?

Na verdade todo mundo pode ter isso, pode ser exatamente assim. Mas nem todo mundo vai ser magro e isso precisa ser aceito. Os corpos são diferentes, tem estruturas ósseas diferente, capacidades diferenciadas na queima de gordura, ganho de músculos. Mas dá para ser saudável e feliz sem dietas restritivas. Estas podem causar carências nutricionais que pioram a produção hormonal, de neurotransmissores e substâncias que dão alegria e colorem a vida. Além disso, carências pioram a imunidade, desequilibram a microbiota intestinal e geram mais compulsão alimentar.

Se você não aprendeu a confiar no próprio corpo precisará de acompanhamento nutricional e psicoterápico. Talvez você já tenha tentado ser igual à modelo da capa da revista e restringiu o que comia, passou fome e não aguentou ou sentiu-se sem energia, infeliz, desmotivada, fora de você mesma. E o pior, talvez tenha entrado em um ciclo de engorda-emagrece, desenvolvido compulsão ou obesidade acompanhada de doenças crônicas. Talvez tudo tenha começado no instagram, acompanhando meninas magras, com uma genética e preferências que não são as suas. Ou talvez você tenha sofrido bullying na infância, que fez com que você passasse a não gostar do seu corpo. Talvez até já tenha buscado ajuda em vários consultórios, mas não tenha encontrado um atendimento humano ou que leve em consideração suas características mais belas (que não tem nada a ver com o formato do seu corpo, mas com quem você é de fato, generosa, inteligente etc).

Comermos bem não significa só comer salada com frango (saiba o que é comer normal aqui). Para termos saúde, bem estar e vitalidade não precisamos seguir um papel com calorias e nutrientes pré-definidos por um profissional. Não é que a dieta nunca tenha lugar. Tem sim. Mas para muita gente não funciona desta forma pois a redução calórica aumenta a ansiedade, gera tédio alimentar, provoca mais compulsão ou apego à uma estética inatingível. Por isto, se você não está doente, basta que tenha conhecimentos básicos sobre nutrição, que eduque-se com um profissional que saiba usar outras abordagens (como a comportamental) e que você aprenda a ouvir sua sabedoria interior. Seu corpo está pronto para te dizer quando está com fome, sede e do que precisa para ficar bem. E você pode reaprender a ouvir estes sinais, assim como fazia quando era uma criancinha fofa de 2 anos. Naquela época você amava seu corpo, cada dobrinha dele. E é assim que tem que ser.

Seu corpo deve ser celebrado pois com ele você pode aproveitar tudo o que a vida tem de bom, com ele você pode também ajudar as pessoas ao seu redor, pode fazer coisas incríveis. Então, seja a melhor amiga do seu corpo. Não o puna para agradar os outros. Não deixe-o passando fome, não o machuque com exercícios exagerados ou que não goste, não o magoe com palavras de ódio, não o intoxique com remédios para emagrecimento desnecessários e que podem provocar efeitos colaterais como alterações de humor, tristeza, irritabilidade, agitação, depressão, arritmias cardíacas, alterações intestinais, metabólicas e endócrinas, além de dependência.

Quando não confiamos no próprio corpo, comemos quando não estamos com fome, deixamos de comer quando temos fome, Nossa falta de confiança nos nossos corpos e nossas tentativas de controlá-lo, fazem o oposto do que desejamos, bagunçamos nosso metabolismo, nossas emoções e nossa habilidade natural de manter o corpo saudável, bonito e funcional. Você merece fazer as pazes com seu corpo, merece uma vida plena em que o alimento não está em primeiro plano. Você merece uma nova história em que é o protagonista e não a comida. 

Atendo pessoas que querem largar a dieta e começar a se amar, junto com uma psicóloga. Durante 3 meses você aprenderá a viver sem dietas restritivas, reconhecer e honrar a sabedoria interior e os sinais de fome e saciedade, parar de se equilibrar entre dietas rígidas e o descontrole alimentar, parar de brigar com o corpo, acabar com os sentimentos de culpa e vergonha em relação ao próprio corpo, viver com prazer, cuidar da própria saúde, ganhar liberdade para viver a vida que merece, dentro do corpo que é seu. Entre em contato e inicie seu tratamento.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Tratamento da síndrome dos ovários policísticos

A síndrome do ovário policístico (SOP) é investigada quando a mulher tem queixas de irregularidade menstrual, aumento de pelos ou infertilidade. Exames de imagem mostrarão os cistos nos ovários. Entre as causas dos ovários policísticos estão o excesso de gordura corporal, a resistência à insulina, aumento de testosterona livre e diminuição dos níveis de SHBG.

Pelo menos metade das mulheres com a síndrome é obesa e estas são mais suscetíveis a apresentarem depósitos de cálcio na carótida, o que aumenta o risco cardiovascular (Shroff et al., 2007). A obesidade com resistência à insulina também aumenta o risco de alterações metabólicas, diabetes, dislipidemia, hipertensão.

O estresse também pode ser um gatilho para a síndrome dos ovários policísticos. Por isso, não adianta apenas cuidarmos do corpo. A mente deve ser também ser muito cuidada, com meditação, yoga, psicoterapia. Sem o adequado gerenciamento do estresse, é frequente que a mulher fique mais inflamada (o que piora o funcionamento dos ovários), mais compulsiva por alimentos doces (o que contribui para o ganho de peso) e mais reativa, mais estressada, com mais variações de humor. Tudo isso, aumenta ainda mais o risco de elevação da pressão sanguínea e de doenças cardiovasculares futuras. Não podemos nos esquecer de que também é essencial que o intestino esteja funcionando muito bem. Tratar a disbiose intestinal contribui para a modulação do cortisol, um hormônio associado ao estresse.

Como a desregulação da produção de insulina é muito comum a dieta deve ser antiinflamatória e de baixo índice glicêmico. Cacau e canela contém nutrientes que ajudam no controle da glicemia. Se associados com banana e aveia, podem contribuir também para a redução da compulsão alimentar (não tenha medo de alimentos com carboidratos e um bom perfil de nutrientes!).

Por fim, ao fazer seus exames (glicose em jejum, insulina, hemoglobina glicada, testosterona livre, cortisol salivar, etc) não esqueça de medir também a vitamina D. Sem ela a resistência à insulina piora, a inflamação piora, o risco de obesidade aumenta. Este nutriente e outros (como zinco, ômega-3), fitoterápicos (curcumina, chá de unha de gato, hibiscus, folha de amora etc) podem ser prescritos para que a síndrome possa ser melhor gerenciada. Tudo depende da suas necessidades e individualidade bioquímica.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/