Suplementação de mioinositol no tratamento da síndrome dos ovários policísticos

Os inositóis são hexaóis de ciclohexano (ciclitóis). Existem nove estereoisômeros possíveis, mas 7 são inativos. O mais ativo é o mioinositol (que muita gente chama simplesmente de inositol) seguido do d-chiro-inositol.

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O inositol está naturalmente presente nas membranas das células, estando envolvido em sua sinalização, na ativação de transportadores e no uso da glicose. Já o d-chiro-inositol também é importante para a síntese e estoque de glicogênio (carboidrato).

Como a síndrome dos ovários policísticos (SOP) tem sido relacionada à resistência insulínica, o uso do mioinositol pode ser uma boa ideia. A falta de mioinositol nos ovários compromete a liberação do hormônio folículo estimulante (FSH) e a ovulação, gerando mais dificuldade para a mulher engravidar. Uma boa suplementação seria 4g de mioinositol + 400 mcg de ácido fólico (ou metilfolato se houver polimorfismo do gene MTHFR). Outras dicas para a mulher que deseja ficar grávida:

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Suplementação na síndrome dos ovários policísticos

A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é um distúrbio endócrino-metabólica que acomete mulheres em idade reprodutiva. A produção hormonal pode ser modulada e a inflamação e resistência insulínica reduzidas com a suplementação de compostos bioativos selecionados.

Alguns dos suplementos estudados na SOP - Gunalan, Yaba, & Yilmaz, 2018

Alguns dos suplementos estudados na SOP - Gunalan, Yaba, & Yilmaz, 2018

Suplementos de destaque:

  • Ômega-3: regulador imunológico e efeitos benéficos na sensibilidade à insulina, diferenciação celular e ovulação. A suplementação melhora a desordem da foliculogênese e perfil cardiometabólico causado por estresse oxidativo excessivo e a hiperinsulinemia. Posologia frequente: 1.000 mg de ômega-3 + 400 UI de vitamina E, por 12 semanas (Jamilian et al., 2018).

  • Metilfolato: o polimorfismo MTHFR C677T, quando presente, pode conferir uma suscetibilidade aumentada para desenvolver hiperlipidemia em mulheres com SOP. Neste caso a suplementação de metilfolato torna-se muito importante (Jain et al., 2012). Dose usual: 400 mcg.

  • Cálcio, magnésio, zinco e vitamina D: efeito sinérgico benéfico nos perfis metabólico e a inflamação sistêmica através da diminuição da interleucina-6 (IL-6) e do fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), hirsutismo, proteína C-reativa de alta sensibilidade (PCR-HS) e malondialdeído plasmático (MDA) além de um aumento de níveis da capacidade antioxidante total (TAC) (Ebrahimi et al., 2018). Dose usual de vitamina D: 2.000 a 4.000 UI. Dose usual de magnésio: 200 a 350 mg. Cálcio: 1.000mg. Zinco: 50 mg. Selênio também pode ser utilizado 200mcg.

  • Quercetina (1g): aumenta adiponectina, reduz HOMA-IR, LG, glicose em jejum e insulina (Tabrizi et al., 2020).

  • Mioinositol: envolvido na ativação de transportadores e no uso da glicose. Contribui para redução de triglicerídeos também. Dose usual: 1,2 a 4g (Gunalan, Yaba, & Yilmaz, 2018)

  • Cromo: papel importante no metabolismo de carboidratos e lipídios e no tratamento da hiperglicemia. Dose usual: 100 a 200 mcg (Gunalan, Yaba, & Yilmaz, 2018)

  • Coenzima Q10 + vitamina E: estes antioxidantes melhoram a concentração do hormônio SHBG e reduz a resistência à insulina. Coenzima Q10: 50 a 150 mg, vitamina E (400UI) (Gunalan, Yaba, & Yilmaz, 2018)

  • Probióticos que contribuem também para redução da resistência insulínica, melhoria do funcionamento intestinal e efeito antiinflamatório - pelo menos 2 bi UFC de cada cepa: L. acidophillus, L. casei, B. bifidum (Gunalan, Yaba, & Yilmaz, 2018)

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Vida saudável

É importante destacar que a suplementação não funcionará se o estilo de vida não for melhorado. A obesidade, por exemplo, está associada a várias complicações reprodutivas femininas, incluindo a síndrome dos ovários policísticos (SOP). Dieta saudável, combinada à atividade física regular é muito importante para a melhoria do funcionamento ovariano (Niño et al, 2020).

 O intestino também precisa estar funcionando direitinho. A disbiose intestinal tem sido implicada em muitos estados de doença, inclusive na SOP. Quando a dieta é melhorada e simbióticos repostos há redução da inflamação e dos níveis de SHBH (Nasri et al., 2018).

Por fim, sem sono e descanso o corpo não tem como fazer as reações de reparo como precisam ser feitas. Se dorme pouco ou mal cuide da sua higiene do sono e troque a tela do celular e da TV por mais passeios na natureza.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Tratamento da síndrome dos ovários policísticos

A síndrome do ovário policístico (SOP) é investigada quando a mulher tem queixas de irregularidade menstrual, aumento de pelos ou infertilidade. Exames de imagem mostrarão os cistos nos ovários. Entre as causas dos ovários policísticos estão o excesso de gordura corporal, a resistência à insulina, aumento de testosterona livre e diminuição dos níveis de SHBG.

Pelo menos metade das mulheres com a síndrome é obesa e estas são mais suscetíveis a apresentarem depósitos de cálcio na carótida, o que aumenta o risco cardiovascular (Shroff et al., 2007). A obesidade com resistência à insulina também aumenta o risco de alterações metabólicas, diabetes, dislipidemia, hipertensão.

O estresse também pode ser um gatilho para a síndrome dos ovários policísticos. Por isso, não adianta apenas cuidarmos do corpo. A mente deve ser também ser muito cuidada, com meditação, yoga, psicoterapia. Sem o adequado gerenciamento do estresse, é frequente que a mulher fique mais inflamada (o que piora o funcionamento dos ovários), mais compulsiva por alimentos doces (o que contribui para o ganho de peso) e mais reativa, mais estressada, com mais variações de humor. Tudo isso, aumenta ainda mais o risco de elevação da pressão sanguínea e de doenças cardiovasculares futuras. Não podemos nos esquecer de que também é essencial que o intestino esteja funcionando muito bem. Tratar a disbiose intestinal contribui para a modulação do cortisol, um hormônio associado ao estresse.

Como a desregulação da produção de insulina é muito comum a dieta deve ser antiinflamatória e de baixo índice glicêmico. Cacau e canela contém nutrientes que ajudam no controle da glicemia. Se associados com banana e aveia, podem contribuir também para a redução da compulsão alimentar (não tenha medo de alimentos com carboidratos e um bom perfil de nutrientes!).

Por fim, ao fazer seus exames (glicose em jejum, insulina, hemoglobina glicada, testosterona livre, cortisol salivar, etc) não esqueça de medir também a vitamina D. Sem ela a resistência à insulina piora, a inflamação piora, o risco de obesidade aumenta. Este nutriente e outros (como zinco, ômega-3), fitoterápicos (curcumina, chá de unha de gato, hibiscus, folha de amora etc) podem ser prescritos para que a síndrome possa ser melhor gerenciada. Tudo depende da suas necessidades e individualidade bioquímica.

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