Síndrome de Down: programando a saúde desde dentro da barriga da mãe | Saúde começa na gravidez

A partir de 1989 grupos de pesquisadores começaram a divulgar pesquisas mostrando que o que acontece dentro da barriga da mãe influencia anos ou décadas depois as taxas de obesidade e doenças cardiovasculares dos filhos (Barker et al., 1989). Hoje, sabemos que a nutrição da mulher tem uma grande influência no risco de doenças crônicas em seus filhos adultos. Assim, preparar-se para engravidar é muito importante. E, durante a gestação, o acompanhamento nutricional é uma das mais importantes ferramentas para garantia de bebês, crianças, adultos e idosos saudáveis no futuro.

Nutrição antes, durante e após a gestação influenciam a saúde dos filhos (Perng & Oken, 2017).

Nutrição antes, durante e após a gestação influenciam a saúde dos filhos (Perng & Oken, 2017).

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Gestantes com baixo consumo de nutrientes fundamentais para o adequado desenvolvimento do feto podem conceber crianças com alterações na expressão genética. Com isso, o risco de baixo peso ao nascer, função cardíaca, imune ou metabólica prejudicadas aumenta. Por outro lado, gestantes com consumo excessivo de energia podem gerar crianças mais propensas a diabetes, hipertenção, obesidade, problemas relacionados ao desenvolvimento neurológico, dentre outras questões de saúde.

Na síndrome de Down a boa alimentação materna é ainda mais importante, considerando-se as vulnerabilidades genéticas geradas pela trissomia do cromossomo 21. Carências de vitaminas do complexo B (especialmente B6, B9, B12 e colina) geram alterações no processo de metilação do DNA, o que aumenta o risco futuro de Alzheimer, resistência insulínica, diabetes, obesidade. A metilação do DNA está envolvida em muitos processos relacionados ao funcionamento do sistema nervoso central, incluindo mielinização, produção de neurotransmissores, formação de conexões entre neurônios e performance neurocognitiva geral.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Escola de medicina da universidade de Harvard sugere que pratiquemos yoga neste momento de pandemia

Em meio às crescentes tensões de coronavírus em todo o mundo, uma das mais importantes escolas de medicina do mundo (Harvard medical school) começou a sugerir que seus estudantes e professores pratiquem yoga. Atualmente já são quase 40.000 casos de coronavírus confirmados no Brasil com mais de 2.500 mortos espalhados entre os estados (as atualizações diárias podem ser conferidas neste site). Os Estados Unidos, país com o maior número de caso já soma quase 800.000 infectados e mais de 40.000 mortos.

Para reduzir a ansiedade neste momento de tantas incertezas, indicam-se as técnicas do yoga, incluindo ásanas (posturas corporais), pranáyamas (exercícios respiratórios) e meditação. A prática de yoga contribui para a redução dos níveis de estresse, reduz a pressão sanguínea, melhora a capacidade pulmonar.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Polimorfismo na COMT e impacto na motivação, foco e energia

O gene COMT localiza- se no braço longo do cromossomo 22, codifica a enzima COMT (catecol-O-metiltransferase) que está envolvida na via de degradação de neurotransmissores catecolaminérgicos como a dopamina. Este gene é um dos principais candidatos a fenótipos psiquiátricos. Ele codifica uma enzima envolvida na via da degradação de transmissores catecolaminérgicos ou catecolaminas de forma que a variação na sua atividade pode ter efeitos específicos no córtex pré-frontal (como, por exemplo, no mecanismo de transmissão da dopamina) e na memória de trabalho (memória de curto prazo).

A avaliação dos genes mostra se a pessoa tem uma expressão lenta ou rápida do gene COMT.

Genótipo G para o rs4680 e/ou para rs4633 (C/T) é considerada COMT rápida e gera baixos níveis de dopamina e catecolaminas. Indivíduos com este genótipo apresentam menos motivação, foco, mais compulsão por alimentos, risco de vícios e impulsividade. Quando em desequilíbrio podem apresentar mais agressividade, especialmente após consumo de álcool ou anfetaminas. É um fenótipo mais frequente, por exemplo em praticantes de MMA (Tartar et al., 2020) e, muitas vezes, descrito como o fenótipo do guerreiro.

Outras estratégias que ajudam aumentar os níveis de dopamina naturalmente incluem massagens, atividade física, yoga, meditação (1), música, sono de qualidade e uso de probióticos. Uma dieta antiinflamatória também contribui para redução da neuroinflamação e melhoria dos funcionamento dos receptores de dopamina.

Genética, abuso de drogas, dietas ricas em açúcar ou gordura saturada, falta de proteína, tirosina ou vitaminas do complexo B reduzem a produção de dopamina. Por isso, o tratamento envolve mudanças na alimentação. Suplementos contendo fitoterápicos como Mucuna pruriens e compostos como ácidos graxos ômega-3, benfotiamina, cromo quelado, tirosina, magnésio, vitamina D, piridoxal 5-fosfato favorecem a produção de dopamina.

Genótipo A para o rs 4680 e/ou T para rs4633 é considerado COMT lenta. Pessoas com este genótipo possuem melhor desempenho cognitivo pois possuem mais dopamina no córtex pré-frontal. Contudo, o excesso de dopamina e catecolaminas (noradrenalina e adrenalina) faz com que a pessoa não pare (de trabalhar, de estudar, de produzir), o que pode gerar transtorno de ansiedade, esquizofrenia, taquicardia, síndrome do pânico, insônia, hipertensão, paranoia e dor crônica. Pode ser frequentemente ansioso e preocupado. Essas pessoas tomam chá verde ou outros alimentos com cafeína e ficam muito agitadas. Podemos compensar isso com suplementos que aumentem outros neurotransmissores, como serotonina (por exemplo, o triptofano e o ácido caprílico). Isto também reduz a vontade de comer doces, no momento de estresse ou cansaço.

Como a COMT é responsável pelo processamento de certos fitonutrientes (flavonóides contendo catecol) é importante evitar o consumo excessivo desses fitonutrientes para não sobrecarregar uma COMT lenta, enquanto, ao mesmo tempo, mantém os níveis de antioxidantes altos para limitar os danos oxidativos.

Por exemplo, limite os flavonóides contendo catecol, incluindo quercetina, rutina, luteolina, EGCG, catequinas, epicatequinas, fisetina, ácido ferúlico e hidroxitirosol. Isso inclui alimentos como chá verde, alcaparras, coentro, frutas vermelhas e maçãs (veja ainda mais alimentos aqui).

Os seguintes flavonóides não têm a estrutura de catecol e, portanto, comer porções extras deles pode ser mais benéfico para aqueles com baixa atividade COMT: apigenina, genisteína, crisina, miricetina e flavonas (inclui apigenina, tangeritina, crisina, baicaleína, escutelarina). Portanto, concentre-se em comer mais desses alimentos (por exemplo, toranja, camomila, cebola, salsa e aipo).

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Variações na disponibilidade da enzima COMT afetam o nível e a atividade de dopamina. A dopamina é um composto químico encontrado naturalmente no corpo humano. Atua como um neurotransmissor, ou seja, envia sinais do corpo para o cérebro. É importante tanto para o controle dos movimentos que uma pessoa faz, bem como o de suas respostas emocionais. Pessoas que produzem quantidades adequadas de dopamina são mais equilibradas emocionalmente, dormem melhor, possuem melhor memória e concentração, aprendem mais facilmente e têm melhor coordenação motora.

A deficiência de dopamina parece estar relacionada com várias condições médicas, incluindo depressão, Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), esquizofrenia, compulsão alimentar e doença de Parkinson. A deficiência tanto pode ocorrer por uma baixa produção de dopamina, quanto por problemas nos receptores de dopamina. Os sintomas da deficiência deste neurotransmissor são muito variáveis. Pessoas com doenças de Parkinson apresentam tremores, espasmos musculares, dores e rigidez, perda de equilíbrio. Outras pessoas podem ter prisão de ventre, baixa vitalidade, cansaço, desmotivação, mudanças bruscas de humor e ansiedade.

Algumas estratégias nutricionais contribuem para o aumento dos níveis de dopamina como o uso de Rhodiola rosea. Mucuna pruriens, curcumina, resveratrol, quercetina, bacopa, vitamina D, proteína (fontes de triptofano e tirosina).

Ao contrário, para estimular a atividade da COMT para reduzir dopamina, precisamos dormir melhor, ativar SIRT1, usar riboflavina e outras vitaminas do complexo B, gingko (em pessoas agressivas), extrato de aveia verde, crocus sativus, GABA, SAMe. O consumo de proteína deve ser reduzido. Para a decisão pode ser feito o teste genético ou análise de sinais e sintomas. Esta análise é importante pois existem pessoas heterozigotas, como eu, que tenho um perfil misto para COMT. Então, vamos adaptando também de acordo com as fases da vida.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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