Possível impacto do COVID19 nos sistemas alimentares

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De acordo com a FAO tanto vidas quanto meios de vida estão em risco com a pandemia de coronavírus. A doença está se espalhando rapidamente, aumentando o risco de uma crise alimentar global, a menos que medidas sejam tomadas rapidamente para proteger os mais vulneráveis, manter vivas as cadeias globais de suprimento de alimentos.

O fechamento de fronteiras, quarentenas e interrupções de mercado, cadeia de suprimentos e comércio podem restringir o acesso das pessoas a fontes de alimentos suficientes / diversas e nutritivas, especialmente em países já afetados por altos níveis de insegurança alimentar.

Globalmente, há comida suficiente para todos. Mas, os formuladores de políticas de todo o mundo precisam ser cuidadosos. Até o momento, as interrupções de fornecimento de alimentos foram mínimas. Contudo, restrições de movimentação entre fronteiras podem impedir os agricultores de cultivar, vender ou processadores alimentos. O fechamento de restaurantes e as compras de supermercado menos frequentes diminuem a demanda por produtos frescos e produtos da pesca, afetando produtores e fornecedores. Os setores da agricultura, pesca e aquicultura são particularmente afetados por restrições ao turismo, fechamento de restaurantes e suspensão de café e refeições escolares. Em qualquer cenário, os mais afetados serão os segmentos mais pobres e vulneráveis ​​da população (incluindo migrantes, deslocados e atingidos por conflitos). Os países em crises prolongadas também sofrem com um subinvestimento em saúde pública, o que ampliará os impactos da pandemia.

No vídeo abaixo resumo as sugestões da FAO para os governos:

Parte da fragilidade da cadeia alimentar reside no fator humano e, por isso, a agricultura, a indústria, a cadeia de distribuição tentarão cada vez mais automatizar todos os seus processos. A progressiva automação da cadeia alimentar e do acesso facilitado aos alimentos por parte dos consumidores tenderá a aumentar as desigualdades no acesso à alimentação, entre gerações e entre diferentes níveis económicos e sociais. O nutricionista terá um novo papel na gestão de emergências. Tive a honra de ministrar em 2019 uma disciplina justamente intitulada nutrição em situações de emergência e foi muito interessante discutir muitos dos aspectos que estamos vivenciando hoje no mundo. Tenho um pequeno vídeo, bem resumido, sobre o tema das emergências aqui.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Características dos sistemas alimentares sustentáveis e insustentáveis

O termo sistema alimentar refere-se ao conjunto de processos que incluem agricultura, pecuária, produção, processamento, distribuição, abastecimento, comercialização, preparação e consumo de alimentos e bebidas.

Atualmente grande parte dos alimentos consumidos ao redor do mundo são ruins para o meio ambiente pois gastam muita energia para produção e transporte, necessitam de muita terra para serem produzidos, poluem o ar, a água, o solo. Uma alimentação saudável deve ser idealmente oriunda de um sistema alimentar de baixo impacto ambiental, deve ser amiga do meio ambiente, do planeta. Devem proteger e respeitar a biodiversidade e os ecossistemas, devem ser aceitáveis culturalmente e acessíveis economicamente. Devem, claro, ser adequadas nutricionalmente, devem ser seguras e devem promover a justiça social.

No Brasil, a estrutura fundiária apresenta-se como um dos maiores desafios para a produção sustentável de alimentos. Menos de 1% do número de estabelecimentos agropecuários ocupava cerca de 44% da área cultivável brasileira (isso ainda em 2006!!). A criação animal está associada com elevado impacto ambiental, contribuindo para as alterações climáticas, degradação do solo, emissão de gases, contaminação da água e perda da biodiversidade. Sugere-se que a adoção de uma dieta sem produtos animais poderia reduzir até 50% da emissão de gases e uso da terra.

O Brasil também ocupa a primeira posição no uso de agrotóxicos em todo o mundo desde 2008, o que gera impactos negativos para o meio ambiente e para a saúde. Existem evidências de que o consumo de agrotóxicos aumenta o risco de problemas neurológicos, endócrinos e vários tipos de câncer. Alimentos orgânicos são superiores nutricionalmente, mais ricos em minerais e fitoquímicos antioxidantes e antiinflamatórios.

Mas não é só durante a produção que o ambiente e a saúde são afetados. A industrialização gasta energia e polui o ambiente, o transporte a longas distâncias desvaloriza a produção local e aumenta a emissão de gases tóxicos pelos veículos utilizados. Além disso, o consumidor tem um papel importante em sistemas alimentares sustentáveis. Deve procurar escolher produtos mais locais, frescos, menos processados, promotores de saúde para a família e para a o meio ambiente.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Genética e preferências alimentares

Você prefere chocolate, alimentos salgados, gordurosos ou vegetais? Sabia que estas preferências possuem influência da sua criação, mas também da sua genética?

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Para muitas pessoas é extremamente difícil mudar os hábitos alimentares, mesmo sabendo que uma mudança na dieta traria benefícios para estética e para a saúde. A dificuldade pode dever-se à características genéticas próprias. Mutações nos genes MC4R e SLC6A2 fazem as pessoas gostarem mais de gordura. Mutações nos genes FADS1 e FADS2 fazem as pessoas gostarem mais de vegetais. Pessoas com mutações de CREB1 e GABRA2 geram preferência por sal. O gene OXTR está associado à reação do corpo à ocitocina, o hormônio da felicidade, regido pelo amor. Alterações neste receptor pode levar a dificuldades de criação de vínculos e compulsão por chocolates. Os genes SLC6A2, SLC6A5 foram associados ao óleo vegetal e ao açúcar. Muitas dessas variantes gênicas são associadas ao aumento do risco de obesidade. Discuto mais sobre o tema neste curso:

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/