Sociedade está sendo atacada pelo coronavírus em 7 esferas

No dia 23 de março o cientista Lex Fridman publicou em seu canal do YouTube vídeo em que analisa as 7 formas pelas quais o coronavírus ataca nossa sociedade e como podemos lutar.

Nível 1: biológico.

Erros em lidarmos com este momento custará vidas. Existem muitos desafios como o isolamento social (não infectar, não ser infectado), diagnóstico e tratamento rápido, produção de vacinas e medicamentos, logística para manutenção dos estoques de equipamentos, luvas, máscaras, drogas, instrumentos, kits de testes, respiradores e tudo o que hospitais precisarão para lutar contra esta pandemia. É importante que cada pessoa faça sua parte, mesmo quando líderes do governo vão para o caminho inverso. A esperança é que o cenário mude e que os investimentos em ciência voltem a crescer.

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Nível 2: psicológico

O isolamento e as incertezas em todos os níveis (saúde, emprego, disponibilidade de alimentos, água, energia, internet) criam tensões. O desafio é a manutenção da calma e o acesso à informações de alta qualidade, de fontes científicas confiáveis. Aproveite o momento para cuidar-se, reavaliar sua jornada de vida e fazer uma revolução pessoal colocando em prática coisas importantes mas que deixa de lado por falta de tempo (ler, estudar, escrever, reestruturar seu negócio etc). É um momento difícil para os mais vulneráveis financeiramente e a esperança é que aprendamos a ser também mais generosos e compassivos.

Nível 3: social

A distância física não é impedimento para nos conectarmos pelo telefone, redes sociais, videoconferências. O desafio é evitar o pânico, a desinformação, as notícias falsas, as teorias da conspiração. Meditar e manter o pensamento crítico são práticas importantes.

Nível 4: econômico

As projeções econômicas estão ficando piores. A perda de emprego e o fechamento de empresas é uma realidade global. Os políticos precisam responsabilizar-se, cuidando da população, garantindo que os benefícios cheguem às pessoas que realmente precisam. Como consumidores, devemos continuar comprando o que precisamos, especialmente dando suporte às pequenas empresas de nossos bairros. Empresários/empreendedores/profissionais liberais precisarão diversificar seus negócios, adicionando componentes online às suas práticas.

Nível 5: político

Não é hora de divisão política e partidarismos. O país e o mundo precisa unir-se para enfrentamento coerente da situação. Isso não acontecerá com discussões políticas baratas. Nas próximas eleições não podemos permitir que charlatões cheguem ao governo. No momento não podemos permitir que incutam o medo nem que abusem do poder. Confie na ciência e não em desinformação, mesmo que venha de supostos líderes. Deixemos que os experts do setor lidem com a situação (profissionais de saúde, cientistas etc).

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Nível 6: existencial

Se queremos continuar a viver neste planeta, precisamos cuidá-lo. Pandemias aumentam o risco de extinção de muitas espécies, inclusive da humana. Novamente, o investimento em ciência e inteligência é fundamental para a prevenção de novas epidemias e pandemias, assim como de outros fatores que nos ameaçam como guerras, acidentes, terrorismo. Devemos antecipar questões, antes que as mesmas virem uma bola de neve. Nossa espécie é frágil. O planeta não. Ele continuará, conosco ou sem nós. Esta é a questão existencial: ainda merecemos estar aqui? Estamos cuidando da natureza como quem merece?

Nível 7: filosófico

O sofrimento é parte da vida e a questão filosófica principal é “como lidaremos com esse sofrimento?”. Com todas estas ameaças devemos refletir sobre como viver agora e nas próximas décadas. Vire-se para dentro, investigue-se, melhore-se. Aproveite o isolamento social para reflexão, para avaliar o que é importante. A esperança é que possamos compreender que precisamos uns dos outros, precisamos nos cuidar mutuamente e fortalecer nosso senso de comunidade.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Isolamento social e risco de carência de vitamina D

A vitamina D tem como função principal a manutenção de níveis adequados de cálcio e fósforo, nutrientes essenciais à função óssea e neuromuscular. Existem também receptores específicos para a 1,25-diidroxivitamina D (forma ativa), em células de inúmeros tecidos, fazendo da vitamina D uma importante aliada para a modulação do crescimento celular, função imune e redução da inflamação. A carência de vitamina D está associada a maior risco de diabetes gestacional, artrite reumatóide, osteoporose, asma, obesidade, problemas cardíacos e certos tipos de câncer (cólon, próstata e mama).

A baixa exposição social no período de isolamento social reduz os níveis plasmáticos de vitamina D. Valores menores que 12 ng/ml indicam deficiência de vitamina D e maior risco de osteomalácia em adultos e raquitismo em crianças. Valores entre 12 e 20 ng/ml são considerados inadequados para crescimento normal e manutenção de ossos saudáveis. São aceitáveis valores entre 20 e 30 ng/ml. Mas o ideal são concentrações plasmáticas entre 30 e 50 ng/mL, o que é uma raridade na população visto que a maior parte das pessoas não toma sol e quando o faz, usa filtro solar (Vieth, 2011).

Estudo publicado em 2019 no Brasil mostrou que a prevalência de hipovitaminose D em asmáticos é de 57,3% (Peçanha et al., 2019). Apenas 39,6% das pessoas no Rio Grande do Sul tem níveis de vitamina D dentro da faixa recomendada. Os demais estados do Brasil apresentaram insuficiência de vitamina D entre 42,4 e 69,2% dos indivíduos (Lersch et al., 2016).

A falta de vitamina D impacta o sistema imune e a capacidade do corpo em combater gripes e resfriados fica reduzida. Se puder expor-se à luz em algum momento do dia faça isso. Se não, converse com seu nutricionista e faça a reposição da vitamina D durante este período.

Valor laboratorial de vitamina D é aquele para manter sua absorção de cálcio. Mas pode não sobrar vitamina D para suas outras funções hormonais e imunológicas.

Vitamina D e mortalidade por COVID-19

Estudo publicado agora em 2022 mostrou que pessoas com vitamina D menor que 20 tiveram 14 vezes mais chance de morrer do que os pacientes com vitamina D maior que 40 ng/ml (Dror et al., 2022). Para pacientes depressivos indica-se vitamina D entre 60 e 90 ng/ml.

Não sabe seu valor no exame de sangue? O ideal é fazer. Não dá? Então tome pelo menos uma suplementação mínima de 2.000 UI. Algumas boas marcas:

- Now

- Vitafor

- Puravida (com vitamina A e K2)

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Estratégias para melhoria da imunidade de idosos

Com o aumento da idade, o sistema imunológico passa por um processo de remodelação, denominado imunossenescência, que é acompanhado por consideráveis ​​mudanças nas subpopulações de células de defesa, tanto da resposta imune inata, quanto da adaptativa.

Clinicamente, a imunossenescência é caracterizada pelo aumento da suscetibilidade a infecções, reativação mais frequente de vírus latentes, diminuição da eficácia de vacinas e aumento da prevalência de autoimunidade e câncer. O sedentarismo é um dos fatores que aceleram a velocidade de envelhecimento do sistema imunológico. Por isso, o idoso deve continuar praticando atividade física dentro de casa ou subindo e descendo as escadas do prédio onde vive (se os joelhos permitirem).

Para que o sistema imune seja competente o suficiente para lutar contra vírus e bactérias a boa alimentação é fundamental. Dou algumas dicas neste vídeo:

Além da alimentação, infecções, estresse, tabagismo, uso de medicamentos, má funcionamento intestinal podem comprometer a imunidade, gerar inflamação e contribuir para a imunossenescência (

Frutas e verduras, alimentos fermentados ricos em probióticos (como o kefir), leguminosas (feijão, lentilha, ervilha, grão de bico, contribuem para um intestino saudável e para a melhoria da resposta imune. Já frituras, alimentos ricos em açúcares e gorduras hidrogenadas aumentam a inflamação e prejudicam a imunidade.

O estresse psicológico também pode afetar muitos sistemas do corpo, podendo enfraquecer o sistema imune e aumentar a inflamação crônica. A inflamação é parte natural da resposta imune e, a curto prazo, pode ser útil para curar feridas, lesões e infecções, mas a inflamação crônica pode fazer mais mal do que bem.

Pesquisadores reviram coletivamente 15 ensaios clínicos randomizados que examinaram se a prática regular de posturas de yoga poderia fortalecer o sistema imunológico e reduzir a inflamação crônica. O tamanho médio da amostra dos ensaios foi de 70, e os tamanhos das amostras variaram de 11 a 140 participantes.

Os cientistas nestes ensaios examinaram a resposta do sistema imunitário medindo os níveis de substâncias inflamatórias no sangue ou saliva, como citocinas, proteína C-reativa (CRP), contagens de células imunitárias, anticorpos e marcadores de genes. As medições foram feitas antes e após aulas de Hatha Yoga. Os pesquisadores descobriram um padrão entre os estudos, mostrando que a prática de yoga reduz os marcadores pró-inflamatórios, principalmente a citocina IL-1beta (Falkenberg, Eising & Peters, 2018). Existem muitos vídeos de yoga para iniciantes na internet. Existem práticas na cadeira, no sofá, na cama… Se não puder sair de casa, procure no YouTube e comece a praticar.

Estudo publicado em 2020 sugere a suplementação de compostos bioativos com efeito positivo na imunidade e melhoria da resposta do organismo contra o coronavírus. Os autores recomendam: ácido ferúlico, ácido lipóico, espirulina, N-acetilcisteína, selênio, glucosamina, zinco, beta-glucanas e sabugueiro (McCarty, DiNicolantonio, 2020). Converse com seu nutricionista sobre a melhor forma de fazer isto.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/