A Remissão da diabetes é possível

Atualmente, não existe cura para a diabetes, mas a doença pode entrar em remissão. Isto significa que o corpo não mostrará nenhum sinal de diabetes, embora a doença ainda esteja tecnicamente presente. Os médicos não chegaram a um consenso final sobre o que exatamente constitui remissão, mas todos incluem níveis de hemoglobina glicada (A1C) abaixo de 6% como um fator significativo. Os níveis de A1C indicam os níveis de açúcar no sangue de uma pessoa nos últimos três meses.

A remissão pode assumir diferentes formas:

  • Remissão parcial: quando uma pessoa mantém um nível de glicose no sangue menor do que o de uma pessoa com diabetes há pelo menos 1 ano sem precisar usar nenhum medicamento para diabetes.

  • Remissão completa: quando o nível de glicose no sangue retorna a níveis normais completamente fora da faixa de diabetes ou pré-diabetes e permanece lá por pelo menos 1 ano sem nenhum medicamento.

  • Remissão prolongada: quando a remissão completa dura pelo menos 5 anos. Mesmo que uma pessoa mantenha níveis normais de açúcar no sangue por 20 anos, um médico ainda consideraria a diabetes em remissão, em vez de curado.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Saúde mental durante a quarentena

Há pouco tempo você tinha uma rotina de acordar, sair de casa a uma determinada hora, mas de repente: coronavírus e ansiedade. Quem já era mais ansioso pode estar sentindo-se agora muito sobrecarregado. E quem não era ansioso pode estar sentindo-se confuso para lidar com sintomas como medo, alterações no sono, tensão muscular, dores de cabeça, ataques de pânico, irritabilidade, raiva, inquietação, alterações intestinais, tremores, aceleração cardíaca, suor excessivo, dificuldade para engolir, falta de ar, boca seca ou pensamentos obsessivos.

Se estes sintomas pioram com o excesso de informações, desligue-se da TV, rádio e internet mais vezes ao dia. Se for informar-se procure por fontes confiáveis de informações. Medite, respire fundo, converse com um psicólogo (indico a Julia Maciel, formada pela UnB). Um psicólogo pode ajudá-lo a se reorganizar no novo cotidiano, sugerir práticas restaurativas, estratégias para manutenção dos laços afetivos e sociais.

Crianças e adolescentes também precisam de atenção, pois não estão livres da ansiedade. Para os pais que nunca tem tempo para brincar, a quarentena pode ser o momento perfeito. Também é importante que estejam por perto para sanar as dúvidas dos mais jovens sobre este momento.

Se possível, mantenham-se ativos. Se o seu bairro é calmo caminhe. Se não, faça alongamentos ou yoga em casa. Tente manter a perspectiva. Médicos, enfermeiros, cientistas e especialistas em saúde pública em todo o mundo estão trabalhando duro para conter a disseminação da doença, para que ela não chegue a você ou sua família. Lembre-se de que este é um período temporário de isolamento social. Ficando em casa você contribui para os esforços mundiais e ajuda a sua comunidade.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Alimentação e TDAH em adultos

O Transtorno de Déficit de Atenção / Hiperatividade, ou TDAH, afeta cerca de 4% das crianças e cerca de 2% dos adultos. É uma condição complexa que resulta em uma incapacidade de regular a atenção. As pessoas com TDAH têm problemas para direcionar a atenção para o que é mais importante e sustentar essa atenção pelo tempo que for necessário. Ou podem ter hiperfoco, concentrando-se em uma coisa e esquecendo das demais. Isso pode causar todos os tipos de problemas na escola, em casa, no trabalho e nos relacionamentos.

Carências nutricionais interagem com o componente genético e provocam mudanças no DNA (mudanças epigenéticas). Epigenética é o que vem por cima da genética, assim como a epiderme é a camada superior à da derme, na pele. Se deficiências de nutrientes ocorrem na gestação podem resultar em um atraso na maturação do cérebro, particularmente nas áreas relacionadas ao funcionamento executivo como o córtex pré-frontal e o córtex cingulado.

O TDAH adulto é cada vez mais entendido como não apenas associado aos sintomas clássicos de hiperatividade, impulsividade e desatenção, mas também problemas com motivação, reconhecimento e regulação emocional, excesso de divagações mentais e problemas para a regulação de comportamentos (Mahadevan, Kandasamy & Benegal, 2019). Além disso, é frequente o TDAH andar de mãos dadas com outros problemas ou distúrbios psiquiátricos como depressão, transtornos de humor, distúrbios de personalidade, ansiedade ou distúrbios alimentares.

Quase todo diagnóstico psiquiátrico - transtorno bipolar, esquizofrenia, estresse pós-traumático, abuso de substâncias, só para citar mais alguns, pode afetar a capacidade de concentração. Mesmo problemas comuns como estresse ou falta de sono compromentem a capacidade de focar no que é importante. Portanto, a maioria das pessoas que têm problemas de atenção não apresenta TDAH, e é por isso que uma avaliação especializada é tão importante.

Se você tem dúvidas sobre como começar a investigar, responda ao questionário ASRS-18. O mesmo foi desenvolvido por pesquisadores em colaboração com a Organização Mundial de Saúde e é um dos possíveis pontos de partida para o levantamento de sintomas associados ao TDAH (Mattos et al., 2006). A versão abaixo foi validada no Brasil. Responda avaliando-se de acordo com os critérios apresentados no lado direito da tabela. Pense em como sentiu-se nos últimos 6 meses:

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Se os itens de desatenção da parte A (1 a 9) E/OU os itens de hiperatividade-impulsividade da parte B (1 a 9) têm várias respostas marcadas como FREQUENTEMENTE ou MUITO FREQUENTEMENTE existe chances de ser portador de TDAH (pelo menos 4 em cada uma das partes).

Para o diagnóstico estes sintomas devem ter surgido antes dos 12 anos de idade, causam problemas em pelo menos 2 contextos diferentes (como escola, faculdade, amizades, relacionamentos conjugais ou familiares), existem problemas evidentes por conta dos sintomas e assim por diante. Estas características complexas exigem avaliação neuropsicológica.

Psiquiatras frequentemente dizem que o TDAH é causado por um desequilíbrio químico no cérebro e que os medicamentos podem ajudar a corrigí-lo. Existem pelo menos dois produtos químicos do cérebro (neurotransmissores) muito provavelmente envolvidos nos sintomas: a dopamina e a noradrenalina. Neurotransmissores são pequenos mensageiros que enviam sinais de uma célula cerebral para a seguinte. Se os níveis de dopamina ou norepinefrina caem ou se o sistema que processa esses neurotransmissores não funciona bem, medicamentos estimulantes (como ritalina e adderall) podem ser prescritos para forçar as células do cérebro a trabalharem melhor.

Mas o que causa o desequilíbrio químico em primeiro lugar? Por que os níveis desses produtos caem? Uma causa é o polimorfismo genético (aqui os medicamentos parecem ser mais eficazes). Outra causa é a falta de nutrientes. Dopamina e a noradrenalina são produzidas a partir de aminoácidos, presentes em proteínas (como peixe, frango, carnes, ovos, leite e derivados, feijão, ervilha, lentilha, soja, grão de bico). A tirosina é um dos aminoácidos importantes para a produção de dopamina e norepinefrina.

TIROSINA → DOPAMINA → NOREPINEFRINA

Portanto, dietas deficientes em proteínas acabam impactando negativamente a capacidade de concentração, aprendizado e regulação das emoções. O cérebro também precisa de lipídios. Cerca de 2/3 do cérebro é feito de gordura, e cerca de 20% dessa gordura deve consistir em ácidos graxos ômega-3, que deixam as membranas celulares flexíveis e saudáveis.

Sem ômega-3, presente em peixes do mar, linhaça e chia, as células cerebrais ficam rígidas e não comunicam-se adequadamente. Portanto, mesmo se houver dopamina e noradrenalina em abundância, as células cerebrais podem não ser capazes de repassar esses produtos químicos de um lado para o outro. O ômega-3 também contribui para desinflamar o cérebro, mantendo-o mais equilibrado. Já um consumo exagerado de ômega-6, presente no óleo de soja, milho, girassol, contribuem para a inflamação do corpo, especialmente se o consumo de ômega-3 é baixo.

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Alergias alimentares e disbiose intestinal também contribuem para a neuroinflamação. Investigue com a ajuda de seu nutricionista o que faz bem e o que não faz bem para você e mude sua dieta. Evite alimentos ultraprocessados e junk food, que também contribuem para a inflamação do corpo por conterem gorduras ruins, excesso de açúcar, corantes e conservantes. Discuto mais sobre o tema no curso online PsicoNutrição.

Um bom estado nutricional em termos de minerais, como ferro, zinco e selênio, também é muito importante. O ferro é o mineral mais prevalente no corpo, fundamental para a prevenção da anemia. Quando pensamos nele geralmente lembramos justamente de seu papel em nossos glóbulos vermelhos, como um elemento fundamental para o transporte de oxigênio dos pulmões para todas as nossas células. Mas o ferro também é um mineral cerebral. Para convertermos tirosina em dopamina precisamos de ferro.

O segundo mineral mais comum no corpo é o zinco. Uma de suas inúmeras atividades é ligar-se ao transportador de dopamina, permitindo que o neurotransmissor permaneça ativo na sinapse por um longo período de tempo. É essencialmente um "inibidor da recaptação de dopamina" natural. Além disso, estudos mostram que o uso de ritalina + zinco funciona melhor do que o medicamento sozinho.

A carência de magnésio também parece contribuir para os sintomas de TDAH (Ettatpanah et al., 2019). O magnésio contribui para a ligação dos neurotransmissores a seus receptores. Alimentos ricos em magnésio como vegetais verde escuros, sementes e feijões devem estar presentes na dieta, já que a deficiência nutricional aumenta o risco de déficit de atenção, agressividade e delinquência (Black et al., 2015).

Não fique sem tratamento. Nossa equipe de nutricionista e psicóloga podem lhe ajudar com muitas estratégias para que consiga navegar melhor pela vida. Agende sua consulta.

Ainda não havia para mim ritalina - Gregório Duvivier

Do livro Crônicas para ler em qualquer lugar. Ed. Todavia, 2019.

FORMAÇÃO DE INSTRUTORES DE YOGA
Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/