Se os itens de desatenção da parte A (1 a 9) E/OU os itens de hiperatividade-impulsividade da parte B (1 a 9) têm várias respostas marcadas como FREQUENTEMENTE ou MUITO FREQUENTEMENTE existe chances de ser portador de TDAH (pelo menos 4 em cada uma das partes).
Para o diagnóstico estes sintomas devem ter surgido antes dos 12 anos de idade, causam problemas em pelo menos 2 contextos diferentes (como escola, faculdade, amizades, relacionamentos conjugais ou familiares), existem problemas evidentes por conta dos sintomas e assim por diante. Estas características complexas exigem avaliação neuropsicológica.
Psiquiatras frequentemente dizem que o TDAH é causado por um desequilíbrio químico no cérebro e que os medicamentos podem ajudar a corrigí-lo. Existem pelo menos dois produtos químicos do cérebro (neurotransmissores) muito provavelmente envolvidos nos sintomas: a dopamina e a noradrenalina. Neurotransmissores são pequenos mensageiros que enviam sinais de uma célula cerebral para a seguinte. Se os níveis de dopamina ou norepinefrina caem ou se o sistema que processa esses neurotransmissores não funciona bem, medicamentos estimulantes (como ritalina e adderall) podem ser prescritos para forçar as células do cérebro a trabalharem melhor.
Mas o que causa o desequilíbrio químico em primeiro lugar? Por que os níveis desses produtos caem? Uma causa é o polimorfismo genético (aqui os medicamentos parecem ser mais eficazes). Outra causa é a falta de nutrientes. Dopamina e a noradrenalina são produzidas a partir de aminoácidos, presentes em proteínas (como peixe, frango, carnes, ovos, leite e derivados, feijão, ervilha, lentilha, soja, grão de bico). A tirosina é um dos aminoácidos importantes para a produção de dopamina e norepinefrina.
TIROSINA → DOPAMINA → NOREPINEFRINA
Portanto, dietas deficientes em proteínas acabam impactando negativamente a capacidade de concentração, aprendizado e regulação das emoções. O cérebro também precisa de lipídios. Cerca de 2/3 do cérebro é feito de gordura, e cerca de 20% dessa gordura deve consistir em ácidos graxos ômega-3, que deixam as membranas celulares flexíveis e saudáveis.
Sem ômega-3, presente em peixes do mar, linhaça e chia, as células cerebrais ficam rígidas e não comunicam-se adequadamente. Portanto, mesmo se houver dopamina e noradrenalina em abundância, as células cerebrais podem não ser capazes de repassar esses produtos químicos de um lado para o outro. O ômega-3 também contribui para desinflamar o cérebro, mantendo-o mais equilibrado. Já um consumo exagerado de ômega-6, presente no óleo de soja, milho, girassol, contribuem para a inflamação do corpo, especialmente se o consumo de ômega-3 é baixo.